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O Sporting é a paixão que nos inspira. Não confundimos competência com cultos de personalidade. 110 anos de história de um clube que resiste a tudo e que merece o melhor e os melhores de todos nós. Sporting Sempre
O Sporting jogava ontem a última cartada para poder ainda almejar conseguir algo esta época, um lugar na Champions na próxima época e o acesso às receitas que são vitais para manter o clube competitivo e a lutar por objetivos ambiciosos.
Na abordagem ao jogo, Jorge Jesus contava com um handicap claro, a ausência de William e para o colmatar fez avançar Palhinha, escolha que não se pode criticar, porque é a alternativa que existe para a posição.
Já muito mais incompreensível foi ter-se apostado em Matheus de início num jogo desta responsabilidade. Não porque o jogador não tenha valor, mas porque não está claramente a atravessar um momento de forma que lhe permitisse encarar esta partida com a confiança necessária. Não tem quase tempo de jogo na Primeira Liga, viu já várias vezes o treinador dar a entender que não apostava nele e além disso não tem rotinas com a equipa.
Mas isso remete-nos para o início da época. Se todos nos recordamos, na altura da pré-época, Podence, Palhinha e outros tentaram justificar perante o treinador ter valor para pelo menos merecerem ficar no plantel. E o que aconteceu? Perante adversários muito difíceis, sem ainda terem rotinas de jogo e sem enquadramento com outros jogadores mais experientes e de qualidade, foram lançados às feras. Claro que não correu bem. Jorge Jesus conseguiu o que queria, dar a entender que com a formação não dava e que teria de ir contratar vários jogadores. O Sporting gastou dinheiro e investiu em vários jogadores, mais uma vez sem contratar para as laterais, posição que assumidamente já se reconhecia estar mal servida e o resultado foi o que se viu. Depois de gastar vários milhões de euros, a equipa chegou a Janeiro já quase sem objetivos e com a única preocupação em despachar o que tinha vindo e nada tinha mostrado. Alguns foram vendidos, outros emprestados, outros ainda esperam por colocação.
Em sentido contrário, fizeram-se regressar jogadores jovens da formação, dando a entender que essa era novamente a aposta. Entretanto, foi saindo para a Comunicação Social que a Direção ia rever as funções de Jorge Jesus e diminuir-lhe os poderes de contratar quem entende, levando-o a apostar mais na formação.
Depois do jogo de ontem e sobretudo da inenarrável conferencia de imprensa de Jorge Jesus, a ideia que fica é que o treinador do Sporting quer reconquistar novamente espaço de manobra. Quer mais uma vez justificar a aposta em contratações caras e provavelmente fracassadas e que a formação nunca será para ele uma paixão ou uma aposta verdadeira. Para isso não hesita em queimar os nossos jogadores jovens, quer na forma como os lança em campo, quer como fala deles. Sabia que ao lançar os jovens, poderia usar essa desculpa se algo corresse mal. Claro que Palhinha teve alguma culpa na forma como aborda o lance do primeiro golo, mas este só acontece porque Schelotto não está onde devia.
Mais uma vez os laterais, pois Marvin também esteve novamente a um nível lastimoso, comprometeram a equipa. Mas neste mercado de Inverno, enquanto alguns foram buscar Soares, jogador que já nos foi proposto antes, outros optaram (ou foram obrigados por limitações financeiras?) por não contratar ninguém.
A diferença entre acreditar ainda que se podia ir buscar o título e estar resignado à luta pelo terceiro lugar.
Jorge Jesus disse, entre outras alarvidades na conferencia de Imprensa, que “com a formação não vamos lá”. Um recado com destinatário certo: a Direcção e também os adeptos. Cabe agora a Bruno de Carvalho dar a resposta adequada a esta provocação e a todo o comportamento que o treinador tem tido, bem como as inúmeras faltas de respeito que tem mostrado para com o Sporting, tal como ter andado em grande parte do tempo a falar do rival, dos jogadores que lá lançou e do que lá conquistou.
Chega! Nós é que lhe pagamos 6 ou 8 milhões/ano (é sempre um enormidade) para nos dar títulos, para nos potenciar jogadores e não para os desvalorizar, para encontrar soluções e não desculpas esfarrapadas em que ele nunca é o culpado. E meu caro Jorge Jesus, convença-se de uma vez por todas, que há um equilíbrio entre apostar em jovens e contratar acertadamente. Algo que você claramente não quer e não sabe fazer.
Temos um treinador que não assume responsabilidades quando as coisas correm mal, mas que reivindica méritos quando correm bem. Infelizmente esta época não há méritos para assumir.
Numa altura em que se aproximam eleições, é bom que os sócios não associem críticas legítimas ao que se está a passar com a equipa de futebol, a este processo eleitoral. Sob a pena de perdermos mais tempo e de não tomarmos as melhores decisões. A época está perdida e vai ser desastrosa e a recuperação novamente dolorosa.
Pedro Madeira Rodrigues não tem sido hábil na forma como conduz a campanha. Cometeu já várias gaffes que lhe podem custar caro. Mas uma coisa é certa, seja quem for que saia vencedor das eleições, Jorge Jesus é neste momento parte do problema e não da solução. E tudo indica que isso vai continuar a acontecer nos próximos dois anos. É que por culpa de Bruno de Carvalho, o Sporting está amarrado a este treinador por uma indemnização monstruosa. A menos que ele se encha de vergonha e peça para sair, ou alguém o venha buscar e seja suficientemente tolo para lhe pagar o que nós pagamos... Portanto, agora resolvam o imbróglio que criaram.
Entretanto nas redes sociais, vai-se desculpabilizando tudo isto e dizendo que a culpa é dos adeptos. Esses malandros que ficam aborrecidos de estarem em terceiro lugar. Os tais que servem para encher estádios, comprar Gameboxes, etc, mesmo com a equipa a não ganhar nada.
Os sportinguistas entretanto vão sofrendo como sempre aconteceu e só lhes resta esperar por dias melhores e continuar a apoiar um clube que tão mal servido tem sido em termos de quem o dirige e orienta.
Caros leitores, após algumas críticas relativamente ao facto de os comentários neste blog serem moderados, cumpre-nos esclarecer três pontos.
Os comentários são moderados para permitir filtrar conteúdos menos próprios – insultos. E não o são por uma excessiva sensibilidade por parte dos autores, uma vez que nos dias correntes a elevação é uma prática um pouco démodé… São-no por não pretendermos que outros potenciais leitores sejam expostos a algum tipo de linguagem. Até porque pretendemos chegar a todos e a todas as idades.
Por vezes poderá ocorrer alguma demora na aprovação dos mesmos? É um facto. Gostaríamos de estar permanentemente atentos, mas as respectivas obrigações profissionais impedem-no. Mas sempre que um dos autores acede ao blog, essa é uma das primeiras preocupações.
Esclarecido o critério, reiteramos que todas as participações, concordantes ou não, são e serão sempre bem-vindas. Tentaremos sempre responder a todos. Quando duas pessoas trocam uma ideia, ambas saem mais ricas do “confronto”.
Saudações Leoninas
No dia 30, um dia antes do encerramento do mercado de Inverno em Portugal, o presidente do Sporting Bruno Carvalho faz uns momentos de pausa (legítimos… é um período tranquilo…) e dá a voz ao candidato Bruno Carvalho para acusar o candidato Madeira Rodrigues de destabilizar a equipa.
Sobre Madeira Rodrigues, efectivamente ao anunciar a sua candidatura à presidência garantiu que não iria falar sobre a equipa de futebol no decorrer da campanha. Não cumpriu. Ter-lhe-ia ficado bem essa coerência, assim como lhe ficaria muito bem esquecer de uma vez por todas a utopia de despedir Jorge Jesus. Uma coisa é certa, cometer estes erros incoerentes na campanha é bem menos grave do que cometê-los em exercício de funções.
No que diz respeito às acusações proferidas por Bruno Carvalho, há que lhe reconhecer muita razão! É evidente que existe alguma desestabilização no futebol leonino, evidentemente tendo como causa Madeira Rodrigues.
Porquê? Simples…
Foi Madeira Rodrigues que dotou o Sporting de uma estrutura de futebol, corporizada em Jesus e Octávio, que deixa o plantel impermeável a qualquer brisa de contrariedade.
Foi Madeira Rodrigues que, em empolgação eleitoralista, decidiu ter esta época o maior orçamento de toda a História do futebol do Sporting Clube de Portugal.
Foi Madeira Rodrigues que, em alinhamento com o treinador, decidiu que os defesas laterais que transitaram da última época seriam suficientes em termos qualitativos para atacar 4 provas (com legítimas pretensões de vencer 3).
Foi Madeira Rodrigues que tomou a decisão estratégica de, para dotar o plantel de experiência, optar por ceder jogadores provenientes da Formação em empréstimos e, para os seus lugares recrutar jogadores que foram/são uma clara mais-valia para o plantel. Douglas, Petrovic, Elias, Meli, André, Castaignos são exemplos.
Foi Madeira Rodrigues que, emotivamente em reacção ao desvio de Carrillo para o Colombo, decide responder “à altura”, “desviando” Markovic de Anfield para Alvalade. «Pelo menos não custou um cêntimo»..., excepto o fee de empréstimo de 1,5M€ aos quais acresceram uma comparticipação mensal do seu vencimento de 40% (ou seja, o tecto salarial do Sporting).
Foi Madeira Rodrigues, batendo o pé no chão em fúria com a frustração da eliminação da Taça da Liga (da qual é claramente responsável), que resgatou os atletas André Geraldes e Ryan Gauld do Vitória de Setúbal. Foi igualmente ele que os fez passar o mês de Janeiro numa novela mexicana de destino incerto, destino que acaba por ser o plantel do Sporting (A ou B, veremos…).
Por último, é agora Madeira Rodrigues que continua a achar que os defesas laterais do plantel são mais que suficientes para atacar o resto da Liga. Mais que suficientes! Porque até se dá ao luxo de dispensar alguns…
Os sportinguistas seguiram com natural ansiedade o evoluir do último dia de mercado de Inverno.
Embora na época anterior, por esta altura, se tenha efetuado uma troca altamente lesiva para os interesses do Sporting e quem sabe se decisiva para que não se conquistasse o campeonato, com a saída de Montero, que marcou alguns golos importantes e a vinda de Barcos que não marcou nenhum, a verdade é que se esperava por uma recomposição do plantel que o tornasse mais competitivo.
Por um lado, promoveu-se acertadamente o regresso de Podence e Francisco Geraldes, dois jogadores que curiosamente não tinham contado no início da época, mas que agora já se considera serem superiores a outros que foram contratados por valores altos e com ordenados elevados, como Petrovic, Elias, Markovic e Meli. O argumento de que precisavam de crescer causa estranheza, porque se em poucos meses puderam evoluir num clube modesto e ajudá-lo em simultâneo a conquistar uma Taça da Liga –troféu ganho pelo Moreirense e não pelo Sporting, sublinhe-se....- o que teria sido se tivessem tido essa oportunidade no Sporting, apreendendo os métodos do treinador e estabelecendo automatismos com os colegas, em vez de o terem de fazer nesta altura?
Além disso, terão também “regressado” Gauld e Geraldes, que estavam emprestados ao Vitória de Setúbal, mas que aparentemente por represália depois deste clube nos ter derrotado, entendemos cessar o referido empréstimo e reencaminhar os atletas para o Chaves. Como o Setúbal não esteve pelos ajustes e não consentiu, os dois jogadores tiveram de regressar ao Sporting. E agora vêem assim interrompida a sua evolução e correm até o risco de não poderem jogar, se o Vitória de Setúbal mantiver a sua inflexibilidade. A forma como tudo isto ocorreu é lamentável, reveladora de uma total falta de respeito pelos atletas, criando-se mais um conflito com um clube com quem tínhamos estabelecido anteriormente boas parcerias e sem pensar nas consequências.
Petrovic foi emprestado ao Rio Ave, Elias já tinha sido vendido ao Atletico Mineiro, Meli foi transferido para o Racing Avellaneda, interrompendo-se o empréstimo, à semelhança do que acontecera com Markovic, que teve como destino o Hull City. Só aqui estão 4 “reforços” de Verão que nada acrescentaram à equipa. Não se conseguiu colocar André, o tal jogador que Jorge Jesus considerava o novo Liedson, cuja saída do clube anterior tinha merecido uma festa dos respetivos adeptos e que nunca conseguiu convencer. Paulista, um dos jogadores cuja contratação foi das mais incompreensíveis e obscuras, envolvendo um clube angolano como intermediário, o Recreativo de Caala e que se tornou conhecido por ser um lesionado crónico, incluindo... "graves" problemas dentários e Castaignos, mais uma contratação falhada, também não conseguiram ser colocados.
Numa altura em que se acendeu uma ténue esperança com a derrota do Benfica em Setúbal, ficando o Sporting a 7 pontos da liderança e ainda na corrida pela participação na Champions, já depois de se ter vendido João Pereira, o Sporting voltou a não contratar laterais. Esta situação que já começa a ser caricata, só pode revelar que de facto o clube está em situação financeira debilitada, ao contrário do que se tenta vender aos sócios, pois de outra forma não se entende esta desistência de tentar ainda colocar a equipa a lutar pelo escasso objectivo a que se encontra reduzida. Aliás a vinda dos jogadores da formação, só pode ser entendida por não existir músculo financeiro e como manobra eleitoralista, para se dar a entender que se vai voltar a apostar nos nossos jovens valores, depois do despesismo inconsequente e gravoso do início da época.
Portanto, terminando mais esta janela de transferências, o sentimento dos sportinguistas só pode ser de profunda desilusão. Por se perceber que esta época tem todas as condições para continuar a correr mal e que a Direcção não apostou em inverter o rumo dos acontecimentos e em tentar devolver algum do orgulho ferido aos sportinguistas. Está à vista o resultado de uma época desastrosa, mal planeada e de se ter chegado ao último ano do mandato de Bruno de Carvalho sem uma estrutura à altura desse nome para o futebol.
O que todos nós valorizamos são as vitórias prometidas, mais que saber que Ricciardi, um elemento que tem sido denominador comum ao período croquetiano ou José Eduardo, pessoa sem qualquer credibilidade, fazem parte de qualquer Comissão de Honra de fachada.
Muito se tem especulado acerca da crise de resultados do Sporting. Muito se tem presidencializado a questão, colocando o ónus dos recentes desaires na pressão colocada nos jogadores, nas cenas inqualificáveis em Chaves, etc. Tem-se negligenciado estudar os comportamentos colectivos da equipa que a relegam presentemente para um frustrante 3º lugar (à condição...) a 7 pontos do rival Benfica quando no início da época, face à aparente qualidade à disposição do treinador e às ambições claramente assumidas pela Direcção e Equipa Técnica, se apontavam todas as baterias ao título.
O resto é história. Eliminados da Liga dos Campeões antes do 6º jogo; impossibilitados de participar no prémio de consolação chamado Liga Europa; eliminados da Taça de Portugal num jogo onde se rubricou a pior exibição da época; eliminados da Taça da Liga pela média de idades.
Embora tocando aqui e ali em questões do foro directivo, o presente texto analisará o desenho táctico do Sporting Clube de Portugal, partindo deste texto, do autor Daniel Oliveira, do blog Ontem Vi-te no Estádio da Luz, espaço que me habituei a frequentar e a qual aproveito para saudar publicamente. Denuncia o consulado de Luís Filipe Vieira; luta em prol de alternativas credíveis para liderar um clube centenário; discutem o clube, um pouco como todos nós procuramos fazer neste nosso espaço; e, sobretudo, percebem muito de futebol. Exceptuando um dos escribas do blog, todos os autores demonstram um domínio muito acima da média das subtilezas do desporto-rei. Não tenho sequer a pretensão de me equiparar a eles. Pretendo apenas contribuir para a discussão acerca do momento do Sporting, desta vez sob a perspectiva do que é produzido dentro das quatro linhas.
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