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O Sporting é a paixão que nos inspira. Não confundimos competência com cultos de personalidade. 110 anos de história de um clube que resiste a tudo e que merece o melhor e os melhores de todos nós. Sporting Sempre
A imagem em cima é retirada do programa eleitoral de Bruno Carvalho. Uma síntese adequada do que deve ser o perfil de qualquer treinador do Sporting, bem corporizada em Lazlo Boloni – último campeão.
Leonardo Jardim
Para arranque do mandato de Bruno Carvalho não poderia ter sido encontrado um nome melhor do que Leonardo Jardim.
Treinador nascido na Venezuela mas que viaja ainda criança para a Madeira, acompanhando o regresso dos seus pais. Inicia jovem, com 29 anos, a carreira de treinador no Camacha onde passa 5 anos. Transfere-se para o Chaves, onde fica apenas 1 época finda a qual dá o salto para a Primeira Liga para treinar o Beira Mar. É por esta altura associado ao porto, num suposto contrato-promessa que nunca foi bem esclarecido.
O ingresso na Primeira Liga lança uma carreira meteórica. Passa 2 épocas no Beira Mar de onde passa para o Braga. Aí faz uma boa época, mantendo o nível "europeu" que a gestão de Salvador trouxe ao clube, que o catapulta para a Grécia e o Olympiacos. Lá cumpre o já habitual desígnio de colocar a equipa na rota de ser campeão grego, só não colhe os frutos por um enigmático despedimento ainda em Janeiro. Azar dos gregos... Sorte do Sporting Clube de Portugal! Faz uma boa época e leva o dono do Mónaco a pagar a sua cláusula de rescisão para contar com os seus serviços. Aquilo que tem sido a sua carreira no Mónaco, todos somos testemunhas.
No Sporting, incorpora na perfeição a descrição da imagem. Basta recordar que é ele que chama William Carvalho ao estágio de pré-época e acredita definitivamente em Adrien Silva. Ou seja, é Leonardo Jardim que lança, o que ainda hoje é, a espinha dorsal da equipa do Sporting – William e Adrien.
Arma uma boa defesa, com Cédric na direita, Rojo no centro com uma solidária qualidade a disfarçar os parceiros Maurício e Jefferson. A posição mais recuada de William no meio campo era também uma importante ajuda, bem como a presença de Patrício nas costas. Eric Dier, quando possível, ia espreitando a titularidade, em mais um exemplo de aposta em jogadores oriundos da Formação.
No ataque, aposta inicialmente em Montero que tem um início fulgurante. À medida que o colombiano se vai ofuscando, vai aparecendo aquela que viria a ser a melhor contratação do mandato – Islam Slimani. No apoio a eles, nas alas, aposta na juventude de Carrillo, Mané e Wilson Eduardo, com estes dois últimos a terem das melhores épocas até agora nas suas carreiras e, mais uma vez, a corporizarem a prometida aposta na Formação.
Marco Silva
Depois de perder Jardim, sem que algo pudesse ter sido feito para o impedir, Bruno Carvalho tira mais uma excelente carta da manga ao contratar Marco Silva. Não só por ser à data o treinador português com maior potencial, como por esse potencial já atrair também as atenções de ambos os rivais.
Treinador que tinha até então orientado apenas o Estoril, onde tinha inicialmente desempenhado a função de director desportivo. Faz, já como treinador, um unanimemente reconhecido bom trabalho ao colocar o clube na discussão de lugares que garantem provas europeias, feito atingido em 2013 com um 5º lugar. Repete o feito na época seguinte, superando-a com um 4º lugar.
No Sporting, consegue impor um bom processo ofensivo, dando mais preponderância no miolo a Adrien do que a William, por comparação com o seu antecessor. Conta nas alas com o recém chegado Nani, jogador de classe mundial depois da passagem pela Premier league, que se torna dono absoluto de uma das alas. Na outra aproveita para – finalmente! - lançar Carrillo para o que prometia na altura ser o início do estrelato.
Constatando que os supostos reforços do meio campo – Rosell e Slavchev – não passavam disso mesmo, suposições, recupera em Janeiro João Mário do empréstimo em Setúbal e integra-o com sucesso no plantel, com o papel de substituir Adrien ou William. Mais uma demosntração de aposta na Formação.
Na defesa, perde Eric Dier logo no início da época e também cedo percebe que Naby Sarr poderia ter outro nome próprio trocando apenas uma letra... Consegue um esboço de equilíbrio do sector quando aposta em Paulo Oliveira, recém chegado de Guimarães, tornando-o o "patrão" da defesa. Mais uma vez, a aposta nos activos que já estão presentes no Clube por detrimento de gastar milhões em apostas duvidosas.
Apesar de, em situações estranhas e por vezes caricatas, não ter tido um grande apoio da estrutura directiva, consegue conduzir o Clube à vitória na Taça de Portugal.
Jorge Jesus
Sai Marco Silva e entra Jorge Jesus. Já muito foi dito. Muito haverá ainda a dizer. Não é este o objectivo deste texto.
Treinador com carreira marcada sobretudo pelas vitórias no rival benfica, apesar do já longo trajecto como treinador iniciado em 1990 no Amora. 18 anos depois, após trajecto feito sempre em equipas de luta por permanência, chega a um projecto mais ambicioso no Braga. No Minho dá continuidade ao bom projecto iniciado anos antes por Jesualdo Ferreira, e que tinha tido ligeiro sobressalto após a sua saída em 2006.
A boa época em Braga abre-lhe as portas do benfica, onde entra com a habitual modéstia afirmando que consigo «os jogadores vão correr o dobro». Tem, de facto, um grande impacto inicial com nítidas melhorias em toda a movimentação da equipa, coleccionando algumas goleadas no primeiro terço da época e alvançando o título no final. Fica mais 5 épocas para além desta. Vence mais 2 Campeonatos, com preponderância bem mais reduzida e depois de perder o anterior de joelhos no porto. Tem uma política de gestão do plantel sempre caracterizada por contratações numerosas e caras e total desprezo pelas camadas de formação.
No Sporting, tal como tinha acontecido no rival, tem uma entrada com impacto no rendimento na equipa e com a sua habitual modéstia. Ao contrário do que tinha acontecido no rival, não vence o Título. E não o vence porque o treinador do rival, espicaçado por Jesus durante toda uma época, faz mais "um bocadinho assim".
No Sporting, tal como tinha acontecido no rival, lidera uma gestão de plantel orientada sobretudo para compras. Olha para a Formação, quando esta se torna tão óbvia que seria impossível não reconhecer qualidade e presença na equipa a Gélson Martins e Rúben Semedo.
No Sporting, tal como tinha acontecido no rival, leva já 40M€ em contratações e elevou a fasquia salarial para níveis que já ultrapassaram o último orçamento de Godinho Lopes. Entretanto, jogadores como Carlos Mané, Francisco Geraldes, Daniel Podence e Iuri Medeiros vão brilhando noutros palcos, por o seu lugar no palco de Alvalade estar ocupado pelos ofuscantes desempenhos de Markovic, Elias ou Alan Ruiz.
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