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O Sporting é a paixão que nos inspira. Não confundimos competência com cultos de personalidade. 110 anos de história de um clube que resiste a tudo e que merece o melhor e os melhores de todos nós. Sporting Sempre
As eleições de março de 2017 começam a tornar-se um tema incontornável no universo leonino.
Embora alguns se queixem que os eventuais candidatos já deveriam ter formalizado as candidaturas, a verdade é que pelo menos assim o seu anúncio não serve de qualquer justificação para os péssimos resultados que a equipa registou recentemente quer na Champions quer no campeonato, em que o Sporting se encontra a uns distantes 8 pontos do líder, o Benfica.
Certamente, que a terem surgido já candidatos isso seria invocado e talvez apontado como uma das razões para esse insucesso...
Venham então as candidaturas e que os temas e propostas sejam discutidos com seriedade e elevação.
Só sendo conhecido até à data um candidato, o atual presidente Bruno de Carvalho e ignorando quem se apresentará a votos, os sportinguistas expressam ainda assim já algumas posições que talvez seja interessante discutir.
Há aqueles que dizem que jamais votarão no atual presidente, entre outras razões pelo estilo e comunicação controverso que assume ou por não ter atingido os resultados que se propunha e outros que afirmam votar nele, independentemente de quem surgir.
Ora neste segundo grupo, existem ainda assim algumas nuances. Há de facto quem afirme que apoia incondicionalmente Bruno de Carvalho, faça ele o que fizer e aqueles que, mesmo reconhecendo vários erros deste presidente, acham que ele merece um segundo mandato. E depois disso e caso não corresponda, ser então afastado.
Esta última posição é respeitável ainda que talvez fosse mais razoável aguardar pelos projetos, equipas e figuras que se vão apresentar. E será que o histórico de Bruno de Carvalho leva a crer que se está em trajetória ascendente e tranquilizadora que permita excluir desde já outros candidatos? Na minha opinião, não. Depois de uma primeira época muito boa, em que com poucos meios se contratou um bom treinador, Leonardo Jardim, se assentou num projeto realista e com base nos jogadores da Academia, tivemos depois um desnorte nas contratações na época seguinte de Marco Silva, das quais apenas resta no plantel principal Paulo Oliveira e ainda assim remetido ao banco de suplentes. Depois da grande aposta em Jorge Jesus que quase nos deu um campeonato, mas em que existiram várias falhas, entra-se para esta época com um grande investimento em jogadores, com revisão em alta e prolongamento do contrato de Jorge Jesus e com os péssimos resultados que se conhecem. Não há uma estrutura para o futebol sólida e estamos amarrados a este treinador, de indiscutíveis méritos, mas por quem passam todas as decisões do futebol. Portanto aqui houve uma evolução negativa e não consentânea com o aumento de investimento.
Relativamente à Comunicação, depois de 3 diretores diferentes, e quando na época passada Bruno de Carvalho se multiplicou em posts no Facebook, muitos deles claramente discutíveis e de alcance duvidoso, temos agora um diretor de Comunicação em que mais de 90% dos posts são dirigidos e baseados no rival Benfica. Também aqui houve uma tendência para piorar, pois na tal primeira época e tirando alguns excessos do presidente, como a de dizer “que os adversários tinham de dar mais luta” quando a equipa estava na liderança, até nem tinha existido matéria de grande controvérsia.
Há também quem justifique a aposta antecipada no voto neste presidente, porque quem vier pode ser desconhecido ou até porque pode estar ligado ao rival. Em relação ao primeiro ponto, refira-se que Bruno de Carvalho quando surgiu em 2011 também era um desconhecido e o seu discurso populista suscitou muitas reservas. Depois de ser eleito em 2013, tem acumulado algumas coisas bem feitas, mais no início do mandato e muitas criticáveis, mais no final, o que parece indicar uma tendência preocupante. Portanto não parece que o receio do desconhecido seja um argumento satisfatório, sobretudo sem sequer se conhecerem os candidatos. Quanto à possibilidade de qualquer candidatura ser patrocinada pelo Benfica para que se possam livrar de um presidente “incómodo” como Bruno de Carvalho, além de parecer ridícula, a perspetiva do nosso rival poder conquistar um tetracampeonato pela primeira vez na sua história, não leva a supor que estejam assim tão preocupados com a nossa Direção.
Por isso mesmo, defendo que todos, quer achemos Bruno de Carvalho o melhor, o menos mau ou ainda o pior, ganharemos em considerar e analisar os outros candidatos e projetos. Não passemos cheques em branco em ninguém. E já agora que os candidatos sejam respeitados e não se assista ao espetáculo deplorável de comentários insultuosos e ameaçadores que se viram na página de FB de Paiva dos Santos, que em poucas horas deixou de ser candidato.
Independentemente de se poder ter precipitado e das reservas que pudesse levantar a sua candidatura, seria bom que se percebesse que somos um clube centenário, sem lugar para práticas arruaceiras e de nível inqualificável.
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