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O Sporting é a paixão que nos inspira. Não confundimos competência com cultos de personalidade. 110 anos de história de um clube que resiste a tudo e que merece o melhor e os melhores de todos nós. Sporting Sempre
O famoso romance queirosiano Os Maias (pessoalmente o de que mais gosto do tio Eça) possui uma das cenas mais inspiradas da literatura portuguesa: o jantar no Hotel Central, ao Cais do Sodré (que já nem existe). Antes da fabulosa cena apoteótica entre o titã realista João da Ega e o vate romântico Tomás de Alencar, os comensais discutem a saúde financeira do país. A dada altura:
“Carlos não entendia de finanças: mas parecia-lhe que, desse modo, o País ia alegremente e lindamente para a bancarrota.
- Num galopezinho muito seguro e muito a direito – disse o Cohen, sorrindo.”
Peço, desde já, desculpa aos leitores mais impaciente por este intróito literário. Peço também desculpa pelo meu longo silêncio neste espaço. Senti apenas a inutilidade do meu esforço. Hoje, contudo, a ocasião é demasiado urgente para continuar calado.
Não, não pretendo dissertar acerca da (reconhecidamente débil) saúde financeira do Sporting. Não, não pretendo aprofundar a dor de que todos já padecemos. O conceito de bancarrota que serve de mote a este texto é de natureza moral. O Sporting foi ontem destituído de qualquer autoridade moral que ainda lhe restava. O Sporting consumou ontem a sua bancarrota moral.
Por 5 vezes o Sport Lisboa e Benfica foi impedido de chegar ao tetracampeonato. 2 delas pelo Futebol Clube do Porto. 3 delas pelo Sporting, a última das quais especialmente saborosa porquanto foi coroada por uma dobradinha no precioso ano de 1974 e com a marca até hoje inigualada de Hector Yazalde, cifrada nos 46 golos.
Durante 48 anos (1954-1998) tal marca foi pertença exclusiva do nosso querido Sporting Clube de Portugal. Sofremos a indignidade de ver o Futebol Clube do Porto a igualar-nos e, no ano seguinte, a transcender esse feito. Ontem, o nosso maior rival entrou, por mérito próprio, no mesmo clube de tetracampeões, garantindo, no mesmo jogo, o 3º lugar ao Sporting Clube de Portugal. Haverá maior humilhação que esta? Ganham-nos o campeonato, empurram-nos desdenhosamente para fora da luta e, como prémio de consolação, ainda nos dão o chocolate da pré-eliminatória da Champions.
Quanto a vós não sei, mas ontem foi o dia mais triste que já vivenciei como sportinguista. Mais que a final da Taça UEFA desgraçadamente perdida em nossa própria casa. Mais que Maio de 2013, há precisamente 4 anos, com a confirmação de um miserável 7º lugar. É que, em 2005, ainda se lutava. Em 2013 sabíamos que era uma questão de tempo até algo mudar.
Desta vez, é mais grave… Estamos pior do que nunca, mas não há mudança à vista… Serão os próximos 4 anos iguais aos que nos foram infligidos até agora? Continuará a desculpabilização?
É que, não sei se se aperceberam, mas o Benfica ganhou em toda a linha. E ganhou porque é melhor em toda a linha. Porque é demasiado poderoso para não ganhar. Pode não ter melhor treinador, mas tem melhores jogadores. Pode ter um ladrão condenado e alegado traficante como Presidente, mas tem Domingos Soares de Oliveira como administrador de topo da SAD. Pode ter Pedro Guerra como bandarilheiro encartilhado, mas tem Rui Costa como Director Desportivo. Pode ter a porta 18, mas faz negócios como ninguém em Portugal, ao nível do marketing. Pode estar refém de Jorge Mendes, mas ainda consegue jogadores do calibre de Jonas. Pode enfiar barretes como Renato Sanches, mas tem o Seixal que, neste momento, vence em toda a linha quaisquer infra-estruturas que tenhamos em Alcochete. Podem até nem ganhar em futsal, mas ganham em hóquei, em voleibol e, brevemente, serão mais competitivos que nós em andebol, outra modalidade histórica do Sporting onde a incompetência passa por “bloqueio mental”.
Eles desforraram-se deliciosamente de nós em cada canto. O Sporting não lhes pode apontar nada. O Sporting está a braços com uma bancarrota moral que não lhe permite arrecadar louros de nada. Bate recordes negativos uns atrás dos outros. No entanto, o mais grave mesmo é a falta de perspectiva de melhoria. O futuro é sombrio porque nada vai mudar. Os erros repetir-se-ão. A desresponsabilização continuará. O Sporting não tem tempo a perder e, no entanto, continuará a perdê-lo.
Talvez conviesse demonizar menos e trabalhar mais. Seguir o bom exemplo alheio. Começar por baixo. Construir pela base. Profissionalizar. Servir o Clube. Por ora, apenas miséria nos aguarda. Miséria alicerçada em passadismo. À semelhança de tudo neste Sporting, não basta afirmarmo-nos, temos de o demonstrar. Até lá, seremos sempre um clube de ocasião que, de quando em vez, faz uma gracinha.
Para quando, Sporting? Para quando competitividade a sério? Para quando cumprir-se o Clube?
Sporting Sempre
PS: Perdoem-me o texto desconexo. Brevemente lançarei um texto mais estruturado acerca dos vícios e problemas estruturais do Clube a que urge fazer face.
É de manhã cedo, quase madrugada ainda. Fábio Mulder e Diana Scully chegam ao escritório da Polícia Judiciária onde ambos são agentes especializados na investigação de casos “diferentes”. Em cima da sua mesa de reunião têm uma nova pasta, provavelmente deixada na véspera por Válter Skinner que é o chefe de ambos, onde é visível uma etiqueta que diz apenas “Bruno Paulista – Confidencial”. Curiosamente, Fábio e Diana são ambos adeptos do Sporting Clube de Portugal, pelo que reconhecem imediatamente o nome.
Fábio – Olha Diana, aquele “trinco” que era suposto ser o suplente do William Carvalho.
Diana – Era, dizes bem. Pelo que vi até agora o João Palhinha é mais certinho.
Fábio – Mas, qualidade à parte, qual o assunto do file?
Começam ambos a passar os olhos pelas sucessivas páginas, e a cada página vão ficando com um semblante cada vez mais surpreendido e incrédulo. É relatada a história de um jogador brasileiro que em Agosto de 2015 ingressa no Sporting, por empréstimo, proveniente do Bahia. Em Portugal é apenas informado que o Sporting passa a contar com mais uma opção para Jorge Jesus. Aparentemente, um clube angolano – Recreativo de Caála – adquire 90% do passe do jogador e esse clube é que o cede por empréstimo ao Sporting.
Diana – Fábio, não percebi… Então mas o jogador é emprestado pelo Bahia ou pelo Caála?
Fábio – Pois Diana… Ah… Isso… Ah… Se calhar é melhor voltarmos ao início.
Voltam à primeira página. Aí têm um link em que é referido que o jogador tinha assinado pelo Sporting por 6 anos em 2015. Tentam seguir outro link das referências que, supostamente, seria um comunicado do Sporting.
Diana – Fábio, isto cada vez é mais estranho. Então o Sporting faz um comunicado oficial e agora já não se consegue encontrar?
Fábio – Devem ter sido uns extraterrestres…
Diana – Bem, comunicados à parte, descobri aqui um blog daqueles que costumas acompanhar.
Verificam então duas publicações que distam entre si uma semana. Primeiro a 12 de Junho de 2016 afirma-se que o jogador teria chegado por empréstimo em Julho de 2015, mas através do Recreativo de Caála – propriedade do empresário António Mosquito – que teria comprado o passe ao Bahia e emprestado o jogador ao Sporting com opção de compra por 3,5M€, ficando o Sporting responsável pelos vencimentos. Depois a 17 de Junho afirma-se que o Sporting teria, não accionado a opção de compra, mas sim garantido o atleta por empréstimo mais uma época – até Junho de 2017.
Entretanto, após (mais) uma época menos bem sucedida o Sporting optou por (sub)emprestar o jogador ao Vasco da Gama. Neste momento não é seguro que o Bahia, o Sporting, o Caála e o Vasco se entendam e a hipótese de o jogador voltar – para a equipa B – não está colocada de parte.
Diana – Ó Fábio, mas o Sporting não tinha já pago os 3,5M€ no início desta época (2016/2017)? Este negócio é tudo menos transparente. Não tinha sido o Bruno Carvalho a prometer que estas “negociatas” com empresários e afins tinham acabado?!
Fábio – Diana… não faças perguntas difíceis. EU QUERO ACREDITAR!
Desde que me lembro que sou do Sporting. Nunca passei por nenhum período de indecisão. Não me lembro de nenhuma indefinição angustiante. Não me recordo tão-pouco de nenhuma tentativa de qualquer familiar meu em me converter ao rival Benfica, e não são poucos os meus que apoiam essa instituição (apesar da preferência pelo Sporting, apesar de tudo, prevalecer no total). Simplesmente, aceitei o meu sportinguismo como um factor inato, intrínseco ao meu ser. A naturalização deste sentimento é de tal ordem que, ainda hoje em dia, só consigo abanar a cabeça de espanto quando ouço professar amor igual por outros clubes. Parte de mim reconhece a aleatoriedade da preferência clubística. Outra parte não consegue perceber como se pode ser de outro clube que não o Sporting. Havendo Sporting, como tributar apoio e dedicação a outros emblemas? O Sporting é o Sporting, o resto é paisagem. Poderão ter mais títulos que o Sporting; poderão ser financeiramente mais pujantes que o Sporting; poderão até ser mais prestigiados que o Sporting. No entanto, o Sporting somente se vive… ou não, como reza a derradeira parte da epígrafe deste blog.
Em 2000 e em 2002, recordo-me bem da apoteose em que vivemos com aqueles dois campeonatos, o primeiro inesperado, o segundo mais expectável, mas não menos espectacular. O Sporting demonstraria, uma vez mais, a sua inequívoca dimensão nacional e internacional. Recordo-me de o meu avô e a minha mãe me dizerem, comovidos, em 2000, que tínhamos quebrado um jejum de 18 anos. 18 anos são quase 2 décadas. Não dariam então a impressão de eternidade que hoje teríamos de um período temporal semelhante, aceleradíssimos e crivados de informações como estamos. Ainda assim, era demasiado tempo sem vencer o título máximo de futebol em Portugal. Ao contrário do que se poderia supor, nunca me incomodei com tal. Para mim, era uma naturalidade absoluta. Que se lixassem os 18 anos: eu era campeão aqui e agora! Mais tarde, apercebi-me de que não era por não ter passado integralmente por esses 18 anos que me tinha feito então pensar assim. Tinha sido o amor genético ao Clube que, recém-robustecido com um longamente aguardado título, só poderia frutificar e instalar-se-me irremediavelmente cá dentro. Isso não significa que não queira sempre ganhar. Claro que quero! Como amante de desporto, reconheço a inevitabilidade do empate e da derrota, mas só me dou por satisfeito quando ganho ou, alternativamente, quando tudo faço para ganhar.
Dito isto, o Sporting é demasiado grande. O Sporting tem uma massa adepta fidelíssima, dedicadíssima e vastíssima. O Sporting é uma das grandes instituições portuguesas. Um dos maiores Clubes europeus. O Sporting é eterno. Poucas coisas mexem tanto comigo como o Sporting.
Como posso ficar senão desalentado quando para ele olho e constato que, não só não ganha, como continua a insistir em não apostar nos meios que conduzem à vitória?
Como posso ficar senão desapontado quando para ele olho e constato que os erros e as fracturas de antigamente se reproduzem quase por geração espontânea?
Como posso ficar senão desiludido quando para ele olho e constato que continuamos iludidos pela feira de vaidades que marca o dia-a-dia do Clube?
Como posso ficar senão desalentado quando para ele olho e constato que assistimos ao reescrever da história recente, onde a antiga encarnação do Diabo em figura de gente se angelicou repentinamente?
Como posso ficar senão desapontado quando para ele olho e constato que se desperdiçaram 4 anos, intervalo temporal dotado de condições únicas para recatapultar o Sporting para uma posição de destaque do futebol português?
Estamos mais competitivos? Estamos. Ganhamos mais? Não. Temos mais influência nas instâncias decisórias do futebol em Portugal? Não. Somos mais respeitados no geral? Não. Financeiramente estamos mais coesos? A despeito da narrativa soteriológica, não.
O que mudou, então? A resposta é nada. O Sporting perdeu a hegemonia do futebol em Portugal em 1958, com o primeiro título ganho no velhinho Alvalade, o 8º em 12 anos, coincidentemente o ano em que os violinos sobreviventes, Vasques e Travassos, penduraram as botas, encerrando um capítulo de ouro na nossa centenária história e marcando indelevelmente uma era do futebol português. O Sporting deixou de ser a sombra persistente do rival Benfica nos anos 80, com a ascensão incomensurável do Porto. Adquiriu o estatuto de 3º Grande. Os seus méritos no futebol começaram a desviar-se para os sucessos no futebol de formação e no contínuo (posto que substancialmente reduzido a partir de 1995) amealhar de títulos nas modalidades. À semelhança de muitos outros projectos, o Sporting vive sempre na ânsia de restaurar uma glória antiga, um velho brilho que nos apaixona e nos mantém presos.
O maior problema do Sporting parece-me ser esse. Para além da crença num Redentor de pés de barro, a voracidade pela recuperação de um passado irremediavelmente passado. Enquanto nos contentarmos com as mesmas caras, as mesmas tricas, as mesmas intrigas, as mesmas políticas, as mesmas pessoas, as mesmas tretas do costume (perdoem-me o vernáculo), viveremos de um passado inatingível. Enquanto não entrarmos de vez no século XXI, não deixaremos de ganhar apenas circunstancialmente. Enquanto não transfigurarmos o Sporting de instituição passadista e acomodada (o actual Presidente, tendo dado um abanão, conseguiu acarneirar a maioria, num processo muito análogo ao que sucedia num passado não tão antigo assim…) em instituição moderna e pujante, continuaremos a ser o 3º Grande. Em suma, enquanto não encararmos o passado como tribuna de respeito e admiração, mas não como paradigma para o Clube, continuaremos a adiar-nos. Faltará cumprir-se o Sporting!
SPORTING SEMPRE
Estamos a chegar ao final de uma campanha que é um autêntico case study. Nunca na vida do Sporting se debateu tão pouco o futuro e o presente do Clube e da SAD em detrimento da vida e da personalidade dos candidatos.
Esta forma de fazer campanha é sintomática do estilo aplicado nos últimos anos. Desde 2011 que o Sporting se começou a fraturar internamente. O Sporting é hoje um clube altamente dividido, sem poder e completamente à deriva e à mercê de investidores desconhecidos e dos devaneios de um Presidente que assumidamente dividiu para reinar e construir uma carreira e claro uma carteira.
Mas vamos navegar pelos três universos que vão a votos. Presidente e equipa, Mesa da Assembleia Geral e Conselho Leonino. Se para a presidência a luta começa a ganhar contornos de ser mais disputada que há semanas passadas, as candidaturas para a Mesa e para o Conselho Leonino podem ser uma grande surpresa.
Marta Soares é para uma grande maioria um dos piores Presidentes de sempre, a par com Eduardo Barroso. Ambos bailarinos e bipolares, navegam mediante interesses próprios e até obscuros como foi explicado por Daniel Sampaio numa entrevista que deu há uns anos.
Marta Soares não sabe nem quer saber. Tem uma atitude que roça até o nível saloio e não compreende os estatutos, que curiosamente, é o presidente do órgão que os deveria obrigar a cumprir. O exemplo dos Cadernos Eleitorais é mais um triste episódio num Sporting cheio de dramas e de cenas muito tristes nos últimos anos.
Este é um órgão de grande importância. A candidatura de Rui Morgado pela Lista de Pedro Madeira apresenta-se como uma grande e óbvia alternativa à incapacidade e desnorte de Marta Soares. Aqui a mudança é quase obrigatória.
No Conselho Leonino temos três listas a votos. De enaltecer a Lista que somente vai a votos para este Órgão Consultivo. Sportinguistas anónimos, gente de estádios e pavilhões, gente educada e presente, gente que teve a coragem e acima de tudo, cumprem com o seu dever e obrigação de se fazerem ouvir e de se apresentarem como alternativa. Na minha opinião vão ter um bom resultado, e verdade seja dita merecem.
Por outro lado a Lista da candidatura de Bruno de Carvalho é um filme de terror. O regresso dos “cancros” ao Sporting. Cancros foi o termo utilizado pelo próprio presidente para denegrir Ricciardi e outros antigos dirigentes que agora se apresentam e andam aos abraços por Alvalade. O que hoje é verdade amanhã é mentira, e verdade seja dita, esta lista ao Conselho Leonino é para rir, pois esta gente não merece uma lágrima que seja.
E claro, olhemos para os dois candidatos, Pedro Madeira e Bruno de Carvalho, dois jovens, e o Sporting precisa desta juventude. Bruno de Carvalho teve quatro anos para se adaptar, para aprender, para se enquadrar com a responsabilidade que é ser Presidente de um Clube como o Sporting Clube de Portugal. Mas tarda em perceber e comportar-se como tal. O Clube está fraturado, os adeptos combatem entre si, há ameaças, há processos, há um tom baixo e sem perfil institucional. O Sporting é hoje um Clube gerido ao balcão da taverna, onde tudo se resolve com ataques ao rival Benfica, que para nossa tristeza, vai a caminho de quatro títulos em quatro anos de mandato de Bruno Carvalho. Nas modalidades e no futebol o terror é o mesmo. Muito dinheiro aplicado, e poucos ou nenhuns títulos. O Pavilhão tem mérito de Bruno, mas não podemos esquecer todo o trabalho feito pelas anteriores Direções no processo de resolução de terrenos e licenças com a autarquia. Sem estes processos nada aconteceria. Mas Bruno construiu, está quase pronto, e todos queremos que seja uma casa que muitas alegrias nos ofereça.
Pedro Madeira é o challenger destas eleições. Avançou sozinho num momento em que o Sporting estava ainda a lutar para vencer praticamente todas as competições. Sozinho foi conquistando apoios, garantindo votos, tem hoje uma Lista composta por antigos dissidentes de Bruno de Carvalho e de gente que muito deu ao Sporting e ao desporto nas ultimas décadas. Esta é uma Lista que deve ser bem avaliada e bem ponderada. Não é um capricho, é efetivamente um conjunto de Sócios muito válidos e preparados para alterar o rumo do Sporting nos próximos anos.
Pedro Madeira tem vindo a subir na sua confiança e notoriedade entre os Sócios. A poucas horas do Debate, se Pedro Madeira se conseguir afirmar definitivamente perante a plateia Leonina, tudo pode acontecer no dia 4 de Março. Pedro Madeira tem ainda trunfos na manga, como os investidores, sponsors, treinador e diretor desportivo. Ao que se vai ouvindo todos estes nomes serão fortes, e tudo será provado e comprovado de forma efetiva sem show mediático mas sim no sentido de começarem a trabalhar logo no dia 5.
O episódio do despedimento de Jorge Jesus foi mais um ato de coragem do candidato. E uma grande maioria tem esse desejo. E acredito que não será difícil chegar a esse acordo. Jorge Jesus está intimamente ligado a muito do que se passou nos últimos dois anos no departamento de futebol. Esteve nos negócios, nas compras, nas vendas, e isso pode ser o ponto de partida para colocar o lugar à disposição. Jorge Jesus pode ter muitos defeitos mas continuo a acreditar que e um Homem de caráter, do Sporting e que tem todas as qualidades para dar o salto para outro campeonato. Jorge Jesus sairá pelo seu próprio pé, pois perderá a confiança da direção e claro, perderá a confiança de quem realmente tem e deve ter o poder, os Sócios e Adeptos.
O Sporting está numa fase critica. Não é de agora. Mas vivemos atualmente de uma fraqueza enorme para os nossos rivais. Bruno de Carvalho dividiu o Clube, criou um conflito interno para governar. Se Pedro Madeira conseguir aproveitar esta fraqueza sairá vencedor das eleições. Bruno está desgastado, desacreditado, refém de um treinador autista que renega de forma perentória o nosso ADN de clube formador. E claro, o aumento brutal de emissão de VMOC´s, processo tão criticado por Dias Ferreira no passado e que agora evita tocar ou explicar aos Sócios e Adeptos o problema que temos entre mãos. O Clube e a SAD estão no limbo, continuam na mão da banca e de investidores. Os empresários de jogadores não nos consideram, a Federação de Futebol, a Liga de Clubes e a APAF não nos respeitam.
Um Clube orgulhosamente só só pode ter um destino. Ir definhando e desfalecendo sozinho, jogo após jogo, decisão após decisão até ao tombo final, que muito nos irá custar. Reerguer este Clube é uma missão de todos os associados e adeptos, que comece já no dia 4 com um voto de consciência. Basta! O Sporting não é isto.
Hoje, dia 7 de Fevereiro de 2017, o Sporting vai para quase quinze anos sem vencer um campeonato, com poucos títulos internos nestes anos passados, com eternos problemas internos de liderança, com problemas financeiros, com erros graves de gestão, com tantas asneiras que se abriu a possibilidade a um ilustre desconhecido tomar o poder.
Bruno de Carvalho está no seu quarto ano de mandato. E tudo continua na mesma, ou numa visão financeira, pior. Estamos mais dependentes de terceiros, temos menos percentagem da nossa SAD, o nosso passivo aumenta a olhos vistos, o investimento é cada vez maior e o retorno, seja ele em vendas seja em títulos é praticamente nulo.
Ora, não é necessário tirar um curso de gestão ou um MBA para entender que de onde se tira e não se coloca, algum dia irá faltar, e não existirá onde ir buscar para tapar o buraco.
Hoje, dia 7 de Fevereiro de 2017, a menos de um mês das eleições no Sporting, dois candidatos pouco esclarecem e nada apresentam de soluções.
Não há uma única proposta de rutura. E no caso da Candidatura de Bruno de Carvalho, é ainda mais assustador assistir ao regresso de figuras do passado recente tão violentamente criticados pelo atual Presidente. Eram “estes” o “cancro” do Sporting. Pois bem, como é hábito, as metástases espalham-se e dificilmente conseguem ser eliminadas. E neste caso até se abraçam com a “cura”, apesar de o problema continuar bem visível e a alastrar abruptamente por todo o universo Sporting.
Ora avaliando o estado do Clube, olhando para os péssimos resultados desportivos, para os miseráveis resultados financeiros, para o estado da nossa Formação, para o tom e a forma como Bruno de Carvalho lidera, a questão que se coloca é: Porque desistiu Mário Patrício? Porque não avançou já Benedito? Ganhariam estas eleições, e não sou eu que o digo, é a bancada leonina que não quer Bruno de Carvalho.
Quando olhamos para a Comissão de Honra de Bruno de Carvalho, e conhecendo nós os apoiantes dos Candidatos a Candidatos que nunca o foram e desistiram, começo a ter a certeza que há uma estratégia na sombra, ou melhor, e ao estilo Hollywood, uma golpada.
Ora vejamos, Ricciardi está sempre com quem está no poder. Hoje gosta do Bruno, amanhã tratará de o dizimar. Isso é uma certeza como a fome. Pedro Baltazar quer o poder, Froes quer o poder, Mário Patrício quer o poder, Godinho quer a sua “vendetta”, entre tantos outros ilustres, onde se poderá encontrar Alvaro Sobrinho e Mosquito, grandes “amigos” dos cofres verdes e brancos.
Bruno de Carvalho está a ser dizimado por dentro. A esta equipa apresentada falta somente Carlos Barbosa e Nobre Guedes para se afirmar o passado recente que Bruno prometeu “limpar”. Pois bem, que maior afirmação de fracasso que se ver obrigado a “readmitir” toda esta gente? E que maior afirmação de liderança marioneta que tudo isto?
Bruno não será vencido na urna, cairá sozinho, em desgraça, acabando com um falso mito. E merece cair assim. Um vendedor de banha da cobra que engana, processa, insulta os Sócios que lhe pagam o ordenado e lhe permitem viajar e passear em família e com namoradas por este mundo fora.
Bruno auto-injetou-se com o vírus. A cura não existe. Querem destruí-lo. Mas quem deixou a ferida exposta foi o próprio Bruno. E não se preocupou nunca em cura-la, mas sim em alastrar o fosso e a promover uma divisão e uma guerrilha que nunca poderia ganhar.
Bruno é um pobre diabo. Sem credibilidade perante a banca, sem credibilidade perante as empresas, sem voz nem poder em lado algum. E na sua ignorância e redução à realidade, não é de espantar preferir o banco à bancada presidencial. Pois no banco junto ao relvado está ao seu nível, na cadeira dos negócios é um pobre rapaz, sem propósitos e sem capacidade de envolvimento e visão.
Bruno acabou. Tem os dias contados. E uma vez mais, quem pagará tudo isto é o Sporting.
Mantenham-se atentos, pois o golpe está em marcha, e a perda da SAD é cada vez mais uma realidade.
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