Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O Sporting é a paixão que nos inspira. Não confundimos competência com cultos de personalidade. 110 anos de história de um clube que resiste a tudo e que merece o melhor e os melhores de todos nós. Sporting Sempre
Ter um bom departamento de scouting ou de prospecção de jogadores parece cada vez mais fazer a diferença para o sucesso num clube de futebol.
Na verdade, o Sporting tem sido um exemplo de um grande clube formador, que consegue desenvolver jogadores de grande qualidade, embora nem sempre os consiga rentabilizar, mas que tem acertado muito pouco nas contratações que tem realizado.
Esta é uma realidade que não se pode circunscrever a esta Direcção, mas que tem sido uma regra do Sporting desde há muito tempo. Todos nos lembramos de Slimani e da sua espectacular valorização, tendo custado 300 mil euros e rendido 30 milhões de euros (valorizando-se cerca de 100 vezes), mas a verdade é que são muitos os casos de flops e de contratações que não resultaram, situação que já se vem verificando há muito tempo. Todos nos lembramos de Kmet, Carlos Miguel, Pongolle, Jeffren, Elias, Bojinov, Labyad, mas também, mais recentemente, de Slavchev, Rossel, André, Castaignos, Paulista, Petrovic, etc. Isto só para citar alguns exemplos.
Claro que nenhum clube acerta sempre e todos têm os seus falhanços. A verdade é que o Sporting, com os recursos limitados que tem, não se pode dar ao luxo de falhar mais que os rivais quando contrata jogadores, eliminando a vantagem que possui ao conseguir ter a qualidade na formação que tem revelado desde há muito. E não esquecer que muitas vezes não se trata apenas do valor do passe, mas dos ordenados que se têm de pagar, que entram também para os custos. Labyad é a esse respeito um exemplo bem elucidativo, embora existam muitos outros.
No caso de Slimani, até o contratámos em vez de Ghillas, pelo facto do Porto se ter intrometido e aí ficámos claramente a ganhar. Mas como disse atrás, esta foi a excepção que confirmou a regra apesar de algumas contratações até terem sido aceitáveis, como por exemplo Bruno César e Bryan Ruiz. Depois tivemos a de Bas Dost, que embora envolvendo um custo elevado – 10 milhões de euros - tinha uma margem de erro reduzida, por se tratar de um jogador já habituado à alta roda europeia, numa posição específica e em que é difícil encontrar jogadores válidos como é a de ponta-de-lança e já com 27 anos. Está a ser das poucas contratações desta época que está a resultar.
Mas como são decididas estas contratações? Quem referencia os atletas e quem é que em última análise decide dar indicação à Direcção para os contratar? E no final a Direcção acata estas indicações ou acaba também por tomar opções em relação às indicações técnicas?
Aqui entra o conceito de estrutura e de que forma o departamento de prospecção se insere na mesma. Porque é necessário saber como acontece o processo de decisão para se optar por um jogador em detrimento de outro, para que se possa avaliar com justiça o grau de responsabilidade das diferentes partes no processo global.
Convém por isso não ser demasiado simplista nesta análise. Não sabemos quais os atletas que foram sugeridos pelo scouting... apenas sabemos os que no final acabaram por ser contratados. Podem assim ter existido muitos atletas que foram sugeridos mas que não foram contratados, por opção do treinador ou da Direcção, porque eram demasiados caros para aquilo que se pretendia gastar ou porque o treinador não concordou com a proposta. Neste momento e conhecendo Jorge Jesus, até se diz que a grande maioria dos atletas que adquirimos foram da sua responsabilidade. E é importante saber se isto é verdade e como ocorreu para que não se volte a repetir outra época como a actual, com muito baixa percentagem de aproveitamento, apesar do investimento realizado.
E mesmo daquilo que conhecemos... a verdade é que estivemos interessados em Mitroglou, Danilo e Cervi. Jogadores que se os tivéssemos conseguido contratar para o Sporting talvez já mudassem um pouco a opinião que temos formada sobre a prospecção. Nestes casos, os rivais acabaram por fazer valer argumentos que se sobrepuseram aos nossos.
Por isso, adaptando o adágio popular, o “segredo e a rapidez são a alma do negocio”.
Vem tudo isto a propósito da notícia veiculada ontem pelo jornal O Jogo, de que o Sporting se prepara para fazer uma remodelação no scouting com a saída de José Laranjeira, ao serviço do clube desde Junho de 2014, proveniente então do Braga. Sabendo como as coisas têm corrido e numa avaliação imediatista, somos levados a concordar que é quase unânime que algo tem de mudar na prospecção.
Ainda assim, talvez seja interessante atentar numa entrevista concedida por Paulo Cardoso do scouting do Sporting em Janeiro de 2016 LINK. Quando questionado sobre qual a importância do scouting nos clubes, respondeu “Em primeiro lugar prefiro falar de Recrutamento de Jogadores e não de Scouting. Scouting é apenas uma parte do Processo de Recrutamento de Jogadores. Em relação à sua importância, na minha opinião é o primeiro factor de sucesso quer seja no Processo de Formação de Jogadores ou na construção de uma Equipa de Alto Rendimento. É a base sobre a qual se pode construir um qualquer projecto de futebol.” Este responsável destaca os casos de sucesso que constituíram Cristiano Ronaldo, Hugo Viana, Dier, Bruma, entre outros (ainda nos escalões de formação) mas surpreendentemente revela que o scouting do Sporting também deu indicação para a contatação de Di Maria, Ramirez e Gaitan, jogadores que ainda por cima foram reforçar um rival, o qual arrecadou com a venda dos passes dos mesmos dezenas de milhões de euros, além do rendimento desportivo que deles consegui extrair. Ou seja, neste caso não foi o nosso scouting que falhou mas a etapa final de contratação. Provavelmente porque ou não fomos suficientemente rápidos, ou porque não conseguimos igualar os valores que os rivais apresentaram. Ainda assim, depois acabámos muitas vezes por gastar o mesmo em outros jogadores que não se revelaram produtivos da mesma forma... como curiosidade, refira-se que foi Paulo Cardoso (ao serviço do clube desde 1995) quem foi responsável pela avaliação técnica de Cristiano Ronaldo para a entrada no clube, tendo também sido treinador do futuro melhor jogador do mundo e que criou com o atleta e família, uma relação muito próxima.
Refere ainda que os profissionais de Scouting e análise de desempenho portugueses criaram uma imagem muito positiva no mercado internacional, levando inclusive a que alguns fossem trabalhar para clubes estrangeiros.
Todos temos noção da existência de sites como o Transfermarkt que nos dão uma ideia da cotação dos jogadores e da sua evolução, dos clubes que representaram, entre outros dados. Claro que existe também o youtube, que permite ver imagens dos jogadores, ainda que nos dê muitas vezes uma imagem enviesada, selecionando apenas os melhores momentos do jogador em questão. Isto é de tal forma verdade, que se torna quase uma anedota dizer que o clube X escolhe jogadores pelo youtube como sinónimo de amadorismo e de falhanço na contratação.
Obviamente que um bom departamento de scouting tem de ir muito mais além do que isso. Tem hoje ao seu dispor ferramentas desenvolvidas para ajudar no processo como o Talent Spy. Na verdade, o Sporting já com esta Direcção e em Junho de 2014, assinou com a empresa portuguesa F3M um protocolo que permitiu ao clube usufruir deste programa informático pioneiro a nível mundial, que permite aos responsáveis do clube criar, armazenar e organizar a base de dados de jogadores observados, de uma forma mais modera e prática. Esta ferramenta é também utilizada pelo Benfica e por alguns clubes estrangeiros. Na altura foi até dito que esta decisão teria sido tomada sob influência de Marco Silva que já usava esta ferramenta no Estoril. Verdade ou não, o que é certo é que esta plataforma, desenvolvida por portugueses da Universidade do Minho, usa dados de 100 mil jogadores de 6000 equipas, ligados a 250 competições de 50 países diferentes. Em Portugal, apenas os 3 grandes e o Braga dispõem de equipas internas de “scouting” e com esta ferramenta os “scouts” conseguem saber bastante sobre um jogador (júnior ou sénior) a residir em qualquer ponto do planeta, incluindo perfil, historial clínico, situação contratual, performance, entre outros elementos. Pode-se por exemplo chegar aos eventos desportivos de bairros sociais ou descobrir os melhores “pés esquerdos” da equipa sub-16 da Argentina. E isto sem sair das instalações do clube...
Trata-se apenas de um exemplo de como a realidade do futebol e da prospecção está a evoluir a uma velocidade surpreendente.
Depois é também importante estabelecer uma importante rede de contactos, (networking) em outros países e que possam auxiliar o departamento de prospecção/scouting no seu trabalho. Os anteriormente designados de “olheiros”.
Além disso, temos sempre de ter presentes que um jogador que brilha num clube menor, pode não ter o rendimento desejado num clube com outras pretensões no mesmo campeonato ou até ter problemas de adaptação, motivados por se transferir para um país e cultura diferentes. A possibilidade de falhar existe e continuará a existir sempre. O que se pretende é diminuir o mais possível a possibilidade de erro, sobretudo quando se considera investir de forma mais significativa num jogador.
Portanto, quando consideramos um departamento de scouting e a sua mais-valia, esta deverá incluir sempre, num clube como o Sporting, desenvolver um trabalho integrado com a equipa técnica, responsáveis da formação e da equipa B, de forma a identificar as lacunas da equipa e as melhores alternativas para as colmatar. E depois actuar com celeridade e eficácia junto dos clubes que têm os jogadores pretendidos e aqui já entra a Direcção. Neste caso específico, ajuda também que existam boas relações com esses clubes e que não se tenham desenvolvido anticorpos que os levem a optar por negociar com um rival em vez de o fazerem com o Sporting.
Além disso, assume também importância fundamental a relação que o clube tenha com os empresários/agentes dos jogadores, podendo esta facilitar ou dificultar o negócio, conforme os casos. Muitas vezes são estes empresários quem pode sugerir a aquisição de determinados jogadores, capítulo em que mais uma vez o departamento de prospecção deve ter uma palavra a dizer.
Por isso, mais que a substituição de pessoas, talvez seja bom que se simplifiquem e agilizem processos.
É isso que todos esperamos, para que de uma vez por todas o Sporting comece a contratar com critério e com um índice de aproveitamento aceitável. Mais que um desejo é uma necessidade imperiosa, se queremos ser campeões nacionais na próxima época...
Luís Martins, com 53 anos de idade, começou a jogar futebol no Sporting Clube de Portugal, nos escalões de escolas e infantis. Foi ainda praticante de Natação, Ginástica e Atletismo – vindo mais tarde a passar pelo Odivelas.
Ontem, em noite de reencontros de má memória – árbitro e adversário – inicia o Sporting o jogo com mais duas adaptações posicionais. Esgaio, que faz parte do plantel teoricamente como defesa direito, jogou na esquerda. Bruno César actuou na sua quinta posição esta época, fazendo o lugar de Adrien.
Mas, “voltando atrás”, na baliza Rui Patrício esteve bem e parece demonstrar que o momento de menor forma que teve no início de 2017 foi apenas isso, um momento. Não podia fazer mais no golo sofrido. Ainda na baliza, a inevitável questão: porquê convocar três GR para um jogo em casa e sem limitações físicas dos habituais convocados Patrício e Beto? Não teria sido a vaga melhor preenchida com um jogador de campo?
Na defesa, quarteto formado por Schelotto, Oliveira, Coates e Esgaio. Schelotto a ter um dos seus melhores jogos esta época, esteve em bom nível até perto do final da partida, quando levou um toque mais incisivo que o deixou ligeiramente limitado até ao apito final. Oliveira e Coates a terem um bom jogo e a revelarem um entrosamento crescente, assistimos a bastantes “dobras” mútuas. Na esquerda Esgaio. Eventualmente esta época seja a melhor opção, mas não será já tempo de Jesus se definir de uma vez por todas? Começo a imaginar um saco preto com quatro papelinhos com nomes (Marvin, Jefferson, Bruno César e Esgaio) e, imediatamente antes da divulgação da equipa titular, Jesus leva a mão ao saco e escolhe o defesa esquerdo para esse jogo… Como é possível criarem-se rotinas se continuar o “carrocel”? Pelo que Esgaio mostrou ontem, apesar de não ter velocidade para Hernâni e ter tido alguns dissabores nas suas costas, consegue mesmo assim defender melhor que a concorrência e é dele o centro que dá origem ao golo do Sporting, logo já justifica uma aposta com mais continuidade.
No meio campo, William a “6” e Bruno César a “8”. Qualquer um deles, individualmente, é uma boa opção para o lugar. No caso de William é mesmo o titular evidente. Mas, em simultâneo a actuarem no miolo fica o Sporting refém de algum défice de velocidade. E se pensarmos que à sua frente estava Alan Ruiz (“10”), que também não é um portento de velocidade, e à esquerda de Alan o outro Ruiz (Bryan a “11”), cuja velocidade não será de todo a sua melhor característica, ficamos com uma manobra ofensiva que apenas Gelson Martins (“7”) consegue acelerar. Pior, ficamos com uma manobra defensiva com nítida dificuldade de executar pressão alta. Ou se reequaciona quem deve substituir Adrien Silva e quem deve actuar na esquerda ou será este o “filme” para o próximo mês…
No ataque um excelente Bas Dost! Ontem a mostrar outros “pergaminhos” e a assistir de forma brilhante Alan Ruiz, naquele que foi dos seus poucos momentos no jogo, e a ter mais algumas intervenções nada egoístas ao longo do jogo. Demonstrou entrosamento, espirito de equipa, visão de jogo e boa execução técnica. Provavelmente o melhor jogador em campo na primeira parte.
Na segunda parte do jogo, Jesus terá considerado que a vantagem de apenas um golo era suficiente e “adormece” a equipa. Neste momento, infelizmente para nós só realizamos um jogo por semana, portanto é descabido falar de fadiga. Ou seja, se não é o cansaço o culpado do abrandamento, este tem de ser directamente imputado ao treinador. Se há questões de motivação é ao treinador que cabe estimulá-la e seleccionar os jogadores mais motivados. Se um ou outro jogador “tira o pé do pedal” sem que tenha sido o treinador a pedi-lo, é ao treinador que cabe retirá-lo de campo e colocar outro com mais “ganas”. É portanto legítimo inferir que foi Jesus que deu a instrução, até porque depois a acentua ao colocar um jogador no meio mais defensivo (Palhinha) do que o jogador que saiu e ao fazer entrar outros dois sem ritmo de jogo (Campbell e Castaignos).
Entretanto… não existem mais opções? Francisco Geraldes vê interrompida uma excelente época em Moreira de Cónegos para isto? Daniel Podence não teria sido uma melhor opção para dar velocidade ao jogo do que Campbell ou Castaignos? Apostar na Formação não pode ser só “palavras”… tem que ser “actos”. Palavras? Leva-as o vento…
As eleições no Sporting que decorreram no sábado dia 4 de Março, tiveram uma participação de mais de 18 mil sócios, batendo anteriores máximos.
Assistiram-se a longas filas em Alvalade que começaram antes da abertura das mesas de voto, mas com o processo a decorrer com muita eficiência e rapidez, apesar do número de votantes.
Estamos por isso de parabéns, os sócios e quem organizou a votação, pela forma como tudo decorreu. Também, ao que se sabe, não terão ocorrido incidentes de maior, o que se saúda e está à altura de um clube como o nosso.
Infelizmente, apesar de se ter anunciado que pelas 22 horas seria conhecido o vencedor, só cerca das 3 da manhã foi possível ter acesso aos resultados finais, ao que parece devido a problemas na contabilização dos votos por correspondência.
Os resultados traduziram uma vitória expressiva e inequívoca da lista B de Bruno de Carvalho, em todas as áreas a votação: Conselho Directivo, Conselho Fiscal e Disciplinar, Assembleia Geral e Conselho Leonino. Neste último, há a registar o bom resultado da lista C de Gonçalo Nascimento Rodrigues conseguindo cerca de 20% dos votos, ainda assim abaixo do que talvez merecesse.
Conseguindo cerca de 86% dos votos, Bruno de Carvalho, está pois de parabéns e com toda a legitimidade para iniciar novo mandato de 4 anos. É justo que se faça esta ressalva, que se lhe desejem as maiores felicidades neste mandato e que finalmente concretize os títulos que foram bastante escassos no anterior exercício, sobretudo nas principais modalidades. E acima de tudo, que torne o Sporting campeão em futebol. A base de partida já não é o sétimo lugar, já não se pode dizer que o clube tem atletas e treinadores contratados por outros e a pesar no orçamento e que nos limitam as opções (foi esta Direcção, quem fez todas as escolhas), a situação financeira é bastante melhor, tanto quanto nos tem sido dito e os adeptos e sócios apoiam como nunca a equipa, mostrando uma militância que ninguém pode colocar em causa e finalmente já não há desculpas também internas, agora que se tem tão grande base de apoio. Chegou a hora da verdade para este presidente e esta Direcção.
Esperemos que esteja ciente disso e que se corrija o que de mau foi feito nesta época, em termos de planeamento e formação da equipa e também que se acerte o discurso e a estratégia.
Que se comece a ter outro rendimento e aposta na Europa, onde estivemos muito mal nestes quatro anos, baixando claramente no ranking com consequências para o emparelhamento com os adversários e para as nossas hipóteses de sucesso e de obter assim receitas adicionais.
Por outro lado, que a aposta na Formação, que levou ao regresso antecipado de Geraldes, Palhinha e Podence, seja uma realidade para a próxima época e que este treinador nos surpreenda ao dar-lhes oportunidades.
Quanto a Pedro Madeira Rodrigues, os cerca de 9% obtidos são um resultado muito mau e pagou o preço de alguma impreparação, de ter apresentado uma proposta mal estruturada, de vários erros de discurso e de ter entrado na campanha que mais convinha ao actual presidente, discutindo-se muito pouco as propostas de cada um e deixando-se enredar numa troca de ataques pessoais e mesmo insultos. Acabou por ser mais um elemento mobilizador para aqueles que, não estando contentes com Bruno de Carvalho, achavam a eleição de PMR ainda mais negativa e que no final também contribuíram para a vitória e reeleição do actual presidente. No fundo, deixou que o colassem a um passado que deixou estigmas nos sportinguistas e até à estratégia dos rivais, apesar dos seus 35 anos de associado. Mérito da máquina de propaganda do actual presidente, que não deve ser menosprezada e cujos fantasmas gerados levou a que a votação em BdC fosse ainda mais reforçada.
Infelizmente, ao ser conhecida a sua vitória e os resultados, Bruno de Carvalho continuou amarrado ao discurso que sendo do agrado de alguns adeptos, tanto nos envergonha a muitos e declarou “bardamerda para quem não é do Sporting”. Na realidade todos temos familiares, amigos e até atletas que representam o Sporting (veja-se o caso de Nélson Évora que ainda ontem conquistou um título europeu) que não são do nosso clube. Será que ficamos confortáveis com este tipo de declarações? Será que todos os outros clubes, além dos rivais e respectivos adeptos vão ficar satisfeitos com isto e não vai aumentar algum anti-sportinguismo que vai proliferando por aí e que em nada serve os nossos interesses?
Mas pronto, vamos todos acreditar que foi um excesso na hora da vitória e que vai mudar para melhor a Comunicação do clube, a começar pela sua, que vai saber encontrar aliados em vez de arranjar inimigos e que nos vai levar ao sucesso. São esses os desejos que professamos.
Uma palavra para alguns adeptos que festejaram não apenas a vitória de Bruno de Carvalho, o que é natural, mas que tentaram tirar desforço de quem ousou criticar algumas decisões da Direcção ao longo do tempo. Alguns até propõem, numa sanha inquisitorial, a expulsão das pessoas que ousam não estar de acordo com tudo o que tem sido feito pela Direcção. Quase que parece que acham que ganhámos um campeonato ou uma Champions. Na verdade, à falta de troféus para o museu, festeja-se este resultado à custa dos companheiros do clube que votaram em PMR ou em branco. Como se este troféu também fosse direitinho para o Museu. Não vai e como já dissemos em outro post há algumas semanas, LINK, a hora é sobretudo de trabalho, como ainda ontem pudemos assistir em Alvalade no jogo com o Guimarães (mas não vamos falar disso, pois está tudo bem e estas coisas levam tempo…). Esperemos que assim seja entendido por quem decide e que agora fica deste modo, não apenas com legitimidade mas também com responsabilidade reforçadas.
PS – não fizemos campanha neste blog por ninguém. Tentaram colar-nos à candidatura de PMR, porque é sempre mais fácil simplificar as coisas e diabolizar vozes incómodas, mas a verdade é que ao contrário de muitos, não o ridicularizamos, nem o atacamos por ter tido a coragem de se candidatar (coisa que outros não tiveram), mas também não deixamos de o criticar no que entendemos errado. Obviamente que fizemos o mesmo em relação a BdC, só que este tinha todo um mandato para analisar. Continuaremos a dar a nossa opinião, com a disponibilidade possível, pois nem somos pagos para andar no Facebook a comentar, insultar ou a vigiar o que os sócios e adeptos do Sporting dizem, nem somos desocupados, que apenas vão para os grupos do Sporting debitar alarvidades e provocações baratas. Se essa opinião desagradar, lamentamos mas também não é isso que nos vai demover de manifestar o que pensamos. Esperamos antes ter muito mais motivos para elogiar. Seria um óptimo sinal e como sportinguistas queremos é o sucesso do clube, que está acima de quem o dirige e representa. No passado, presente e futuro. Sporting sempre!
Quem é que:
1 – contratou um jogador já com histórico de lesões, apesar do reconhecido valor, cujo rendimento foi sempre abaixo de intermitente devido a lesões?
A – Godinho Lopes
B – Bruno Carvalho
C – Ambos
2 – teve um trajecto crescente em termos de despesa, culminando num ano último ano de mandato em all in e batem-se recordes de contratações?
A – Godinho Lopes
B – Bruno Carvalho
C – Ambos
3 – teve um encargo total de tranferência na ordem dos 8M€, valor total só conhecido a posteriori, em que o jogador tarda/tardou em justificar o "pódio de contratações"?
A – Godinho Lopes
B – Bruno Carvalho
C – Ambos
4 – prometeu uma profunda limpeza com vista à conquista imediata de Títulos, não tendo concretizado essa promessa?
A – Godinho Lopes
B – Bruno Carvalho
C – Ambos
5 – teve um rácio de "qualidade das contratações" inferior a 33%?
A – Godinho Lopes
B – Bruno Carvalho
C – Ambos
6 – anunciou uma aposta na Formação, para a concretizar com dezenas de contratações de jogadores estrangeiros?
A – Godinho Lopes
B – Bruno Carvalho
C – Ambos
7 – no último ano de mandato contrata um jogador de uma zona do globo pouco habitual em contexto futebolístico (como a Índia ou o Azerbeijão...)?
A – Godinho Lopes
B – Bruno Carvalho
C – Ambos
8 – é um amigo de José Maria Ricciardi?
A – Godinho Lopes
B – Bruno Carvalho
C – Ambos
9 – apresenta na sua candidatura um elemento basilar do projecto, que mais tarde sai sem que a saída seja acompanhada de demissão do presidente?
A – Godinho Lopes
B – Bruno Carvalho
C – Ambos
Soluções – a resposta correcta a todas as questões é a C.
Publicámos ontem uma gravação áudio que surgiu na net, sobre uma conversa entre José Maria Ricciardi e Sikander Sattar (elemento preponderante da KMPG).
Sabemos que era uma decisão polémica, mas o facto de nos parecer autêntica e da gravidade dos elementos contidos neste diálogo, acabaram por nos levar a publicar a mesma. Não ignoramos que vivemos um momento eleitoral, que há muita intoxicação dos sportinguistas, com insultos, calúnias e factos deturpados, mas essa não é a nossa linha. Apenas nos preocupamos com o Sporting e com o seu presente e futuro.
Ao contrário de blogs como o Mister do Café, que antes de surgirem candidatos, prometia ir avaliar de forma objectiva as eventuais candidaturas, mas que na prática, desde que foram conhecidas as duas alternativas, apenas faz campanha por um candidato e diariamente procura denegrir o outro (lá terá as suas motivações, mas são cada vez mais evidentes), nós não fazemos campanha por ninguém. Não recebemos também qualquer compensação monetária pelo que escrevemos e produzimos, que pelo contrário nos consome tempo e esforço. Mas fazemo-lo com todo o gosto, porque queremos o melhor para o Sporting e apenas pretendemos contribuir para uma discussão saudável. Temos as nossas sensibilidades individuais, manifestamos um posicionamento muitas vezes crítico, mas esse relaciona-se com o momento do clube que não é bom e que infelizmente não se torna maravilhoso, só porque tivemos um fim de semana positivo em termos de resultados, facto que obviamente registamos com agrado.
Analisámos o programa da candidatura de Pedro Madeira Rodrigues, elogiámos e fizemos reparos onde entendemos e ainda faremos o mesmo em relação ao de Bruno de Carvalho.
Voltando à gravação áudio e considerando que a mesma, envolvendo duas pessoas com relevância no universo sportinguista, tem pertinência, achamos que seria mais fácil a sua avaliação através da transcrição, o que fazemos de seguida:
Ricciardi: “Temos sofrido muito com que se tem passado. Também temos a fama de que fomos nós que financiamos (?) o clube, o que é mentira… A única coisa que conseguimos foi arranjar dinheiro para que outros infelizmente fizessem uso dele da pior maneira possível, ou seja decisões que resultaram nesta situação do clube, e agora nós entendemos que, já há algum tempo para cá, a única maneira de salvar o Sporting é a SAD, (no fundo o coração do Sporting), consigamos uma situação em que a SAD,… a maioria da SAD, deixe de pertencer ao Sporting. Eu acho isto há muito tempo. Acho que a viabilidade futura dos clubes de futebol em Portugal passa por serem os investidores que têm a maioria de uma SAD e portanto podem fazer um trabalho de longo prazo, como o Sporting na nossa opinião. O Sporting não tem outra solução como trabalho de longo prazo, quer dizer, o Sporting não vai conseguir no curto prazo mudar uma situação em que está para ser a melhor equipa em Portugal – não há dinheiro – portanto acho que a única maneira de se conseguir fazer a SAD uma empresa rentável, não só obviamente, porque o maior objectivo é vitórias desportivas e ao mesmo tempo transformar-se numa entidade rentável, isso só se pode se a maioria do capital não pertencer ao Sporting. E os bancos acham isto. Nunca o fizeram, mas acham isto. Os bancos estão dispostos a meter dinheiro no Sporting se a gente arranjar alguém que tenha capacidade de investir, tínhamos falado antes em muito dinheiro, agora já conseguimos reduzir isto para um valor muito mais razoável, e que fica ele o principal accionista do Sporting, da SAD, obviamente que depois passará a ter uma palavra importante a dizer na escolha dos executivos, das pessoas que irão depois no dia-a-dia gerir o Sporting, obviamente em conjugação com aquele que será o presidente do Sporting.
Há muita gente que tem medo do Bruno de Carvalho… (nota: parece existir corte)…
Sikander Sattar: “Nós entretanto temos pensado bastante e discutimos se qualquer um dos dois actuais candidatos servem os interesses do Sporting a médio e longo prazo e sinceramente deixam muito a desejar em termos do seu perfil. Não estamos contra nenhuma das candidaturas e aliás este plano que eu vou apresentar é aplicável a qualquer uma das duas candidaturas que seja vencedora. Portanto não estamos aqui a apontar para um em detrimento do outro. Achamos que talvez seja mais fácil com um do que com o outro mas também não temos a certeza porque nenhuma das candidaturas é daquelas que nos dá uma confiança total e inequívoca. De qualquer das formas, como disse o José Maria e bem, o plano que vai ser também aprovado pelos bancos é para ser em conjunto com uma série de (…?) do projecto disponível para ser apresentado a qualquer um dos candidatos. Os bancos vão ter que aprovar isto, ainda não aprovaram e depois vai ser sujeito à discussão com o presidente que for eleito. Mas antes disso, como diz o José Maria e bem, temos de ter uma liderança que seja independente da irracionalidade dos adeptos – nós todos somos adeptos e obviamente eu não estou a criticar os adeptos por serem irracionais, pois eu posso ser irracional naquele momento. Só que na nossa vida, a paixão que nós temos pode-nos levar à irracionalidade daquele momento, mas por outro lado temos de ter a racionalidade de criar as condições para a sustentabilidade do Sporting para o futuro. E nessa medida, aquilo que os bancos, como nós os três temos alimentado e defendido bastante, é que é preciso criar as condições para que haja um investidor, que seja o parceiro dos bancos, também entendemos que não há em Portugal um investidor que possa pôr 50 milhões de euros, isso não existe, era pedir um sacrifício enormíssimo a um sportinguista, portanto o que nós entendemos é que os bancos deviam encontrar um parceiro que pudesse injectar o valor, mas que uma parte significativa do montante seria financiado/investido pelos próprios bancos. Quem mandaria na Sporting SAD seria o investidor em conjunto com 2 ou 3 administradores eleitos profissionais que nós teríamos de escolher para fazer parte da equipa, apoiados pelos bancos, em que as decisões, até uma assinatura de um cheque para o pagamento de uma coisa qualquer não podia ser feita pelo presidente do Sporting Clube de Portugal. Tinha de passar por 2 assinaturas das pessoas que fossem eleitas do lado dos investidores e da banca. Vamos ter de ir à Assembleia como é evidente, pedir a aprovação que a maioria seja cedida, o seu controlo seja retirado ao Sporting Clube de Portugal. Em termos de aumento de capital será à volta de 30 milhões de euros. Desse valor, aquilo que estávamos a propor é que 10 milhões fossem investidos pelo investidor e 20 milhões fossem financiados pelos bancos. Isto é, constituíamos uma holding, uma SGPS, em que o capital social seriam 30 milhões… desculpe não é o capital social… em que a SGPS faria um investimento na Sporting SAD de 30 milhões de euros, nos quais 10 milhões eram capitais próprios do investidor e o resto eram um financiamento da parte da banca à SGPS. Portanto, dos 50 milhões de investimento, aquilo que a banca está a pedir-nos era que nós tivéssemos um investidor que assuma 10 milhões de investimento e que não só assuma como seja o representante formal na Sporting SAD desse investimento, como seja o vice-presidente da Sporting SAD e que embora não tenha de passar todos os dias da sua vida…
(interrupção de Ricciardi: “e esse vice-presidente tinha de dar (conta…?) na mesma ao presidente do Sporting, mas não era ele que mandava, era mais um, uma representação, não é?…"
SS “ simbolismo mais do que o controlo. O controlo pertenceria ao investidor e aos bancos. Nós entendemos que neste momento é prioritário o controlo da Sporting SAD, muito mais que a presidência do Sporting, porque é a SAD que vai definir o futuro do Sporting. Agora tem de haver é uma gestão profissional, não podemos delegar o centro da decisão ao Bruno de Carvalho, obviamente que este plano só é viável com a existência de um investidor, com a parceria desse investidor com a banca e depois com a aprovação pela Assembleia Geral do Sporting e que os sócios estejam disponíveis para ceder a maioria do controlo da SAD." (corte?)
Ricciardi: “Já se entrou numa fase em que a gente sabe perfeitamente que o Sporting não é salvável, a não ser com uma estabilidade que retire aos sócios a possibilidade de mandar o jogo abaixo. E os sócios não são mais que instrumentos nas mãos de certas figuras para terem protagonismo. Portanto eu acho que aquilo só é salvável com uma solução deste estilo em que a malta diz: vocês façam o que quiserem, aqui não mandam…"
SS – “é a única hipótese…”
Ricciardi – “a solução passa por eu sozinho, ou com outros investidores e mais os bancos, arranjar uma solução sustentável para o Sporting, não é até Junho… é até ao ano 2000 e não sei quantos. Para isso vamos ter de ficar com a maioria e vamos ter de nos entender contigo – o Sporting terá uma palavra a dizer em várias coisas, mas quem tem a decisão final é a maioria. Portanto deixa de haver aquela situação em que tu achas que se tem de comprar um jogador XPTO e que se a malta não estiver de acordo, não compra. E que se queres vender o Rui Patrício por 8 milhões de euros, se a malta não estiver de acordo não vendes. É claro que podes tentar estar de acordo e trabalhar em conjunto e em equipa, não é estar aqui para andar à batatada, agora quem manda somos nós."
SS: “as VMOCs ficam com os bancos.. ?" nota: difícil de entender na gravação).
Ricciardi: “E os bancos ficam accionistas da SAD… Isso até ainda é melhor. Os bancos como parceiros da sociedade. Os bancos estão apostados em viabilizar uma solução destas para que o Sporting sobreviva. Mas querem ter a certeza que não vão fazer outra vez o mesmo que é estar a meter dinheiro no Sporting para um tipo dizer que vai só gastar 25 milhões ou 30 milhões com a SAD, depois gasta 55 e tem um prejuízo monstro, só faz compras inconcebíveis, sobe ordenados de jogadores como é o caso do Adrien que é um tipo que não merece ganhar meio milhão de euros por ano e está a ganhar 2 milhões… portanto fazer com que desta vez isto não se passe outra vez. E como é que não se passa outra vez? Tendo um parceiro, que com ele tem a maioria da SAD. Portanto deixa de se governar isto para a populaça."
SS: “Portanto não tem autoridade para contratar jogadores…."
Ricciardi: “nem para contratar, nem para vender. Nunca mais a malta quer ouvir falar em eleições e em presidentes do Sporting. É que nunca mais!”
Esta conversa suscita algumas questões que deixamos à consideração dos sportinguistas:
1) Em que altura ocorreu? Terá sido em 2013 ou mais recentemente? Existem elementos dúbios quer para uma data quer para a outra. Ainda assim isso só será importante para perceber até que ponto envolve mais ou menos a Direcção actual, não na sua essência. Entretanto Ricciardi reconheceu a sua autenticidade e datou-a de 2013.
2) Continuarão Ricciardi e Sattar neste momento a pensar o mesmo que na altura desta conversa, ou seja que o Sporting só tem futuro se perder a maioria do capital da SAD? Foi lesto a reconhecer a autenticidade e a atacar a honorabilidade de PMR, mas seria importante que esclarecesse este ponto.
3) Atendendo a que estão na Comissão de Honra de Bruno de Carvalho e tendo em conta o que está contido neste diálogo, o que os fez aderir a esta candidatura e o que esperam do desenho accionista do clube em termos futuros? Faz-lhes confusão que a “populaça” continue a ser quem decide?
4) Quem é o terceiro elemento a que se alude na conversa?
5) Quem investiu 18 milhões na SAD recentemente e porque motivo não é referido o seu nome? É algum destes intervenientes, ou é o tal terceiro elemento?
Por último, apenas alguns apontamentos finais…
O presidente da KPMG Portugal e KPMG Angola, Sikander Sattar, chegou a ser ouvido LINK na comissão de inquérito parlamentar ao caso BES em Janeiro de 2015, designadamente as contas do BES Angola (BESA), cujo homem forte era Álvaro Sobrinho.
Por sua vez, Ricardo Salgado sugeriu que a KPMG, presidida por Sikander Sattar, terá sido influenciada por Sobrinho LINK para fazer um relatório de controlo interno, relativo a 2012, a dar conta de que o BESA estava “de boa saúde”. “Não me passa pela cabeça que o Dr. Álvaro Sobrinho não tenha conseguido controlar isto. A coisa mais espantosa é que isto vem com data de 28 de junho de 2013. A KPMG esteve, no mínimo, distraída.”
Sattar… Ricciardi … Álvaro Sobrinho. Um triângulo muito nebuloso que importa clarificar e esclarecer. Em nome do Sporting!
Depois do tempo entretanto decorrido na campanha às eleições no Sporting, depois do debate realizado no passado dia 23, continuam ainda algumas questões importantes por esclarecer. Poderia ter sido também esse o papel do moderador, aliás, deveria. Os sócios, que de certa forma também lhe pagam o vencimento, teriam agradecido imenso. Uma vez que tal não aconteceu, deixo aqui um conjunto de perguntas a ambos.
Pedro Madeira Rodrigues
1 – O que fará se Jorge Jesus não se demitir?
2 – Quem é o seu treinador?
3 – Caso a equipa B desça de escalão, mantém a intenção de aposta na mesma?
4 – O basquetebol é a única modalidade que equaciona recuperar?
5 – Qual a vantagem de recuperar já a posse da Academia?
6 – Qual o custo do Velómedro Joaquim Agostinho?
7 – Pensa apresentar candidato às próximas eleições da Liga? Já tem alguém em mente?
8 - Tenciona manter Luís Martins e em que funções - caso não seja na equipa B, quem escolherá para o lugar?
9 - Relativamente à política de empréstimos, tenciona fomentá-la e normalizar relações com clubes com quem esta Direcção se incompatibilizou?
Bruno Carvalho
1 – Quem é Costa Aguiar?
2 – Qual o orçamento actual do Departamento Legal, quanto era no início do mandato e qual foi a evolução ao longo do mesmo?
3 – Quais as responsabilidades directas de Virgílio e Manuel Fernandes?
4 – Quem são os investidores de 18M€ anunciados em Novembro de 2016?
5 – Porque vendeu Montero?
6 - Caso a equipa B desça de escalão, mantém a intenção de aposta na mesma?
7 – Porquê antecipar a renovação com a Macron?
8 – A quem pertence o passe do jogador Bruno Paulista e qual a relação com o Caála?
9 - Como vai resolver o problema dos VMOCs?
10 – Qual o papel da empresa Young Network no Sporting Clube de Portugal?
Hoje pelas 21 horas, terá lugar na Sporting TV, o único debate que irá ocorrer entre os dois candidatos à presidência do Sporting: o actual presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, que sempre deu a entender que se recandidataria e o único candidato alternativo que teve a coragem de avançar para a refrega eleitoral, Pedro Madeira Rodrigues. O debate será moderado por Rui Miguel Mendonça.
Em primeiro lugar, é pena que apenas tenha sido acordada a realização de um único debate. De facto, 60 a 80 minutos (tempo previsto para o mesmo) parece manifestamente pouco, para a quantidade de temas que interessava discutir, bem como para ouvir os candidatos explicar os seus programas.
Recorde-se que em Março de 2011 ocorreram 3 debates televisivos e em diferentes canais, entre os 6 candidatos de então e em Março de 2013, os então candidatos Bruno de Carvalho, José Couceiro e Carlos Severino, puderam travar dois debates, um na SIC Notícias e outro na RTP Informação, três dias depois.
Por outro lado, o facto de debate decorrer na Sporting TV, e sendo a mesma canal do clube, não deixa de colocar o entrevistador numa situação algo embaraçosa, pois se tiver por exemplo de interromper ou silenciar Bruno de Carvalho, estará a ter de condicionar o discurso do seu actual patrão. Resta-nos ter esperança que sendo Rui Miguel Mendonça um grande profissional e jornalista, possa estar imune a todos estes constrangimentos e consiga conduzir o programa de forma isenta, imparcial e preservando a igualdade de ambos os candidatos.
Quanto ao debate em si, esperamos que se evitem os ataques pessoais mútuos e que haja o mínimo de interrupções ou apartes, bem como insinuações venenosas. Os sportinguistas desejam que se aproveite o pouco tempo disponível para explicar o que se vai fazer e como tal vai ser realizado, sabendo-se que num caso, houve promessas cumpridas e outras por cumprir e no outro caso existem promessas que têm de ser fundamentadas. Os grandes assuntos como o controlo accionista da SAD e a necessidade de o clube manter o seu controlo, com ênfase especial nas VMOC, a questão Jorge Jesus, que parece cada vez mais fazer parte do problema e não da solução, a Formação e equipa B, a estrutura a construir no futebol para assegurar maior eficácia nas contratações e articulação com os escalões mais jovens, a renovação e melhoramento de infraestruturas, as modalidades e o projeto para as mesmas, a comunicação do clube e as relações com os outros clubes (indo para além dos rivais) e o relacionamento com os agentes desportivos, constituem apenas alguns dos temas a necessitarem de desenvolvimento. Estamos fartos de fundamentalismos, de discursos de “ou eu ou o caos”, de berraria na praça pública. Queremos projetos sólidos e discussão séria que nos permitam sonhar em recolocar o Sporting no caminho dos títulos, algo que neste mandato continuou a escassear.
Muitos já terão definido o seu sentido de voto – e não esquecer que há eleições para diferentes órgãos (Conselho Directivo, Assembleia Geral, Conselho Fiscal e Disciplinar e Conselho Leonino), podendo o voto ser individualizado em cada situação, – outros ainda não. Haverá ainda aqueles que ainda poderão alterar a sua preferência. Independentemente de tudo isso, todos beneficiaremos dum debate honesto e em que se dê a primazia à discussão de ideias ou projectos para o clube.
Por isso, apenas fazemos o apelo que saibam ser dignos deste enorme clube, da sua história, grandeza e valores. Não se esqueçam que o Clube está sempre acima de quem o serve e que os sportinguistas são adeptos, na sua grande maioria, inteligentes, pensantes e não facilmente manobráveis.
Sporting sempre!
No próximo dia 5 de Março será conhecido o nome do próximo presidente do Sporting Clube de Portugal, após o acto eleitoral realizado na véspera.
Há duas possibilidades, o actual presidente Bruno de Carvalho (BdC) que tenta a reeleição e um candidato que protagoniza uma lista alternativa, Pedro Madeira Rodrigues (PMR). No caso da eleição para o Conselho Leonino, vai ainda a votos uma outra candidatura independente.
Neste momento existirão várias dúvidas… em primeiro lugar e como é óbvio, quem vence (embora o favoritismo recaia em Bruno de Carvalho) e depois qual a amplitude da vitória – ganhar 60/40% não quererá dizer o mesmo que 90/10%, por exemplo.
Há contudo uma outra “lista” a sufrágio no dia 4 de Março… será o número de votos em branco. Neste grupo estarão incluídos aqueles que estão desiludidos com BdC ou então que nunca o apoiaram, mas também aqueles que não foram seduzidos pelas propostas do único candidato que, mesmo assim, teve coragem para avançar, Pedro Madeira Rodrigues.
É por isso fundamental que o maior número de pessoas vá votar, seja qual for a sua opção, mesmo que pense votar em branco. É importante que isto aconteça, pois o que ocorre mais frequentemente, quando não se acredita em nenhum dos candidatos, é ficar em casa. Esta opção, ao contrário das restantes, não será contabilizada. Em boa verdade, é mesmo lícito dizer-se que não conta para nada, não manifestando repúdio nem aprovação, apenas alheamento. Só se o maior número possível de sócios for votar, o universo sportinguista estará devidamente representado na eleição.
E também é bom que se interiorize que os votos em branco se podem rapidamente vir a integrar num outro candidato que possa surgir no futuro. Serão de qualquer forma uma advertência ruidosa à actual Direcção, mesmo que seja reeleita ou então, no caso de PMR ser eleito, a necessidade de ser mais específico e consequente no seu mandato do que o tem sido na forma como anuncia as suas propostas. Um estímulo, se tiverem bom senso e humildade para o perceber, para que se corrijam muitos dos erros cometidos nesta trajectória de 4 anos e que se agravaram bastante na parte final deste mandato.
Voltando ao dia 5 de Março, o que é expectável, mas não de todo desejável, será o foguetório dos apoiantes do candidato vencedor (se for o actual presidente existe já um triste histórico nesse sentido, de sócios que insultam e desafiam outros, mesmo depois de vitórias contra equipas como o Moreirense) como se tivessem sido campeões nacionais, ao mesmo tempo que provocam os outros sportinguistas que não se revêem nessa candidatura.
Pois nesse dia 5 de Março e convém não o esquecer, estaremos a pouco mais de dois meses do final de uma época frustrante. Uma época em que, apesar do maior investimento de sempre em jogadores (contabilizando também os salários), com um treinador que recebe várias vezes mais do que o anteriormente mais bem pago, não seremos campeões nacionais, não conseguiremos quase de certeza o apuramento directo para a Campions League, não venceremos nem a Taça de Portugal nem a Taça da Liga, em que temos a equipa B a lutar para não descer de divisão e eventualmente se extinguir e em que, nas principais modalidades colectivas, teremos muitas dificuldades em ser campeões, com a excepção provável do futsal. E estaremos na antecâmara de uma próxima época difícil, com poucos recursos disponíveis para o reforço da equipa de futebol (facto que se agravará se não formos à Champions), com a necessidade de apostar na Formação, tendo um treinador que prefere ir buscar carradas de estrangeiros que depois se revelam flops e sem a possibilidade de mudar de treinador por decisão da Direcção (apenas por iniciativa do próprio, dificultada pelo contrato principesco de que desfruta).
Será pois um dia de reflexão e de trabalho mais do que de triunfalismos. Um dia de pensar em trabalhar melhor e de parar com a conversa oca. A verdade é que cada um reagirá como entender. Isso faz parte da democracia e é natural. Ainda assim, seria desejável que cada vez mais parassem os fanatismos, insultos e perseguições. Quanto à união entre os sportinguistas, essa chegará certamente quando finalmente as vitórias se tornarem uma realidade objectiva e concretizada e não apenas propagandeada e inconsequente como infelizmente tem sucedido há vários anos e que em que este mandato não constituiu excepção.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.