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O Sporting é a paixão que nos inspira. Não confundimos competência com cultos de personalidade. 110 anos de história de um clube que resiste a tudo e que merece o melhor e os melhores de todos nós. Sporting Sempre

28
Jun18

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Estamos apurados para os oitavos de final do Mundial de Futebol. Poderá discutir-se a preponderância de sorte, justiça ou mérito dos resultados. Poderão ser lançados todos os prognósticos sobre os próximos (esperemos) quatro jogos, ou três, ou dois, ou um…

 

Todas as análises e todas as previsões são válidas, mas pretendo por ora focar-me em alguns factos.

 

Nos três jogos efectuados até aqui tivemos sempre um mínimo de sete jogadores formados no Sporting Clube de Portugal presentes dentro das quatro linhas. Não é, aliás, um número surpreendente se considerarmos que dos vinte e três selecionados onze foram formados no Sporting, sendo assim o Clube cuja Formação é mais representada neste Mundial com doze jogadores (aos portugueses acresce Eric Dier de Inglaterra). À frente de escolas como a do Barcelona ou a do Ajax, ficando ainda de fora “selecionáveis” como Nani ou Bruma.

 

Seria provavelmente isto que José Roquette tinha em mente quando lançou o projecto da Academia de Alcochete.

 

É importante distinguir aqui, para se poder ser rigoroso na análise, entre quem lançou o projecto e os vários executantes do mesmo. O modelo que “faliu” no mandato de Godinho Lopes não foi o mesmo que foi “desenhado” no início do mandato de Roquette, sendo assim um pouco injusto apelidar toda essa sequência de mandatos como Roquettismo.

 

Esse modelo criou a primeira SAD no futebol português. Se o conceito encerrasse em si tantos defeitos, e nenhumas virtudes, não estaria já à data em utilização na Premier League, não teria sido seguido pela maioria dos outros clubes portugueses habitualmente presentes na Primeira Liga e não se manteria até aos dias de hoje. O objectivo era a criação de uma estrutura profissional e empresarial para gerir o futebol, em que o Clube manteria sempre uma maioria “confortável” e em que os sócios teriam a possibilidade de investir (e obter retorno) no seu Clube. Certamente não estaria no horizonte de ninguém ter que realizar vários aumentos de capital, com entrada de outros investidores qualificados, para sair de falência técnica. E muito menos o “inventar” de figuras como os VMOC que colocam em risco a maioria da SAD.

 

Foram pensados um novo Estádio, uma Academia e um Pavilhão. O Estádio e o Pavilhão inseridos num amplo projecto imobiliário. Não foi pensado que, lamentavelmente, o Pavilhão apenas viesse a ser construído no mandato de Bruno Carvalho por, além de culpas próprias, uma enorme burocracia discriminatória por parte do executivo municipal lisboeta. Não foi pensado que a Academia seria vendida a um Banco através de leasing e que o Sporting teria de pagar uma renda para a utilizar. Ninguém pensou que neste momento o Estádio fosse o último reduto de propriedade imobiliária verde e branca por tudo à volta ter sido vendido por necessidade de Tesouraria – e quando se vende em necessidade dificilmente se obtém o melhor preço.

 

Da Academia, state of the art quando foi inaugurada, era suposto saírem jogadores todos os anos para colmatar as necessidades do plantel principal. A eles apenas se deveriam juntar um par de contratações “cirúrgicas” que adicionassem valor, mas sobretudo experiência, ao plantel. Dos jogadores formados, idealmente, um seria vendido a cada ano e assim se garantiria não só a sustentabilidade necessária ao eternizar do modelo, como também se teriam atingido lucros que permitissem atrair mais investidores, com a inerente manutenção de uma boa cotação das acções, permitindo ainda ao Clube aplicar excedentes do futebol obtidos através de dividendos para outras modalidades. Não era suposto continuar a comprar dezenas de jogadores, apesar de todas as épocas se ouvir a palavra “cirúrgicas”. Não era suposto que as vendas ocorressem baseadas no “espartilho” imposto por credores. Não era suposto que as vendas ocorressem ao sabor das influências de empresários. Não era suposto vender jogadores a rivais. E, claramente!, não era suposto que jogadores apresentassem rescisões de contrato unilaterais.

 

O Campeonato Europeu vencido em 2016 foi também uma vitória do modelo teórico, pena que apenas a Selecção tenha colhido esses frutos.

 

Este não é o momento de apontar nomes, nem de revoluções que “queimem” tudo o alcançado – o mau, mas também o bom. Há que ser pragmático e analisar friamente os pontos de melhoria, percebendo que a Formação não só é a garantia do sucesso sustentável como é parte do nosso ADN.

 

É isso que espero ouvir das listas que se apresentarem a eleições, não que vão “rasgar” o que quer que seja, mas sim que vão “construir” em cima do que foi menos bem feito. Acima de tudo com rigor. Acima de tudo o Sporting Clube de Portugal!

 

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Acabou o campeonato e com ele o suplício de uma época desastrosa. Não apenas pelo terceiro lugar, por não se ter ganho (mais uma vez) qualquer troféu, mas porque fica a nítida sensação que se podia ter feito muito melhor. Desde logo, com o dinheiro usado nas contratações, que foi muito mal aplicado, tirando o caso de Dost. Com outro tipo de soluções, teria sido possível atacar muito melhor a época, não desgastando sempre os mesmos jogadores numa fase decisiva em que estávamos envolvidos em várias competições em simultâneo (Novembro-Dezembro) e poderíamos ter tido outros horizontes. Sobretudo com um Benfica abaixo do que fez na época passada e com um Porto claramente fraco e irregular.

Depois, fica a nítida sensação de que desde muito cedo o balneário ficou instável e com mau ambiente. Se foi devido ao: “a diferença está no treinador” que Jorge Jesus, em mais uma das suas tiradas egocêntricas e petulantes, produziu no rescaldo do jogo de Madrid, ou se depois da intervenção destemperada do presidente em Chaves, de forma audível para quem estava no exterior, em que descompôs e insultou os jogadores, não o sabemos. De qualquer forma, esses dois episódios constituíram apenas a face mais visível de erros que foram cometidos e que gradualmente conduziram a um divórcio dos jogadores com o treinador e com o presidente e que só não levaram a um rompimento do presidente com o treinador porque há pelo menos uma dúzia de milhões de euros de razões para que isso (ainda) não tenha acontecido. Provavelmente há muito mais que isto… por exemplo, sabemos que os campeões da Europa se mantiveram no clube na época anterior algo contrariados. Claro, que por princípio, defendo que os jogadores devem ficar no clube o tempo suficiente para que deles se possa extrair rendimento desportivo e saírem na altura certa, que corresponderá a uma grande oferta, não frustrando as suas expectativas que por muito que nos custe, são naturais. Mas para isso, têm de ser tratados de forma transparente e com rectidão, não lhes prometendo o que depois não se cumpre e não os humilhando. Ou seja, é preciso saber lidar com os recursos humanos e não os hostilizar ou desvalorizar. Mais uma vez, aqui há um longo caminho a percorrer.
 
Além de tudo o mais, ficou claro desde uma fase precoce na época, que seriam os jogadores, os bodes expiatórios de tudo o que corresse mal a partir dessa altura. Quer pelos sinais que foram sendo dados por alguns blogues que colocam acima de tudo a defesa da Direção, quer mesmo por intervenções públicas de pessoas que são próximas desta, como Pedro Baptista quando colocou em causa o profissionalismo de William, entre outros. Obviamente que seria completamente utópico pensar que tudo isto deixaria o plantel e a carreira da equipa fora de toda esta turbulência. Claro que esta culpabilização dos jogadores procurava preservar o treinador (porque era preciso pagar-lhe muito para sair) e a Direção (porque quer manter-se fora de contestação). Percebe-se ainda que o regresso antecipado de jovens valores emprestados em Janeiro, correspondeu mais a um sinal que a Direcção quis passar aos sócios do que genuína vontade do treinador em contar efectivamente com eles para o seu plano de jogo.
 
Ninguém gosta de viver num clima de passa-culpas, nem de quando não se assumem responsabilidades que são sempre colectivas. Ao contrário do que tentam fazer passar o presidente e o seu porta-voz Saraiva, a cultura de exigência que os adeptos devem ter não se resume a exigir rendimento dos atletas – o que obviamente teremos sempre de fazer. A cultura de exigência, prende-se com todos os elementos do clube que têm responsabilidades nos resultados. Quem contratou os jogadores e o treinador? Quem contratou os jogadores, que agora são tidos como únicos culpados? Quem gosta de assumir qualquer vitória como troféu, seja ela qual for e que foge nas derrotas?

Ninguém pode passar pelos pingos da chuva nesta hora, nem o treinador, nem muito menos o principal responsável pelo clube. A sua hora da verdade chegou, Bruno de Carvalho. Pode continuar agarrado aos 86% e achar que vão durar muito tempo, fazendo o que lhe apetece, alterando a agenda do clube devido à sua agenda pessoal, como acontece agora com a questão da Gala, ou dando mostras de romantismo pueril de adolescente na tribuna do Clube – não que eu seja especialmente puritano, mas porque sinceramente… não havia necessidade de mais uma vez baixar o nível de representação institucional do clube. Pode achar que pode atacar de forma gratuita os atletas das modalidades e os treinadores, (mais uma vez: quem os escolheu?) incluindo os poucos casos que têm dado títulos ao clube como no futsal, ou numa altura em que a equipa de andebol ainda tem possibilidade de ganhar 3 títulos: campeonato, Taça Challenge e Taça de Portugal. Pode entender que pode calar a voz da indignação dos adeptos, dos sócios e pelos vistos também das claques. Pode achar que está acima do clube, apostar na ignorância dos adeptos e abusar da sua boa-fé e pensar que o clube está aos seus pés. Pode pressupor que como estamos há 15 anos sem ganhar um campeonato, a nossa paciência é infindável. Mas depois não se queixe, nem diga que não foi avisado… e não se esqueça que quem sofre é o Sporting.
 
Ontem, tivemos mais um exemplo do que está a acontecer e de que o clube está a ferro e fogo, nesse barómetro que são as claques. Existiu a tarja dos 20 minutos em silêncio como protesto pelo rendimento da equipa (colocando mais uma vez o foco unicamente nos jogadores…). Mas também existiram tarjas a questionar as contratações - “reforços cirúrgicos?” e uma a referir: “só o Sporting é insubstituível”, esta última pelos vistos bastante incómoda para quem dirige o clube. Tivemos inclusive tarjas a atacar os jogadores, chegando ao ponto de visar individualmente Ruben Semedo e a desejar-lhe “bon voyage”. Independentemente do que ele possa ter feito, deveria ter existido algum bom senso em não desvalorizar desta forma um activo do clube, que agora fará toda a pressão para sair ou que, se ficar, o fará extremamente contrariado. Se a filosofia agora e na linha do discurso do bardamerda da noite da eleições, é renegar e expulsar do clube todos os atletas que não sejam adeptos do Sporting, talvez seja bom perceber que não é isso que conduz ao sucesso nem sequer a prática seguida pelos rivais. O que estará sempre em causa é o profissionalismo dos atletas. Já que BdC tanto gosta de se comparar com o Benfica, talvez seja altura de perceber que o segredo está em atrair talento para o clube, em lhes dar depois as condições necessárias (onde se inclui tranquilidade e competência) para que possam evoluir e potencializar as suas características. Isto é válido para jogadores, mas também para dirigentes, tendo o rival nos seus quadros pessoas que eram adeptas do Sporting e competentes como é o caso de Domingos Soares de Oliveira. Deixe de ser bacoco e de visões curtas, que quem perderá será sempre o clube. A cultura de ódio que se está a instalar na sociedade em relação ao Sporting e que extravasa já os adeptos dos principais rivais, deveria dar que pensar a qualquer pessoa sensata. Mas infelizmente não é esse o caso de quem actualmente ocupa o lugar de presidente da nossa instituição. Quem semeia ventos colhe tempestades… neste caso mais se poderá dizer que quem semeou tempestades poderá colher um furacão.
 
 
 
PS: em outro post irei abordar as perspectivas que se levantam para a nova época. Já agora, gostaria de reafirmar que nada me daria maior alegria a mim e aos meus companheiros deste blog, do que vir celebrar vitórias e sobretudo títulos do clube, por muito pouco que confie nesta Direcção para nos conduzir ao sucesso. O Sporting está sempre acima de tudo. Espero ainda poder vir a comemorar no andebol (excelente vitória na primeira mão da final da Taça Chalenge), no futsal e nos escalões jovens do futebol, num fim-de-semana que até nos correu de feição em termos de resultados. Endereço os meus sinceros parabéns às campeãs de futebol feminino e de rugby e aos nossos juvenis e iniciados que venceram os rivais no futebol.
 
Aos nossos leitores, dizer-lhes que são livres de discordar ou concordar do que aqui dizemos, mas nada nos desviará do caminho que escolhemos: defender genuinamente aquilo que no nosso entender, são os superiores interesses da instituição Sporting Clube de Portugal.
 
Sporting sempre!

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12
Mai17

Comunicados e alianças

por Krassimir

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Os últimos dias foram férteis em notícias e acontecimentos relacionados com o Sporting e infelizmente e para não variar, por razões nada favoráveis. Vamos por partes:

 

1) Post de Bruno de Carvalho no Facebook:

As declarações de Bruno de Carvalho, abordando a final da UEFA futsal Cup, que foram bastante críticas para a equipa de futsal, derrotada por 7-0 perante o Inter Movistar  e também a derrota em casa por 1-3 com o Belenenses da equipa de futebol de onze masculino, interrompendo um jejum de 62 anos, nas quais colocou ambas as situações no mesmo saco, levantaram bastante polemica no universo sportinguista. Nesta sequência o presidente do Sporting entendeu efectuar nova publicação, em que aborda ainda outros aspectos da nossa actualidade.
Na publicação é dito “O facto de ter a honra e o privilégio de servir o Clube que amo não significa que as pessoas se arroguem no direito de acharem que se podem meter na minha vida pessoal, opinando sobre o que eu devia ou não fazer.” Sem dúvida que ninguém tem nada de se imiscuir na vida pessoal de BdC ou de qualquer outro cidadão. O problema é que o próprio é quem estimula esta situação, colocando posts sobre a sua mãe no Dia da Mãe, falando várias vezes da sua família, cedendo entrevistas ao Correio da Manhã – jornal ou TV (o tal jornal que tanto nos ataca) e que se calhar terá também a primazia na cobertura do seu casamento. Portanto, quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.
Em relação à Gala, existem já indicadores bastante sólidos de que a mesma irá ser antecipada para dia 30 de Junho, por força do casamento de Bruno de Carvalho que escolheu a data da fundação do clube – 1 de Julho – para celebrar a cerimónia. Então não é ele que refere que não se devem meter na sua vida pessoal? Nesse caso porque mete a sua vida pessoal no clube? Pessoalmente não me interessa quando casa, com quem vai casar, ou as vezes que o fez ou fará. Mas condicionar a vida do clube por via desse facto é que sinceramente já não me parece minimamente compreensível. E no futuro como vai ser? O Sporting passa a comemorar no dia 1 de Julho o aniversário de casamento de BdC em vez da data de fundação? O clube é muito mais do que os seus presidentes, que o devem sobretudo servir e é para isso que são eleitos. Não é um palco para projecção de vaidades e não deve servir de argumento para publicações cor-de-rosa. Se esta alteração de data se confirmar, isto é simplesmente inconcebível.

Depois acrescenta: “No dia em que for ligar a cartas abertas de adeptos, bloguers, opinadores e afins sobre o facto de estar desagradado com ter perdido uma final com uma goleada é o dia em que perdi a noção da grandeza do Clube onde estou e tenho de me ir embora”.
Bruno de Carvalho que na noite das eleições disse “bardamerda para quem não é do Sporting”, parece estar agora a dizer “bardamerda para os blogs, adeptos e opinadores do Sporting”, no fundo bardamerda para todos os sportinguistas que ousam exprimir alguma crítica em relação a decisões desta Direcção ou a declarações do presidente. Neste momento já não são apenas os blogs do Eixo do mal, ou hipotéticos (rima com patéticos…) governos-sombra. São muitos sportinguistas que votaram em BdC e que ele acha que pode desprezar ou amesquinhar. Continua embriagado pelos 86%, esquecendo que nesses votantes, existe de tudo, desde indefectíveis que votariam nele nem que mudasse o nome do clube e dos equipamentos, até sócios que reconhecem algum mérito ao trabalho desenvolvido sobretudo no princípio do mandato anterior, a outros que entre PMR e a sua pessoa, acharam que BdC era, ainda assim, mais confiável. Nos últimos tempos, mais que qualquer opositor, é Bdc quem tudo tem feito para minar a sua base de apoio. E se diz exigir títulos, talvez fosse bom que percebesse que não se pode colocar de fora como simples adepto e dizer verdades lapalissianas de que os “sportinguistas querem títulos, não querem desculpas”. É preciso não esquecer que além de adepto, é ele como presidente o principal responsável para criar condições que permitam DAR títulos aos sportinguistas e pelos resultados do clube, que têm sido a miséria que todos temos podido constatar, infelizmente. E a “herança” de Godinho e dos “croquetes” começa a estar demasiado longe para servir de desculpa.
Sobre Jorge Jesus declara “Em primeiro lugar não sabia que tinha de vir a público esclarecer que o treinador tem mais 2 anos de contrato e que por isso existe um vínculo profissional em vigor”. Sem dúvida que Jorge Jesus tem mais 2 anos de contrato, tal como Marco Silva tinha mais 3 anos de contrato, mas tal não impediu a sua saída. Obviamente que no caso de Jesus por via do contrato pornográfico que BdC entendeu que podia assinar com ele, as coisas são mais complicadas, porque o Sporting ou o treinador (conforme o que rompesse o acordo) teriam de indemnizar a outra parte no montante do total de ordenados das próximas duas épocas (12 a 16 millhões de euros!), a não ser que existisse comum acordo. E não se pode esquecer que as suas declarações no final do jogo com o Belenenses foram um recado claramente também dirigido a JJ, dado em termos públicos. Portanto não é apenas especulação, ele próprio mostrou que há um divórcio ou braço de ferro evidente entre ambos. Acho que JJ podia continuar, mas para tal terá que assumir que esta época que está a terminar foi um enorme fracasso, do qual ele também foi responsável, quer nas contratações, quer nas decisões que foi tomando ao longo da época, quer no discurso desastroso que foi produzindo, começando após o jogo em Madrid, com o célebre “a diferença está no treinador”. Mas o problema é que do lado do Sporting também não tem existido a capacidade de mostrar uma estrutura profissional e eficiente que possa garantir igualmente escolhas acertadas nas contratações. Encontrar o ponto de equilíbrio será a chave, mas infelizmente não será fácil e preparamo-nos para iniciar a nova pré-época com as coisas bastante indefinidas e envolvidos em águas revoltas.

 

2) Reatar de relações institucionais com o Porto:
O Sporting está de relações cortadas com o Porto desde o início do anterior mandato de BdC. Na altura o motivo principal terá sido a falta de respeito manifestada por Adelino Caldeira, ao recusar cumprimentar e ao insultar BdC. Depois disso, e só para recordar episódios mais recentes, convém recordar, que se registaram: desvios de Danilo, Marega, Sá e Suk, que já estavam em conversações bem adiantadas com o Sporting; processo da equipa de ciclismo W52, levando a que esta rompesse um compromisso já apalavrado com o Sporting; o atraso na Taça da Liga, que levou a que o Sporting na temporada seguinte jogasse com a equipa B nesta competição, sob protesto. Além de terem sido testemunhas no caso Doyen, contra o Sporting. Isto só para referir alguns exemplos…
Portanto, foi com bastante surpresa que assistimos a um comunicado conjunto a declarar o reatar de relações institucionais e a anunciar vários pontos de convergência entre os 2 clubes. Não há dúvida que se tudo continuar como está, nos arriscamos a ver o Benfica a festejar não apenas o tetra, mas o penta, hexa, etc. Dominam todas as esferas de influência do futebol nacional: arbitragem, Liga, Federação, relações com outros clubes, comunicação social. Estão embalados, confiantes e têm também bons jogadores. Portanto, é importante repor algum equilíbrio, sobretudo assegurando regras mais justas, transparentes e que minimizem a possibilidade de adulterar as coisas de forma ilícita. Mas isso faz-se estabelecendo parcerias com os outros clubes, lutando também para que possam crescer e não os hostilizando, um pouco ao contrário do que tem acontecido. Assumir uma aliança ou convergência com o Porto numa fase destas (embora precipitado pela notícia da reunião entre ambos que vazou para a Comunicação Social e foi logo aproveitada pelo Benfica e seus apaniguados) em que o Benfica se apresta para amanhã conquistar o tetra, é só dar-lhes munições. Precisamos de trabalho, de eficácia para que finalmente surjam os resultados que tanto têm sido prometidos, mas que nunca mais aparecem.
E por fim, dizer que “é muito mais o que nos une do que o que nos separa” é passar uma esponja enorme sobre 40 anos em que o Porto dominou o futebol através da corrupção de árbitros, da compra de influência nas instâncias do poder desportivo em Portugal e da utilização de claques para coacção. É também esquecer que foi o clube que nesse período mais nos prejudicou, conquistando campeonatos que deviam ter sido nossos, roubando e desviando jogadores e treinadores do Sporting, proferindo afirmações de desrespeito para com o nosso clube que parece que desejavam extinguir. Por último é desrespeitar a luta de tantos sportinguistas contra o famigerado Sistema. Não, o que nos separa é e devia continuar a ser um abismo, nos métodos empregues e nos valores e princípios que historicamente norteiam a actuação de ambos os clubes, desde que Pinto da Costa é presidente da agremiação nortenha.
Que passem rápido estas últimas semanas e que apareça uma luz ao fundo do túnel e não uma penumbra ainda maior.
Sporting sempre!

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Na madrugada de sábado morreu um adepto junto ao Estádio da Luz. Num mundo em que as tragédias, as barbaridades e os actos cruéis ou sanguinários se tornaram banais e recorrentes, o risco é que mais uma vez encolhamos os ombros, assobiemos para o lado e que esperemos tranquilamente pela próxima manifestação de selvajaria e de barbárie. Provavelmente nem teremos de esperar muito e isso não deixa de ser inquietante.

Foi assassinado um adepto que nem era português e que estava em Portugal, acompanhado de mais três adeptos da "equipa viola", para assinalar a geminação entre a "Juventude Leonina" e a claque "Viola Club 7 Bello 1965". Mas isso para o caso é o menos importante. Um homem com nome e cara, Marco Ficini, de 41 anos, que tem agora uma família para o chorar e que representa uma tragédia a mais neste mundo louco. Ainda há poucos dias assistimos a um adepto a ser lançado mortalmente de uma bancada na Argentina por alegadamente pertencer a outro clube (o que pelos vistos até seria falso, mas que nunca serviria de justificação). Estamos decididamente num caminho perigoso, em que o extremismo e o fanatismo ganham terreno a cada dia que passa. E isso é transversal a vários sectores da sociedade.

Nem sequer interessa muito destacar os pormenores selváticos que rodearam a morte deste adepto italiano e que ainda não se conhecem na sua totalidade, e que vão para além de intencionalidade clara de matar numa agressão cobarde usando um veículo, tendo como pano de fundo o futebol. Morreu um homem assassinado, numa morte não só evitável como condenável. Só isso devia ser suficiente para sobressaltar as nossas consciências, para nos fazer pensar e reflectir.

Podemos sempre dizer e bem que não devia estar naquele local àquela hora, tal como adeptos do Benfica ou de outros clubes já estiveram junto a estádios de rivais em outras ocasiões. É um facto. De qualquer forma estamos ainda num país livre e não num campo de guerra e nada dá o direito a alguém de matar seja quem for. Isto não pode ser desculpado, justificado, ou muito menos compreendido.

Na reacção a isto tivemos os dirigentes dos dois clubes – Sporting e Benfica – num espectáculo mais uma vez deplorável. Um (BdC), aproveitando o facto para lançar um convite a LFV para estar consigo na tribuna de honra, carregado de indirectas ao presidente rival e à sua ligação às respetivas claques, mostrando que mais que uma tentativa séria de pacificação no futebol português, pretendia aproveitar-se da situação e rebaixar o seu homólogo benfiquista. O outro recusou aproveitando esse facto e mais tarde, numa manifestação de cinismo e hipocrisia, apesar de dizer lamentar o sucedido com o adepto italiano, quase justificou o sucedido com a presença dele no local errado na hora errada, tendo comparado o presidente do Sporting a Vale e Azevedo, chamando-lhe demagogo, populista e mentiroso. Na resposta seguinte, BdC apelidou-o de cobarde, ironizou com a porta 18 e o pó branco e disse que LFV, logo que saísse da presidência do Benfica, seria vizinho de Vale e Azevedo. Mais tarde o inefável Saraiva, que parece querer manter o emprego a todo o custo, carregou novamente sobre Vieira… e isto promete não ter fim, hoje provavelmente com os paineleiros a continuarem a degladiar-se nos programas televisivos de “comentário desportivo” e que só servem para incendiar ainda os ânimos e desviar as atenções daquilo que o desporto tem de mais belo e que devia ser o seu foco. Um lixo que só existe porque os adeptos dão audiência a estes verdadeiros atentados ao bom senso e à inteligência alheia. E nem com a divulgação de “cartilhas” deixam de assistir a este verdadeiro estrume televisivo que só serve para adubar a violência no desporto.

Ah… e pelo meio parece que até houve um Sporting-Benfica, que representou um péssimo espectáculo, em que o Benfica deu mais um passo rumo a um tetra inédito no seu historial, ainda para mais ajudado com novo deslize do Porto no domingo em casa, ante o Feirense. Mas isso pelos vistos é apenas um facto de menor importância. O espectáculo principal já não é o futebol, isso passou apenas a ser algo colateral. O que interessa é espezinhar o rival, seja para desviar atenções de fracassos sucessivos que vão ocorrendo desportivamente, quer para continuar uma hegemonia em que muitos dos métodos usados são questionáveis. Os adeptos são instrumentalizados e deixam-se arrastar nesta querela insana, aplaudindo estes episódios rasteiros dos seus dirigentes enquanto aguardam pelo próximo round e trocando insultos e ameaças nas redes sociais e em qualquer local em que tal se propicie. Parece que o simples facto de alguém ser de um clube rival dá direito a que seja demonizado ou achincalhado… não temos todos nós amigos e familiares que são de outro clube? E então? Desejamos-lhe algum mal? E porque raio havemos de querer mal a quem não conhecemos, que tem filhos, irmãos ou família que o estimam e querem e onde estarão incluídos também adeptos de vários clubes certamente? Ou estamos apenas à espera de um pretexto e de uma vítima inocente para descarregarmos todas estas emoções negativas e as frustrações pessoais?

Não era tempo de isto acabar? Querem que continuem a ocorrer mais mortes como a deste adepto e a do very-light em 1996? Ou está tudo bem desde que seja do "inimigo"?

Façamos todos uma reflexão e um apelo aos políticos, juízes, treinadores, dirigentes, adeptos.

Aos políticos… deixem de usar apenas o futebol e o desporto para aproveitamento dos sucessos desportivos das selecções. Não se limitem a comparecer nos estádios junto de dirigentes de clubes… Intervenham junto deles e façam-lhes ver que isto não pode continuar. Criem legislação e façam-na cumprir sobre violência verbal e não-verbal no desporto. Repudiem publicamente estes comportamentos. Dêem instruções às polícias para investigarem seriamente as claques e os métodos que utilizam, sejam elas legalizadas ou não. Há lá gente boa, mas também energúmenos e criminosos e estes não têm lugar no futebol.

Aos juízes pede-se que punam severamente os culpados, não apenas de assassinatos, mas de agressões cobardes a coberto de pretextos de “apoio” aos clubes.

Quanto aos treinadores, falem sobre o jogo, tácticas, objectivos, etc. Assumam os vossos fracassos e erros. Não andem, veladamente ou de forma declarada, a acicatar ainda mais os ânimos.

Em relação aos adeptos (todos nós)….Acabem-se com as tarjas a exaltar a violência ou a gozar com a morte de outros. Acabem com assobios a imitar very-lights. Acabem com agressões gratuitas nos estádios e à volta deles. Respeitem a morte, porque vai calhar a todos e de preferência que seja natural e ao fim de uma longa vida. As claques que se humanizem, façam cânticos a puxar pelo seu clube e pela positiva, parando com provocações ou comportamentos criminosos onde existirem, com ameaças mútuas ou desafios para duelos seja onde for. Comentem menos nas redes sociais, se não o conseguem fazer sem entrar num registo de insulto ou ameaça ao primeiro pretexto e não vejam apenas as culpas alheias. Não assistam a programas de paineleiros irresponsáveis. Desfrutem dos bons valores e dos verdadeiros prazeres da vida. Dêem um passeio, umas futeboladas com os amigos, independentemente do clube a que pertençam, ou façam-no com os filhos. Não contribuam mais ainda para tornar o mundo e o do desporto em particular, um local irrespirável e em que pessoas de bom senso e moderação, não possam ter lugar.

Por último, para os dirigentes, que têm responsabilidades acrescidas, não façam declarações irresponsáveis. Não usem os adeptos dos respectivos clubes como escudos humanos ou baixas colaterais, para poderem desviar as atenções ou para se manterem agarrados ao lugar. Não distribuam cartilhas a parasitas do futebol a quem ninguém devia dar audiência ou atenção. Sensibilizem os vossos departamentos/agências de comunicação para darem mais atenção à divulgação das notícias sobre o próprio clube e o mínimo de intervenções sobre os rivais.

Não transformem tudo isto num campo de batalha que torne impossível ou imprudente levar crianças a estádios ou ir acompanhado com amigos ou namorados/as de clubes rivais, sem que se corram riscos sérios de agressões, nem que seja de pessoas do próprio clube. Mais que isso… não desmotivem de vez as pessoas de irem assistir a espectáculos desportivos, porque isso levará ao definhamento dos clubes. Defendam os emblemas que representam, mas não os envergonhem. Tenham carácter e não subestimem o alcance a gravidade do que dizem/mandam dizer e as consequências dos actos que praticam. Se no final não o conseguirem… podem sempre retirar-se e deixar o desporto e o futebol para quem o preza e sabe respeitar.

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20
Abr17

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E eis que, “num abrir e fechar de olhos”, chegámos ao redondo número 100.

 

Antes de mais, gostaríamos de agradecer do fundo do nosso coração sportinguista a todos os leitores, todos! Aos que leram todos os 99 anteriores como aos que leram apenas 1, aos que concordam com o que lêem e aos que discordam. Não nos lançámos a este desafio para “palmadinhas nas costas” mas sim para incomodar e (tentar) fazer pensar. Para tudo o que é realmente importante na vida não existem soluções fáceis ou únicas, e, quando se trocam ideias todos saímos a ganhar.

 

Para assinalar um número “especial” impõe-se um tema especial. E, considerando o nome que escolhi para aqui assinar, é fácil perceber que o Iordanov é um “assunto” que me é mesmo muito caro!...

 

Porquê?

 

Há pessoas, atletas e não só, que ficam na História pelos números. Tomemos o exemplo Cristiano Ronaldo. Dentro de 200 anos que memória sua persistirá? Os campeonatos, as taças, as internacionalizações, os golos, as assistências, as Bolas de Ouro… Em resumo, a memória futura escreve-se com algarismos. Mas conseguirão os números contar a história do menino que deixou a família na Madeira e veio sozinho para Lisboa? Sente-se nos números o odor do suor que toda a sua carreira deixou nas camisolas de treino? Não.

 

Ivaylo Iordanov é mais um caso paradigmático da ditadura dos números. No Sporting Clube de Portugal venceu “apenas” 1 Campeonato, 1 Taça de Portugal e 1 Supertaça Cândido de Oliveira. Nunca foi quem teve mais assistências. Nunca foi o melhor marcador. Aliás, marcou sensivelmente os mesmos golos na sua carreira de Leão Rampante ao peito que o supramencionado Cristiano marca em “apenas” época e meia. Mas ainda hoje recordo com um sorriso escarno-condescendente o momento em que na final da Taça, frente ao Marítimo, pretendia assistir de cabeça Sá Pinto ao segundo poste e o cabeceamento saiu… para a baliza. Um dos 2 golos com que o Sporting resgatou o troféu, ambos marcados por ele. E eternamente recordarei, com sorriso comovido, o momento em que subiu à estátua do Marquês de Pombal para a ele confiar um cachecol do recém-Campeão. Ainda recentemente se mostrou disponível para repetir o gesto.

 

Nasceu a 22 de Abril de 1968 (sim, faz anos no sábado…). Chegou ao Sporting em 1991 pela mão de Sousa Cintra, era então treinador Marinho Peres, proveniente do Lokomotiv Gorna ao serviço do qual se tinha sagrado o melhor marcador na época anterior. Foi também 50 vezes internacional pela Bulgária, tendo sido um dos que ajudou ao honroso 4º lugar no Mundial de 1994.

 

No Sporting marcou 71 golos em 226 jogos oficiais. Ultrapassou a fasquia dos 10 golos em 3 épocas: logo na primeira, em 1994/95 e em 1998/99. Não se considere no entanto que fosse perdulário/ineficaz, pois é importante recordar que à data as equipas alinhavam normalmente com dupla atacante e, sendo Iordanov intrinsecamente um lutador, o habitual seria ele ganhar lances para outros converterem. Entre esses outros podemos mencionar Cadete, Juskowiak, Sá Pinto, Paulo Alves e Acosta. Dos que foram por si assinados, fica aqui uma pequena amostra:

 

 

Personifica na sua vida o ADN do Sporting: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória. Não por acaso foi um Grande Capitão, apenas o segundo de nacionalidade não portuguesa na História do Sporting. Algumas fotografias de ex-atletas do Clube, pelo que representam, deveriam ter lugar de destaque em Alcochete, sendo a sua uma das obrigatórias! Já venceu um cancro. Já recuperou de um gravíssimo acidente de viação. Luta desde 1997 contra a esclerose múltipla, sendo que após a mesma lhe ter sido diagnosticada teve como segunda reacção dizer ao médico que o ajudasse a ir ao Mundial de 1998 e a ser campeão pelo Sporting. Foi ao Mundial. Como se viu atrás, a época 1998/99 foi uma em que apontou mais golos. E, finalmente, na época seguinte concretizou o sonho!

 

Retirou-se como jogador em 2000/01. Chegou a integrar a estrutura de futebol do Sporting como treinador-adjunto da equipa B. Disse recentemente que, se um dia “o telefone voltar a tocar”, volta sem pensar duas vezes. Lamentavelmente apenas teve o seu jogo de homenagem em 2010, por questões absurdas que nem vale a pena referir. Os símbolos serão sempre mais importantes do que meia dúzia de patacos…

 

Já este ano, um jornalista brasileiro, que já o tinha entrevistado 18 anos antes, deslocou-se a Sofia para fazer um follow up da entrevista original. Levava-lhe, para além de perguntas, mensagens de apoio de ex-colegas brasileiros com quem tinha jogado no Sporting.

 

Ainda esta semana, na excelente rúbrica #Sporting160, foi entrevistado e deixo aqui através da Bancada de Leão o programa completo e as suas notas.

 

São estes Homens que nos devem servir de exemplo, no desporto e na vida! São estes Heróis que merecem, sempre, ser recordados. Não pelos números… Pelo “suor”!

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Na passada sexta-feira, dia de “jackpot acumulado” em Portugal por ser feriado e recheado de sol, jogou-se ao final da tarde uma partida bem disputada entre os “verde e branco de Setúbal” e os “verde e branco de Portugal”.

 

Passados já três dias do jogo não me irei alongar muito no comentário de futebol propriamente dito.

 

Mais um bom ensaio para o derby, aproveitando Jorge Jesus para o derradeiro teste à condição física de Adrien Silva. Se nesse aspecto, aparentemente, está tudo bem, tendo até o capitão alinhado os 90 minutos, já na qualidade do futebol praticado nota-se estar ainda um bocadinho “perro”. Nada que a motivação de disputar um jogo contra o principal rival não resolva. É o que esperamos todos.

 

No resto dos jogadores elencados pelo treinador, registaram-se as saídas de Bryan Ruiz (para a já referida entrada de Adrien) e Podence (a ceder o lugar ao “dono” Gelson Martins). De resto mais nenhuma alteração. Há que elogiar esta continuidade neste momento da época, embora em uma ou outra posição se possa discutir a opção escolhida para essa continuidade.

 

Nota positiva para Bruno César, a mostrar mais uma vez que mais do que um jogo na mesma posição não pode fazer mal… E se a posição for a mais adequada às características do jogador… O mais provável é fazer bem.

 

Das opções desapareceu Francisco Geraldes. Deve ter sido castigo, e merecido! Afinal, quem o mandou jogar bem a semana passada frente ao Boavista?! O desplante do miúdo… Com toda a justiça alinhou pela Equipa B, estranhamente na posição que Jorge Jesus afirma que ele não tem características para actuar… Deve ter feito parte do castigo.

 

Na marcha do jogo esteve o Sporting a maior parte do tempo no comando das operações, nunca a comandar absolutamente mas sem grandes sobressaltos. Regista-se alguma sorte no primeiro golo marcado, pelo lance em si, e também no segundo golo pelo momento em que ocorreu. Nenhuma destas felicidades belisca a justiça da vitória Leonina.

 

Saindo finalmente do relvado, concentro-me agora no ambiente. Só tenho uma palavra: bravo!

 

Poderia pensar-se que o episódio ocorrido na Taça poderia prejudicar o ambiente deste jogo. Felizmente essa “suspeição” não passou disso mesmo. Assim deveria ser sempre o futebol.

 

Viajei para Setúbal com amigos, onde nos encontrámos com outros amigos que tinham aproveitado o dia de sol para um primeiro pisar dos grãos de areia nas magníficas praias da Arrábida. Para ponto de encontro da peregrinação, que teria obrigatoriamente de passar por uma esplanada, imperiais e choco frito, escolhemos local com o nome mais apropriado possível – o Leo do Choco Frito. Tudo bom: atendimento, qualidade, convívio entre amigos, entre adeptos de mesmo clube e entre adeptos de clube diferente.

 

No caminho até ao Estádio do Bonfim, no acesso ao interior do mesmo e já lá dentro a continuar o ambiente saudável de quem está ali para viver o futebol e apoiar o seu clube. De registar uma assistência bastante assinalável com todas as bancadas bem compostas, as duas centrais com mais adeptos do Vitória, a bancada sul completamente lotada com adeptos do Sporting e com uma diagonal preenchida de adeptos de ambos os clubes em saudável rivalidade.

 

Isto é o futebol! Ou pelo menos assim deveria ser sempre.

 

O futebol não é claques. O futebol não é cânticos insultuosos. O futebol não é comentadores e dirigentes. O futebol são as pessoas, as famílias, a divertirem-se e conviverem. O futebol é o apoio à nossa equipa, desejando e gritando a plenos pulmões que ela ganhe sempre! Mas com legitimidade e respeito por todos.

 

Estou a pedir muito?

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O Sporting conseguiu ontem uma vitória fácil frente ao Boavista, devido às facilidades concedidas pela defesa boavisteira, mas também pela facilidade com que Bas Dost introduz a bola na baliza. Esperava-se um confronto mais aguerrido, por esta ser uma característica intrínseca dos axadrezados, mas também por trazerem consigo uma boa sequência de jogos sem perder.

 

Na baliza verde e branca Rui Patrício limitou-se practicamente a assistir ao jogo, a tal ponto que poderia ter contado, com legitimidade, para o total de espectadores presentes em Alvalade.

 

Na defesa a repetir-se o último quarteto. Contra um ataque pouco acutilante não houve quaisquer consequências de uma ou outra desconcentração de Coates e Semedo, mais do segundo cuja forma actual parece chamar Paulo Oliveira de volta à titularidade. Schelotto no seu jeito meio trapalhão habitual, sempre voluntarioso a apoiar o ataque. Marvin surpreendentemente a jogar bem pelo segundo jogo consecutivo, a registar até alguns bons cortes.

 

No miolo uma imponente exibição de William, como que a hipnotizar adversários, colegas e público nas suas valsas em slow motion. Ao seu lado, pela última vez esperamos todos, Bryan a demonstrar mais uma vez a teimosia de Jorge Jesus em colocá-lo a "8", a falta de vigor físico para a posição e o descerto no passe curto foram sendo intercaladas com algumas boas aberturas na vertical.

 

Nas alas um bom aproveitamento da chamada por ambos, tanto de Bruno César como Podence. Se o primeiro tivesse mais rotina numa só posição e o segundo uma oportunidade logo no início da época, estaríamos agora provavelmente a colocar uma pressão mais próxima aos adversários.

 

No ataque o imperial Bas Dost a assinar um hat trick e a colar-se a Messi no topo da Europa! Alan Ruiz começa, felizmente, a habituar-nos também aos golos. Se continuar a evoluir, com foco na velocidade, poderá tornar-se um jogador apetecível noutros campeonatos – principalmente o italiano.

 

Do banco sairam Adrien, Campbell e Francisco Geraldes. Nota para o regresso do Capitão com grande aplauso colectivo em Alvalade, a demonstrar estar bem fisicamente mas com expectável falta de ritmo. "Só" lhe pedimos o "milagre" de o recuperar todo numa semana... Vá lá! Tu consegues! Nota igualmente para um bom conjunto de passes de Geraldes, a deixar um perfume de interrogação nos poucos minutos que esteve em campo: "Porque não jogou mais na ausência de Adrien...?!"...

 

Em resumo, apesar de uma ou outra escolha discutível, apesar de um ou outro desacerto, ficou um bom ensaio para o jogo contra o benfica. Nota-se que a sequência de bons resultados faz subir a confiança de todos e que as coisas saem melhor assim, com melhores jogadas e melhor entendimento. É também bastante notório o envolvimento de toda a equipa no projecto individual de Bas Dost e isso, claro, só pode trazer bons resultados também para o colectivo.

 

Esta boa sequência de resultados, apesar de nem sempre boas exibições, permite encarar o jogo com o rival com optimismo. Força Sporting!

 

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06
Abr17

O vício das queixinhas

por Krassimir

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Após a saída de Jorge Jesus do Benfica e a sua confirmação como treinador do Sporting, o Benfica interpôs um processo a Jorge Jesus, reclamando uma indemnização de 14 milhões de euros, a qual representaria um euro por cada benfiquista (contabilidade em que devem entrar os nascidos, já falecidos e os que ainda estão por nascer…).

Todos nos recordamos de na época passada o Sporting ter vivido uma parte significativa dos jogos sob o espectro do castigo a Slimani, depois deste ter dado uma cotovelada a Samaris, numa partida com o Benfica, falta que não foi sancionada durante o jogo por Jorge Sousa. Muito se discutiu, primeiro se existia moldura para castigo ou sumaríssimo e depois qual seria o castigo a aplicar, após o Benfica ter feito queixa do Sporting.

Além disso, o clube rival fez também queixa de Bruno de Carvalho, por afirmações suas sobre Vítor Pereira em que dava a entender que este não era imparcial na sua actuação como presidente da APAF, facto que viria a resultar no castigo recente aplicado ao presidente do Sporting de 113 dias de suspensão.

Houve ainda uma outra queixa contra o Sporting, sobre Gauld e Geraldes e a sua saída do Vitória de Setúbal nesta época, num processo nada dignificante para o nosso clube e ainda hoje por explicar, denunciando a quebra de regulamento por parte do emblema de Alvalade, com base no ponto 5, do artigo 78.º, que no fundo impediria o termo do contrato de cedência.

Como se compreende, nos dois últimos casos, o Benfica nem sequer era parte directamente envolvida e mesmo assim decidiu fazer queixas do Sporting. Sem dúvida que isto coloca em causa a tese que é advogada pelos comentadores e paineleiros benfiquistas de que não se preocupam com o Sporting e que o Benfica tem uma postura pacificadora e que não provoca ninguém.

E perante isto o que fez o Sporting?

Além de dedicar grande parte da sua Comunicação e intervenções do seu presidente a falar do Benfica, respondeu à queixa contra Slimani, identificando cinco agressões dos jogadores encarnados sobre os seus jogadores e invocando ainda um empurrão de Jardel a Raul José.

Foram também elaboradas queixas sobre o caso dos vouchers que chegaram inclusive à UEFA.

Em Dezembro de 2015 fez queixa na Liga contra Rui Gomes da Silva, na altura elemento da direção do Benfica, Rui Costa, administrador da Benfica SAD, João Gabriel, então director de comunicação do Benfica e Benfica SAD, e Pedro Guerra pelas declarações que foram fazendo.

Mais recentemente, em fevereiro de 2017, foi feita queixa contra Rui Vitória devido à sua presença na flash interview da RTP, após a derrota com o Moreirense na final da Taça da Liga, depois de ter sido expulso já após o apito final.

E por fim, surgem agora sete queixas contra o rival, já depois da suspensão de BdC, no que parece ser uma resposta a esse castigo, envolvendo: 1) Agressão de Jonas a Nuno Espirito Santo, 2) Processo contra Samaris por agressão a Alex Telles, 3) Queixa contra Rui Vitória por palavras na Conferência de Imprensa, 4) Queixa contra Domingos Almeida Lima (nº2 do Benfica) por declarações no dia 23 Março em Abrantes, 5- Contra Luis Bernardo (director de comunicação) por causa do comunicado da gala das quinas de ouro, 6) Contra o Benfica por declarações antes dos jogos, 7) Queixa no IPDJ por causa do apoio do Benfica às claques não oficiais.

Não pretendendo que esta lista seja exaustiva, pois ainda existiram mais queixas, dá bem para entender ao estado de insensatez a que se chegou e talvez se comece a perceber a crispação que se vive actualmente no desporto em Portugal e em particular no futebol, que se calhar só irá parar ou atenuar-se quando ocorrer alguma tragédia. Só que normalmente nestes casos são os adeptos que sofrem a irresponsabilidade dos dirigentes, que acabam por assobiar para o ar enquanto vão imitando o imperador Nero, vendo Roma a arder, depois de a terem incendiado.

É tempo de dizer basta! Não vamos a lado nenhum desta forma. Obviamente que não há inocentes, mas começa a ser gritante a loucura de todos.

E naquilo que mais nos preocupa e nos envolve directamente, há uma grande falta de coerência. Como podemos ter um presidente que acusa o rival de querer ganhar o campeonato das queixinhas e depois produz sete queixas contra o Benfica ou elementos ligados a esse clube, ainda por cima envolvendo casos que ocorrem num jogo com o Porto, que não nos diz respeito e cobrindo situações que este clube nem sequer entendeu usar da mesma forma? O Porto, que é um clube grande, poderoso e com recursos, precisa que o Sporting seja seu advogado de defesa? Claro, que o que se pretende é atingir o Benfica, mas vale tudo para isso, incluindo a perda da nossa identidade e colarem-nos ao Porto e aos seus interesses?

E que vamos ganhar com isto? Esperamos que Jonas e Samaris sejam castigados e não joguem contra nós? A sério? Mas alguma vez a decisão seria dessa forma ou mesmo com a rapidez necessária para que isso acontecesse?

Claro que há adeptos que exultam com isto e vêm com a máxima de “olho por olho, dente por dente”. Pois, se calhar o resultado disto é ficarmos todos cegos e desdentados… e o pobre futebol português lá vai cada vez mais perdendo competitividade e prestígio.

Queremos ser diferentes e contribuir para a elevação ou achamos que temos de jogar ainda mais baixo do que o rival? Queremos ser selectivos, atacar de forma inteligente e vibrando golpes certeiros, salvaguardando os nossos valores e a nossa diferença ou o que interessa é disparar para todos os lados, desvalorizando o peso da nossa palavra e das nossas acções? Queremos ser os espalha-brasas do futebol nacional, ou pretendemos dar um bofetada de luva branca nos rivais deixando-os sozinhos na lama e atacando-os de uma forma bem mais eficaz?

E por fim… onde nos tem levado esta guerra feita de forma cega e sem estratégia de fundo, sem que se arranjem aliados que nos possam suportar e sem consolidar o clube e a sua voz no desporto? Será este o caminho? Ou pretende-se apenas desviar as atenções daquilo que verdadeiramente interessa, que é a competitividade da nossa equipa, a constituição do plantel e a forma como se vai preparar a próxima época, enquanto continuamos alegremente a coleccionar derrotas dentro e fora do terreno de jogo?

 

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22
Mar17

Sujar as mãos

por Krassimir

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O Sporting tem sido desde há muito um clube adiado em que os títulos são uma permanente miragem, que tem servido como cobaia de experimentalismos e sede de quimeras.

 

Foi esta ausência de títulos e o jejum de campeonatos que explicam o aparecimento de sebastianismos como o que é representado por Bruno de Carvalho, a sua aceitação pelos sócios e o estado em que nos encontramos actualmente.

 

Para inverter este ciclo, os profetas deste novo Evangelho, pregado pelo pastor Bruno de Carvalho e que são representados pelos comentadeiros e blogueiros do “regime”, defendem que os sportinguistas são os principais culpados desta situação e que é necessário “sujar as mãos”.

 

Ou seja:

  • Se os outros roubam e são corruptos, nós temos de o ser também e talvez mais;
  • Se os outros são fanáticos e dão mostras de uma insensatez doentia, nós também temos de o ser;
  • Se os outros têm um Director de Comunicação patético e que mais serve como troll que outra coisa, nós tivemos de arranjar um que igualmente o seja e de uma forma hiperbólica;
  • Se os outros têm arruaceiros, bem como malta que agride e ameaça, nós também temos de o fazer, nem que seja contra os próprios consócios do clube;
  • Se os outros aldrabam assistências e números de sócios, nós também precisamos de ir pelo mesmo caminho;
  • Se os outros têm presidentes há mais de uma década ou de três décadas, nós também temos de ter um assim, ainda que, ao contrário dos rivais, não tenha ganho nada de relevante;
  • Se os outros mentem por sistema, nós só temos de imitar;
  • Se os outros gastam o que não têm e não devem, nós só precisamos de gastar ainda mais;
  • Se os outros têm comentadores televisivos grotescos e ridículos como Pedro Guerra, nós precisamos de outros semelhantes;
  • Se os outros não sabem perder, nós fazemos o mesmo;
  • Se os outros fazem uma triste figura e não dignificam o desporto, o Sporting deve estar ao mesmo nível.

 

Pois, lamento desiludir quem pensa assim, mas isto não nos vai levar a lugar nenhum. Ou antes, vai fazer com que o clube perca a sua identidade, a sua matriz única e que tanto seduziu adeptos de vários lugares do país e do mundo e cuja devoção ao clube tem sobrevivido a este deserto de vitórias. O presidente disse recentemente que em 110 anos de história nunca tivemos um presidente que se preocupasse com a identidade do clube, infelizmente o que parece é que nunca tivemos ninguém que tão facilmente estivesse disposto a abdicar dessa identidade e que faz do “ser do Sporting” algo único e inigualável. A identidade do clube está mais que estabelecida, é riquíssima a nível da postura no desporto, no eclectismo, na dignificação dos valores da competição e na capacidade de dar talentos ao desporto português, no futebol, no olimpismo e nas modalidades. É isto que nos pedem agora para abandonar, “sujando as mãos”, como se fosse esta aposta na brejeirice e na ausência de escrúpulos e princípios que nos conduzisse às vitórias. Há até quem defenda uma refundação do clube… para esses só um conselho: sigam o vosso caminho, fundem outro clube e deixem o Sporting para os sportinguistas que sentem o clube, que o respeitam e que se orgulham da sua História e dos seus valores.


Sporting sempre!

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Ser do Sporting tem sido quase sempre assim… iniciar uma nova época com esperança, ver esse ânimo e crença ir diminuindo progressivamente até que se converte numa desilusão e na nossa resignação mais ou menos habitual. Apenas tem variado a altura em que normalmente deixamos de acreditar. Uma vezes era o tão famigerado Natal, outras um pouco mais tarde… como na época passada em que estivemos quase até à última jornada com a ideia de que era possível, embora para muitos a derrota em casa com o Benfica possa ter representado o canto do cisne em termos das nossas aspirações ao desejado título de campeão nacional.

 

Passa assim ano após ano, em que ficamos um pouco mais velhos, em que os nossos filhos a quem tentamos transmitir o gosto por este fantástico clube, também ficam mais velhos e continuamos a ver os outros ganhar o que devia ser nosso. Os outros adeptos a fazerem a festa e nós a assistir.

 

E depois perguntamo-nos muitas vezes “porquê?” Porque temos como sina ver os grandes jogadores, que formamos e desenvolvemos, triunfar em outros clubes? Porque abrimos caminhos como a aposta no eclectismo, que depois os outros vêm copiar e onde também vêm festejar títulos, como no andebol e hóquei, modalidades em que tínhamos e temos grandes tradições?

 

A essência do desporto é competir e tentar vencer. Nós não temos conseguido vencer muitas das vezes. Claro que temos várias medalhas e títulos para festejar, mas nas modalidades colectivas e em particular no futebol, o registo tem sido muito mau, abaixo do desejável e do que um clube como o nosso merece.

 

Vem todo este arrazoado a propósito deste fim-de-semana.

 

Assistimos aos jogos dos rivais e interrogamo-nos como é possível estarmos (antes do início da jornada) a 12 e 11 pontos de diferença deles? Equipas que jogam de forma medíocre, com dois treinadores medianos e sem brilho e no entanto esta época estiveram muito acima de nós…

 

O que é certo é que o Benfica teve uma escorregadela, que não aconteceu na época passada nas últimas nove jornadas quando estavam a disputar o campeonato connosco, mas o Porto não teve a capacidade de a aproveitar. Podemos até pensar que o Sporting da época passada, tirando um período entre Janeiro e Março que nos foi fatal, exibiu um futebol que ainda ninguém mostrou esta época. Mas isso de pouco nos vale agora.

 

Na próxima jornada há um clássico, que será importante para o desfecho do campeonato. Uma vitória do Benfica significará tornar quase certo um tetra inédito para aquelas bandas, um empate deixa-os mais dependentes do jogo connosco e uma derrota caseira (cenário que parece menos provável) poderá aí sim dar um alento ao Porto que os leve a vencer o campeonato.

 

Nós vamos assistindo a isto de longe, com a tal resignação de sabermos que estamos fora disto, por culpa de uma época miserável, em que o bom futebol não quis nada connosco e os resultados também. Depois de um jogo bem conseguido contra o Tondela, regressámos ao registo habitual de mediocridade no jogo com uma das equipas mais fracas da Liga, o Nacional. Valeu o inevitável Bas Dost e pouco mais se viu. Claro que há quem faça contas mirabolantes com pontos perdidos por parte dos rivais e um registo imaculado nosso até final e que até parece acreditarem num milagre. Pois deixem lá o mundo das fábulas e pensem só nisto: são DOIS rivais para recuperar pontos e precisamos que percam 19 pontos e que nós não percamos nada até final. Ou seja, que percam mais pontos nestas 8 jornadas do que até aqui e que ambos os percam. Portanto, vamos lá cair na realidade crua e dura…

 

Então o que nos resta? Bem, para já que tal brindar os adeptos que continuam a ir a Alvalade, mesmo com a época perdida, com boas exibições? Em lhes servir alguma esperança para a próxima época, com apostas em jogadores que possam evoluir e dar-nos alegrias? É que só nos resta isso e tentar ganhar todos os jogos até final, encurtando distâncias para os da frente e em particular para o segundo classificado. Com um discurso positivo, a apelar ao melhor que existe nos sportinguistas e a estimular a nossa fé em que melhores dias virão e já na próxima época, deixando de lado os egos e as bazófias que nunca fizeram parte do nosso ADN… Fazendo crescer a ideia de que neste defeso contrataremos de forma acertada e ponderada, para as lacunas do plantel, em que à cabeça surgem os laterais, não o fazendo à toa e indo buscar jogadores em baixa em outros clubes, apostando numa redenção miraculosa em Alvalade… Apostando na Formação, de onde tanto talento tem vindo e onde temos Iuri, Podence, Geraldes, Domingos Duarte, Palhinha, só para citar alguns e complementando-os com a dose de experiência e categoria necessária para os enquadrar devidamente… Construindo uma estrutura a sério para o futebol, não demasiado dependente do treinador e em que o critério major seja a competência e a boa interligação entre os vários elementos e sectores… Será assim tão complicado?

 

Abro um parêntesis para Leonardo Jardim e o seu Mónaco. Simplesmente espectacular o trabalho que o treinador português está a desenvolver no principado. A contratação deste treinador para o Sporting constituiu uma das medidas mais acertadas de Bruno de Carvalho. Recuperou a equipa de futebol, construiu as bases dos anos seguintes e mostra agora o que poderia ter sido o seu percurso no Sporting e do nosso clube se tem ficado para um projecto a médio prazo. Nunca se queixa dos jogadores que não tem e que não é possível contratar (veja-se que mesmo quando foi para o Mónaco, teve de começar quase do zero…), não fala de arbitragens, respeita os adversários e revela uma enorme competência a desenvolver jogadores jovens. Mas pronto, não vale a pena falar mais nisso, porque saiu ao fim de uma época. Nem vou especular porque saiu e vou aceitar como boa a tese de que só saiu pela proposta ser irrecusável e não porque existisse algum mal-estar com a Direcção.

 

O treinador que temos é Jorge Jesus, que ganha um ordenado altíssimo e a quem estamos amarrados. Agora resta pressionar o treinador a ganhar, numa altura em que vai para a terceira época connosco e apenas tem uma Supertaça para apresentar como conquista. A nossa estrutura e o treinador têm de estar à altura do que o nosso clube e os adeptos merecem.

 

E não deixa de ser irónico ver alguns “grandes” sportinguistas no Facebook e nos blogs a queixarem-se dos adeptos do Sporting… porque ousam criticar a falta de qualidade de jogo da equipa. Imagine-se o descaramento deles! Porque estes adeptos querem ganhar e não apenas ouvir dizer que o vamos fazer e depois isso não se verificar. Porque acham que uma vez que continuam a ir ao Estádio, mesmo sem objectivos decentes para alcançar, merecem ao menos bons espectáculos. Porque acreditam na matriz e princípios do clube e continuam época após época a ver o seu presente de glória adiado. E depois vemos os adeptos de um clube que é tricampeão a dizerem neste fim-de-semana que o campeonato está perdido, após uma escorregadela e a criticar o seu treinador. Vemos o Dragão cheio, mas apenas porque neste fim-de-semana podiam assumir a liderança no campeonato. E depois questionamo-nos: esta gente que critica os outros sportinguistas não se enxerga e não tem vergonha na cara? Se alguma coisa 86% dos sócios têm "culpa" é de votarem em quem os elege como bode expiatório dos insucessos em 86% das ocasiões…

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