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O Sporting é a paixão que nos inspira. Não confundimos competência com cultos de personalidade. 110 anos de história de um clube que resiste a tudo e que merece o melhor e os melhores de todos nós. Sporting Sempre
Quando se fala de investimento, podemos considerar a visão económica – mais clássica e restritiva – que o apresenta como a aplicação de capital em meios de produção para aumento de capacidade produtiva, ou podemos considerar também uma visão mais genérica que o apresenta como qualquer aplicação de capital que vise a obtenção de rendimentos futuros. Nesta segunda, mais genérica, incluem-se financiamento (em que o investidor obtém juros como ganho) e patrocínio (ou outras formas de publicidade em que o investidor obtém “imagem” como ganho).
Da mesma forma, o termo investidor poderá ser visto de forma mais ampla. Alguém interessado em entrar no capital social de uma empresa é um investidor, alguém interessado em emprestar dinheiro a uma empresa é um investidor e alguém interessado em patrocinar uma empresa – com o objectivo de “alavancar” a sua imagem com a notoriedade da empresa – é um investidor.
Recentemente foi notícia que o candidato à presidência do Sporting, Pedro Madeira Rodrigues, fez uma viagem ao Médio Oriente com o objectivo de encontrar investidores. Desde logo uma ideia inteligente e avisada, pois não só é consensual que em Portugal não existe actualmente capacidade de investimento como são também sobejamente conhecidos os excedentes de liquidez que proliferam naquela região do globo. Como, infelizmente, já vem sendo hábito por parte dos peões habituais tenta-se minimizar o potencial do acto. Habitualmente por o acto não ter sido praticado por Bruno Carvalho, como se o valor de qualquer acto viesse de quem o pratica e não do seu conteúdo.
Em primeiro lugar, não manifestando de todo o que deve ser a elevação de um Sportinguista, a linguagem utilizada é tudo menos imparcial, objectiva e “profissional”. Começa por se acusar um candidato à presidência do Sporting Clube de Portugal de ser xenófobo, uma infâmia que deveria cobrir de vergonha qualquer Sportinguista digno. Usam uma expressão utilizada por Madeira Rodrigues sobre os “supostos” investidores russos que Bruno Carvalho tinha prometido, que recordemos eram pessoas cujas actividades e ligações não eram as mais transparentes. Tal como as contrapartidas negociadas, bem vistas as coisas, não os distinguiam muito de outros Fundos de Investimento que foram mais tarde condenados pelo próprio Bruno Carvalho.
Em segundo lugar, critica-se a busca por investidores além-fronteiras. Como dito em cima, é um óbvio imperativo pois dentro de Portugal nem para uma Instituição Financeira como o Novo Banco ou o Banco Comercial Português se consegue constituir capital luso, quanto mais para investir num clube desportivo… Revelando a costumeira parcialidade critica-se, quando Bruno Carvalho encontra parceiros (alegadamente) na Guiné Equatorial elogia-se…
Em terceiro lugar, tenta lançar-se o medo com declarações enviesadas sobre a possibilidade de perca da maioria da SAD com acusações ignóbeis de que o candidato «anda a vender o clube». Salientar à partida que nas declarações de Pedro Madeira Rodrigues sobre o périplo no Médio Oriente foi sempre mencionado o objectivo de naming para a Academia de Alcochete. Mais uma vez, BC promete é bom, PMR tenta concretizar é mau. Ou seja, não foi referida por ele qualquer intenção de que esse investimento fosse canalizado para o capital social da SAD. Para além disto, recordar quem de facto «anda a vender o clube», pois em Novembro de 2016 é divulgada a entrada de “novos investidores” num aumento de capital de 18M€ que deixa o Sporting no limiar da maioria da SAD. Será intelectualmente honesto considerar que um copo transborda pela totalidade de líquido no seu interior, não apenas pela última gota. Ao dia de hoje continua a não ser público quem são os “novos investidores”. Em Novembro é também esclarecido que a Holdimo de Álvaro Sobrinho detém 29,85% da SAD Leonina.
Fica a questão para Bruno Carvalho: estes 18M€ não vão também «parar à Banca»?
Em quarto lugar é apresentada uma imagem da “futura” estrutura accionista num cenário de não recompra dos VMOCs. Tenta-se preparar a opinião pública verde e branca para esse cenário? Esse cenário simplesmente nunca se poderá tornar realidade! Com a actual Direcção, que até ao momento apenas “amealhou” 3M€ para fazer face a essa necessidade futura, talvez, pois como já tinha dito antes o “amealhanço anual” deveria ser na ordem dos 10M€. É por aqui que se poderá «vender o clube» e não em fazer o que um gestor competente deve – procurar alternativas de financiamento da operação.
Terminar comentando apenas que estou curioso em ver como se referirá o peão habitual à proposta de Bruno Carvalho sobre o naming do Estádio. Para já afirmam que a sugestão de Pedro Madeira Rodrigues é demagógica, por ele afirmar (obviamente) que terá de levar a proposta a Assembleia Geral.
P.S.: o outrora “anti-Cristo” – José Maria Ricciardi – agora desfaz-se em elogios…
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