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O Sporting é a paixão que nos inspira. Não confundimos competência com cultos de personalidade. 110 anos de história de um clube que resiste a tudo e que merece o melhor e os melhores de todos nós. Sporting Sempre


05
Fev17

E depois do adeus...

por Krassimir

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O Sporting jogava ontem a última cartada para poder ainda almejar conseguir algo esta época, um lugar na Champions na próxima época e o acesso às receitas que são vitais para manter o clube competitivo e a lutar por objetivos ambiciosos.
Na abordagem ao jogo, Jorge Jesus contava com um handicap claro, a ausência de William e para o colmatar fez avançar Palhinha, escolha que não se pode criticar, porque é a alternativa que existe para a posição.
Já muito mais incompreensível foi ter-se apostado em Matheus de início num jogo desta responsabilidade. Não porque o jogador não tenha valor, mas porque não está claramente a atravessar um momento de forma que lhe permitisse encarar esta partida com a confiança necessária. Não tem quase tempo de jogo na Primeira Liga, viu já várias vezes o treinador dar a entender que não apostava nele e além disso não tem rotinas com a equipa.
Mas isso remete-nos para o início da época. Se todos nos recordamos, na altura da pré-época, Podence, Palhinha e outros tentaram justificar perante o treinador ter valor para pelo menos merecerem ficar no plantel. E o que aconteceu? Perante adversários muito difíceis, sem ainda terem rotinas de jogo e sem enquadramento com outros jogadores mais experientes e de qualidade, foram lançados às feras. Claro que não correu bem. Jorge Jesus conseguiu o que queria, dar a entender que com a formação não dava e que teria de ir contratar vários jogadores. O Sporting gastou dinheiro e investiu em vários jogadores, mais uma vez sem contratar para as laterais, posição que assumidamente já se reconhecia estar mal servida e o resultado foi o que se viu. Depois de gastar vários milhões de euros, a equipa chegou a Janeiro já quase sem objetivos e com a única preocupação em despachar o que tinha vindo e nada tinha mostrado. Alguns foram vendidos, outros emprestados, outros ainda esperam por colocação.
Em sentido contrário, fizeram-se regressar jogadores jovens da formação, dando a entender que essa era novamente a aposta. Entretanto, foi saindo para a Comunicação Social que a Direção ia rever as funções de Jorge Jesus e diminuir-lhe os poderes de contratar quem entende, levando-o a apostar mais na formação.
Depois do jogo de ontem e sobretudo da inenarrável conferencia de imprensa de Jorge Jesus, a ideia que fica é que o treinador do Sporting quer reconquistar novamente espaço de manobra. Quer mais uma vez justificar a aposta em contratações caras e provavelmente fracassadas e que a formação nunca será para ele uma paixão ou uma aposta verdadeira. Para isso não hesita em queimar os nossos jogadores jovens, quer na forma como os lança em campo, quer como fala deles. Sabia que ao lançar os jovens, poderia usar essa desculpa se algo corresse mal. Claro que Palhinha teve alguma culpa na forma como aborda o lance do primeiro golo, mas este só acontece porque Schelotto não está onde devia.
Mais uma vez os laterais, pois Marvin também esteve novamente a um nível lastimoso, comprometeram a equipa. Mas neste mercado de Inverno, enquanto alguns foram buscar Soares, jogador que já nos foi proposto antes, outros optaram (ou foram obrigados por limitações financeiras?) por não contratar ninguém.
A diferença entre acreditar ainda que se podia ir buscar o título e estar resignado à luta pelo terceiro lugar.
Jorge Jesus disse, entre outras alarvidades na conferencia de Imprensa, que “com a formação não vamos lá”. Um recado com destinatário certo: a Direcção e também os adeptos. Cabe agora a Bruno de Carvalho dar a resposta adequada a esta provocação e a todo o comportamento que o treinador tem tido, bem como as inúmeras faltas de respeito que tem mostrado para com o Sporting, tal como ter andado em grande parte do tempo a falar do rival, dos jogadores que lá lançou e do que lá conquistou.

Chega! Nós é que lhe pagamos 6 ou 8 milhões/ano (é sempre um enormidade) para nos dar títulos, para nos potenciar jogadores e não para os desvalorizar, para encontrar soluções e não desculpas esfarrapadas em que ele nunca é o culpado. E meu caro Jorge Jesus, convença-se de uma vez por todas, que há um equilíbrio entre apostar em jovens e contratar acertadamente. Algo que você claramente não quer e não sabe fazer.
Temos um treinador que não assume responsabilidades quando as coisas correm mal, mas que reivindica méritos quando correm bem. Infelizmente esta época não há méritos para assumir.
Numa altura em que se aproximam eleições, é bom que os sócios não associem críticas legítimas ao que se está a passar com a equipa de futebol, a este processo eleitoral. Sob a pena de perdermos mais tempo e de não tomarmos as melhores decisões. A época está perdida e vai ser desastrosa e a recuperação novamente dolorosa.
Pedro Madeira Rodrigues não tem sido hábil na forma como conduz a campanha. Cometeu já várias gaffes que lhe podem custar caro. Mas uma coisa é certa, seja quem for que saia vencedor das eleições, Jorge Jesus é neste momento parte do problema e não da solução. E tudo indica que isso vai continuar a acontecer nos próximos dois anos. É que por culpa de Bruno de Carvalho, o Sporting está amarrado a este treinador por uma indemnização monstruosa. A menos que ele se encha de vergonha e peça para sair, ou alguém o venha buscar e seja suficientemente tolo para lhe pagar o que nós pagamos... Portanto, agora resolvam o imbróglio que criaram.
Entretanto nas redes sociais, vai-se desculpabilizando tudo isto e dizendo que a culpa é dos adeptos. Esses malandros que ficam aborrecidos de estarem em terceiro lugar. Os tais que servem para encher estádios, comprar Gameboxes, etc, mesmo com a equipa a não ganhar nada.
Os sportinguistas entretanto vão sofrendo como sempre aconteceu e só lhes resta esperar por dias melhores e continuar a apoiar um clube que tão mal servido tem sido em termos de quem o dirige e orienta. 

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editado por Ivaylo a 25/2/17 às 11:52


8 comentários

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De narrativadiaria a 05.02.2017 às 18:30

Subscrevo tudo o disse. Sou sportinguista e custa-me ver o SCP esperar mais 18 anos ou mais, quem sabe, para sermos campeões. O ano passado perdemos uma enorme hipótese de o ser com a venda disparatada de Fredy Montero.
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De Krassimir a 06.02.2017 às 00:21

Boa noite e obrigado pelas palavras. Espero bem que não esperemos muito mais tempo para sermos campeões. Mas duvido muito que o consigamos com este treinador e até com este presidente...
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De Anónimo a 06.02.2017 às 07:33

Há valores!

Nem que houvesse títulos.

Não vale tudo, este indivíduo é a antítese de como é estar no desporto, é a antítese do fair play.
O comportamento deste indivíduo não tem nada a ver com os ideais desportivos.
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De Anónimo a 06.02.2017 às 08:30

Se permitem coloco aqui um artigo que abrange os valores desportivos

"A concepção de existência de uma qualquer manifestação desportiva sem a ocorrência de erros ou denotação de dificuldades, por quaisquer dos agentes desportivos envolvidos, é a afirmação da existência do “atleta máquina”, do “treinador máquina” e por que não dizer, o “árbitro máquina”. Só que tal sonho imaginário, retiraria toda a beleza deste espectáculo, dado que não ocorreria hierarquização de prestações desportivas e resultados, eliminando assim os sentimentos de alegria e júbilo inerentes à vitória, assim como, as tristezas e desânimos contidos no momento da derrota. Por outro lado, o termo competição seria “apagado” para sempre do vocabulário desportivo, dado somente existirem atletas “olimpicamente definidos”, não existindo assim lugar, para a comparação de competências, com base em normas e regulamentos"

"Será o Espírito Desportivo importante?

Em todas as modalidades desportivas, cada vez mais é notória a desvirtualização dos ideais desportivos, definidos com base na perspectiva britânica do “fair-play”. No início deste novo século, têm-se multiplicado as avaliações e reflexões milenares, algumas atravessadas por dúvidas e interrogações várias, reflectindo um certo “mal-estar de civilização” que projecta um cepticismo desencantado sobre um futuro que se antevê incerto e problemático (Pereira, 1999).

Actualmente, fala-se de uma profunda crise de valores, característica esta de uma sociedade progressivamente desumanizada e cada vez mais “adepta” da violência, tendo como obsessões a lógica da competição, poder e consumo. Urge como fulcral, a definição de uma consciência crítica, desprovida de preocupações humanísticas e centrada na defesa e “indução da aculturação” de valores sociais a nível moral, pelo que no contexto desportivo, o risco é definido pela defesa de atitudes conforme o Espírito Desportivo. A nossa preocupação considera mesmo, que somente esta componente representa a possibilidade de superação e eliminação, de certos sinais do nosso tempo, como é a exacerbação da violência e do desrespeito dos demais agentes desportivos, recorrendo a todo o tipo de métodos e técnicas (biológicas ou não), para a obtenção de um momento de consagração.

No entanto, alertamos desde já, que mesmo para os mais cépticos, o nosso discurso não pactua nem sobrevive à custa de falsidades e ironias, pelo que a prática de uma qualquer actividade desportiva, de acordo com os princípios éticos, é para nós uma preocupação constante e irrevogável. De tal forma, que diversas constatações, conclusões e recomendações foram já definidas e apresentadas em espaço próprio (Fernandes, Costa & Moreira, 2003; Fernandes et al., 2003).

Querer ganhar com lealdade uma competição, esperar pacientemente que ganhe a sua equipa preferida e encorajá-la enquanto na situação de espectador, está de acordo com os princípios do Espírito Desportivo, somente na condição de que a vitória não inspire vaidade e arrogância ao vencedor, nem muito menos, ódio e antipatia ao vencido. Para tal, os incitamentos a uns, não devem ser acompanhados de manifestações hostis a outros, bem como, na condição de que os êxitos e as melhores performances sejam aplaudidas e reconhecidas, quaisquer que sejam os seus protagonistas.

Ser um bom desportista, é querer ser o melhor, sem deixar de aceitar que o melhor deve ganhar e obter reconhecimento, mesmo que tal seja o adversário. Só assim, o Desporto na sua concepção dualista de actividade humana e socialmente desejável, claramente incute os valores desportivos definidos como correctos e adequados, eliminando possíveis problemas inerentes à sua manifestação.

Enfim, o Espírito Desportivo é um dos temas fundamentais e fulcrais do futuro do Desporto, uma vez que exige uma atitude moral fundamental. Tal conceito, é um dos valores inerentes ao ideal de demonstração de atitudes do atleta olímpico, concebido pelo Barão de Coubertin. Deste modo, este pressuposto não significa apenas o respeito pelas regras de jogo e oficiais, mas engloba sobretudo, um conjunto de comportamentos que o atleta deve manifestar, de forma a assegurar a sua integridade física e psicológica, respeitando o adversário, como se de seu companheiro se tratasse."
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De Krassimir a 06.02.2017 às 11:08

Bom texto e agradeço a partilha. SL
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De Anónimo a 06.02.2017 às 15:31

Agradeço também as suas palavras👍
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De Krassimir a 06.02.2017 às 15:41

Sem querer entrar em troca de galhardetes, todos os contributos são bem-vindos. O que tem faltado ao Sporting nos últimos tempos é elevação, equilíbrio e lucidez. Volte sempre. SL
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De Anónimo a 06.02.2017 às 21:03

Quando se querem apoderar do clube para saírem da situação de dívidas e falências, nem que para isso tenham que armadilhar o clube, não se pode ter com essa gente um comportamento como se tem com pessoas de bem.

Ainda que não se desça ao mesmo nível, tem de se ter uma resposta adequada á situação.
Não se pode utilizar a mesma táctica do candidato PMR, que não percebeu onde se estava a meter.

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