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O Sporting é a paixão que nos inspira. Não confundimos competência com cultos de personalidade. 110 anos de história de um clube que resiste a tudo e que merece o melhor e os melhores de todos nós. Sporting Sempre
O famoso romance queirosiano Os Maias (pessoalmente o de que mais gosto do tio Eça) possui uma das cenas mais inspiradas da literatura portuguesa: o jantar no Hotel Central, ao Cais do Sodré (que já nem existe). Antes da fabulosa cena apoteótica entre o titã realista João da Ega e o vate romântico Tomás de Alencar, os comensais discutem a saúde financeira do país. A dada altura:
“Carlos não entendia de finanças: mas parecia-lhe que, desse modo, o País ia alegremente e lindamente para a bancarrota.
- Num galopezinho muito seguro e muito a direito – disse o Cohen, sorrindo.”
Peço, desde já, desculpa aos leitores mais impaciente por este intróito literário. Peço também desculpa pelo meu longo silêncio neste espaço. Senti apenas a inutilidade do meu esforço. Hoje, contudo, a ocasião é demasiado urgente para continuar calado.
Não, não pretendo dissertar acerca da (reconhecidamente débil) saúde financeira do Sporting. Não, não pretendo aprofundar a dor de que todos já padecemos. O conceito de bancarrota que serve de mote a este texto é de natureza moral. O Sporting foi ontem destituído de qualquer autoridade moral que ainda lhe restava. O Sporting consumou ontem a sua bancarrota moral.
Por 5 vezes o Sport Lisboa e Benfica foi impedido de chegar ao tetracampeonato. 2 delas pelo Futebol Clube do Porto. 3 delas pelo Sporting, a última das quais especialmente saborosa porquanto foi coroada por uma dobradinha no precioso ano de 1974 e com a marca até hoje inigualada de Hector Yazalde, cifrada nos 46 golos.
Durante 48 anos (1954-1998) tal marca foi pertença exclusiva do nosso querido Sporting Clube de Portugal. Sofremos a indignidade de ver o Futebol Clube do Porto a igualar-nos e, no ano seguinte, a transcender esse feito. Ontem, o nosso maior rival entrou, por mérito próprio, no mesmo clube de tetracampeões, garantindo, no mesmo jogo, o 3º lugar ao Sporting Clube de Portugal. Haverá maior humilhação que esta? Ganham-nos o campeonato, empurram-nos desdenhosamente para fora da luta e, como prémio de consolação, ainda nos dão o chocolate da pré-eliminatória da Champions.
Quanto a vós não sei, mas ontem foi o dia mais triste que já vivenciei como sportinguista. Mais que a final da Taça UEFA desgraçadamente perdida em nossa própria casa. Mais que Maio de 2013, há precisamente 4 anos, com a confirmação de um miserável 7º lugar. É que, em 2005, ainda se lutava. Em 2013 sabíamos que era uma questão de tempo até algo mudar.
Desta vez, é mais grave… Estamos pior do que nunca, mas não há mudança à vista… Serão os próximos 4 anos iguais aos que nos foram infligidos até agora? Continuará a desculpabilização?
É que, não sei se se aperceberam, mas o Benfica ganhou em toda a linha. E ganhou porque é melhor em toda a linha. Porque é demasiado poderoso para não ganhar. Pode não ter melhor treinador, mas tem melhores jogadores. Pode ter um ladrão condenado e alegado traficante como Presidente, mas tem Domingos Soares de Oliveira como administrador de topo da SAD. Pode ter Pedro Guerra como bandarilheiro encartilhado, mas tem Rui Costa como Director Desportivo. Pode ter a porta 18, mas faz negócios como ninguém em Portugal, ao nível do marketing. Pode estar refém de Jorge Mendes, mas ainda consegue jogadores do calibre de Jonas. Pode enfiar barretes como Renato Sanches, mas tem o Seixal que, neste momento, vence em toda a linha quaisquer infra-estruturas que tenhamos em Alcochete. Podem até nem ganhar em futsal, mas ganham em hóquei, em voleibol e, brevemente, serão mais competitivos que nós em andebol, outra modalidade histórica do Sporting onde a incompetência passa por “bloqueio mental”.
Eles desforraram-se deliciosamente de nós em cada canto. O Sporting não lhes pode apontar nada. O Sporting está a braços com uma bancarrota moral que não lhe permite arrecadar louros de nada. Bate recordes negativos uns atrás dos outros. No entanto, o mais grave mesmo é a falta de perspectiva de melhoria. O futuro é sombrio porque nada vai mudar. Os erros repetir-se-ão. A desresponsabilização continuará. O Sporting não tem tempo a perder e, no entanto, continuará a perdê-lo.
Talvez conviesse demonizar menos e trabalhar mais. Seguir o bom exemplo alheio. Começar por baixo. Construir pela base. Profissionalizar. Servir o Clube. Por ora, apenas miséria nos aguarda. Miséria alicerçada em passadismo. À semelhança de tudo neste Sporting, não basta afirmarmo-nos, temos de o demonstrar. Até lá, seremos sempre um clube de ocasião que, de quando em vez, faz uma gracinha.
Para quando, Sporting? Para quando competitividade a sério? Para quando cumprir-se o Clube?
Sporting Sempre
PS: Perdoem-me o texto desconexo. Brevemente lançarei um texto mais estruturado acerca dos vícios e problemas estruturais do Clube a que urge fazer face.
Decorreu ontem o único debate entre candidatos à presidência do Sporting, entre Bruno de Carvalho e Pedro Madeira Rodrigues (PMR). Como tínhamos aqui referido antes do mesmo ter lugar, esperava-se que revestisse elevação e que contribuísse para o esclarecimento dos sócios sobre vários assuntos que os inquietam.
A primeira conclusão que se pode tirar depois de terminado é que se tratou de um debate pobre e que na maioria dos casos defraudou as expectativas.
Bruno de Carvalho iniciou as hostilidades visando os elementos da lista de Pedro Madeira Rodrigues, com ataques pessoais e tentando menorizar, entre outros, Mário Saldanha, Rogério de Brito, Rui Morgado, Vítor Ferreira e José Pedro Rodrigues. Interessante que alguns deles já antes tinham estado do seu lado na anterior eleição, mas agora importava era atacar ferozmente quem ousou assumir uma candidatura alternativa. Aproveitou para criticar Vítor Espadinha, candidato ao Conselho Leonino na lista de PMR, que embora tenha dirigido críticas a BdC bastante pertinentes num post do Facebook, perdeu completamente a razão ao usar do insulto fácil e repetido. Bruno de Carvalho, referiu estranhar que PMR não se tivesse publicamente demarcado destas declarações de Vítor Espadinha.
Na resposta, PMR declarou que não se revia nesses insultos e que não ia ao Facebook, aproveitando para lembrar que BdC (agora indignado com os tais insultos) era o mesmo que apelidava de “ratos, híbridos, lampiões e abutres” alguns sócios do Sporting, a quem inclusive colocou vários processos.
Depois desta fase inicial de troca de galhardetes, iniciada por Bruno de Carvalho, foi possível discutir alguns assuntos mais relevantes.
Em relação à estrutura do futebol, PMR destacou que vai apostar na Formação, fundamentando essa aposta nas contratações de Boloni e Delfim, bem como de Pina Cabral, para a sua estrutura, prometendo o anúncio do nome do treinador para depois do jogo do Estoril. Bruno de Carvalho, por sua vez, além de nada ter anunciado de novo nessa mesma estrutura, voltou a criticar as escolhas do adversário, chegando ao ponto de falar que Delfim estava agora na agricultura (Octávio mexeu-se, nesta altura, nervosamente na cadeira em que estava a assistir ao debate). Insinuou ainda que Pina Cabral teria querido ganhar dinheiro com transferências de jogadores. De referir que foi parte importante nos processos de Slimani, Montero e outros atletas...
Na resposta, PMR ressalvou o facto de, mesmo após JJ não ter conquistado o campeonato, a atual Direcção lhe ter aumentado o vencimento em 60%, ou seja passando de 5M/ano para 8M/ano. Além disso, comparou os elementos da sua equipa com André Geraldes, pessoa que tem como credencial, justificando a sua promoção a Director desportivo... o facto de ser muito amigo de BdC. Falou ainda da situação actual da equipa B, que parece condenada a desaparecer e dos incidentes deploráveis no balneário em Chaves que tiveram Bruno de Carvalho como protagonista. E relativamente a todos estes pontos... teve um silêncio ensurdecedor, como resposta do seu adversário.
O actual presidente do Sporting preferiu falar das transferências record de Slimani e João Mário, da obra realizada e dos melhoramentos efetuados nas infra-estruturas, no que talvez tenha constituído o seu melhor momento no debate. Via-se que levava o trabalho de casa bem feito da parte dos colaboradores. Falou ainda que o clube tem aumentado as receitas operacionais, mostrando um gráfico (fica sempre bem este tipo de imagem em televisão).
Aqui PMR terá estado mal ao não reconhecer que de facto se trataram de boas vendas e ao não documentar da mesma forma as ideias que tem para a Academia e a sua compra, bem como para a cobertura do fosso – onde foi mais uma vez alvo de tentativa de piada fácil de BdC – insistindo que o custo é bastante inferior ao que antes se supunha e comprometendo-se a avançar com a obra já neste Verão. Criticou ainda a saída de Montero, que só se podia compreender por dificuldades de tesouraria, nada tendo o clube ganhado com a vinda de Barcos. BdC falou da eficácia de Teo, esquecendo-se que quando Montero saiu, estava Teo nas praias da Colômbia e que não contou para o Sporting durante mais de dois meses.
Quanto aos investidores, PMR voltou a acentuar que não vão entrar na SAD (recorde-se que o blog Mr do Café, que tem feito uma campanha diária a denegrir a sua candidatura, tinha avançado com essa possibilidade), mas que irão ser parceiros na Academia e no naming.
Em relação a JJ, PMR referiu ter a certeza que consegue convencer o treinador do Sporting a abdicar da indemnização que teria direito por via do contrato inacreditável assinado com ele por parte desta Direcção. Não sabemos que meios de pressão terá para o fazer assim decidir, de qualquer forma registe-se que referiu que seria “limpinho”. Bruno de Carvalho, em relação ao futebol e mais uma vez, nada adiantou de novo, dando a entender que mantém o técnico, mas que ao mesmo tempo se vai apostar na Formação. Isto depois do que se passou nesta época e das afirmações de JJ sobre a Formação, facto que foi ressaltado por PMR...
No que concerne às assistências aos jogos e depois de ser acusado por BdC de abordar o assunto, PMR confirmou que se trata de mais uma prova da mentira em que se vive actualmente no clube. De facto é muito surpreendente que continuemos a bater recordes de assistências em relação à época passada com o pobre futebol a que vamos assistindo e com os objectivos da época comprometidos na totalidade. Além disso, basta olhar para as clareiras do Estádio em dia de jogo para se perceber que algo não bate certo...
Nas modalidades, PMR referiu que vai apostar no basquetebol, modalidade querida no clube e das mais populares, contando para isso com a parceria com o Boston Celtics e com a experiência de Mário Saldanha. Bruno de Carvalho preferiu destacar o número de modalidades. Ainda neste tópico, foi referido pelo presidente do Sporting que o clube está na luta em todas elas, depois de confrontado com o investimento brutal feito esta época e com alguns maus resultados que se vão verificando.
Nos escalões de formação e embora todos tenhamos a ideia que também este domínio não tem sido fértil em títulos neste mandato, BdC aproveitou para destacar o bom momento que actualmente se vive nos vários escalões. PMR ressalvou o afastamento do clube da Youth League.
Pelo meio, vários ataques pessoais de parte a parte (uma das partes mais baixas do debate). PMR atacou a faceta de BdC como gestor de empresas, em que as conduziu à falência e deu a entender que BdC ganha muito mais no Sporting do que ganhava antes, ao contrário dele. PMR falou da sua família, referindo que queria dar um bom exemplo aos filhos que estavam a ver o debate, enquanto BdC insinuou que este estava a atacar a sua (!). PMR negou, referindo que não queria saber para nada das questões familiares de BdC, apenas falava da própria. Insinuações sobre proximidade ao Benfica de PMR, que partiram de BdC, ao mesmo tempo que o recriminava por se dizer anti-benfiquista. Algo que ele não faria... isto dito pelo mesmo presidente que pediu para tirarem o vermelho da bandeira nacional. Enfim...
Ataques a Ricciardi por parte de PMR, dizendo que o primeiro é a pessoa que mais comissões recebeu do Sporting. Relativamente às comissões, BdC puxou novamente das cábulas para dizer que a MÉDIA de comissões do Sporting baixou muito com ele e é agora de 3,9%. Isto dos números é muito interessante, até porque se por exemplo num jogador se pagar 1% de 100 000 e no outro caso tivermos 10% de 8 milhões, a média dá 5,5%... Continuando com a análise das médias e depois de confrontado com o fracasso desportivo deste mandato, BdC referiu que subiu a média de conquistas de Taças... Aqui PMR atacou com a afirmação feita no início do mandato por BdC que a medida do seu sucesso era ser campeão nacional. Acrescentou mesmo que se fosse eleito e não fosse campeão ao fim de 4 anos, nem sequer se recandidataria.
Durante o debate, BdC não olhou quase nunca para a câmera, deu claros sinais de nervosismo e algum enfado, não anunciou praticamente nada de novo e apostou na ideia que merece um mandato e que dá isso como facto consumado. PMR, tentou expor algumas debilidades do adversário, deixou-o várias vezes sem resposta a questões que levantou, embora pudesse ter documentado melhor as suas propostas.
Como apontamento final, refira-se que o moderador não conseguiu manter a imparcialidade, dando razão a quem tinha criticado o debate neste moldes, sobretudo ao ser realizado na Sporting TV. Tolerou as interrupções de BdC e ele próprio interrompeu PMR e as questões incómodas ficaram reservadas para este candidato. Uma pena, ainda por cima porque a Sporting TV pertence ao clube e não ao presidente. Mas é complicado quando existem relações de hierarquia entre entrevistador e entrevistado...
Ainda existirão entrevistas individuais relativamente aos vários candidatos aos diversos órgãos do clube. No caso dos candidatos ao Conselho Directivo, teráo lugar no dia 27 de Fevereiro. Aguardemos que nessa altura e sem constantes perturbações, seja mais fácil a compreensão dos projectos e das ideias de cada um.
P.S. durante o debate, João Quadros efetuou comentários bastante grosseiros e insultuosos sobre PMR na rede social Twitter. Num deles referiu “eu emparedava o Madeira na parede do pavilhão, já que não pôs lá o nome”, isto depois de ter ofendido a mãe de PMR. Aguarda-se agora que BdC, que logo no início do debate atacou PMR por não se ter demarcado das afirmações de Vítor Espadinha, não perca a oportunidade de o fazer em relação a este seu apoiante, membro da sua Comissão de Honra...
Hoje pelas 21 horas, terá lugar na Sporting TV, o único debate que irá ocorrer entre os dois candidatos à presidência do Sporting: o actual presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, que sempre deu a entender que se recandidataria e o único candidato alternativo que teve a coragem de avançar para a refrega eleitoral, Pedro Madeira Rodrigues. O debate será moderado por Rui Miguel Mendonça.
Em primeiro lugar, é pena que apenas tenha sido acordada a realização de um único debate. De facto, 60 a 80 minutos (tempo previsto para o mesmo) parece manifestamente pouco, para a quantidade de temas que interessava discutir, bem como para ouvir os candidatos explicar os seus programas.
Recorde-se que em Março de 2011 ocorreram 3 debates televisivos e em diferentes canais, entre os 6 candidatos de então e em Março de 2013, os então candidatos Bruno de Carvalho, José Couceiro e Carlos Severino, puderam travar dois debates, um na SIC Notícias e outro na RTP Informação, três dias depois.
Por outro lado, o facto de debate decorrer na Sporting TV, e sendo a mesma canal do clube, não deixa de colocar o entrevistador numa situação algo embaraçosa, pois se tiver por exemplo de interromper ou silenciar Bruno de Carvalho, estará a ter de condicionar o discurso do seu actual patrão. Resta-nos ter esperança que sendo Rui Miguel Mendonça um grande profissional e jornalista, possa estar imune a todos estes constrangimentos e consiga conduzir o programa de forma isenta, imparcial e preservando a igualdade de ambos os candidatos.
Quanto ao debate em si, esperamos que se evitem os ataques pessoais mútuos e que haja o mínimo de interrupções ou apartes, bem como insinuações venenosas. Os sportinguistas desejam que se aproveite o pouco tempo disponível para explicar o que se vai fazer e como tal vai ser realizado, sabendo-se que num caso, houve promessas cumpridas e outras por cumprir e no outro caso existem promessas que têm de ser fundamentadas. Os grandes assuntos como o controlo accionista da SAD e a necessidade de o clube manter o seu controlo, com ênfase especial nas VMOC, a questão Jorge Jesus, que parece cada vez mais fazer parte do problema e não da solução, a Formação e equipa B, a estrutura a construir no futebol para assegurar maior eficácia nas contratações e articulação com os escalões mais jovens, a renovação e melhoramento de infraestruturas, as modalidades e o projeto para as mesmas, a comunicação do clube e as relações com os outros clubes (indo para além dos rivais) e o relacionamento com os agentes desportivos, constituem apenas alguns dos temas a necessitarem de desenvolvimento. Estamos fartos de fundamentalismos, de discursos de “ou eu ou o caos”, de berraria na praça pública. Queremos projetos sólidos e discussão séria que nos permitam sonhar em recolocar o Sporting no caminho dos títulos, algo que neste mandato continuou a escassear.
Muitos já terão definido o seu sentido de voto – e não esquecer que há eleições para diferentes órgãos (Conselho Directivo, Assembleia Geral, Conselho Fiscal e Disciplinar e Conselho Leonino), podendo o voto ser individualizado em cada situação, – outros ainda não. Haverá ainda aqueles que ainda poderão alterar a sua preferência. Independentemente de tudo isso, todos beneficiaremos dum debate honesto e em que se dê a primazia à discussão de ideias ou projectos para o clube.
Por isso, apenas fazemos o apelo que saibam ser dignos deste enorme clube, da sua história, grandeza e valores. Não se esqueçam que o Clube está sempre acima de quem o serve e que os sportinguistas são adeptos, na sua grande maioria, inteligentes, pensantes e não facilmente manobráveis.
Sporting sempre!
Desde que me lembro que sou do Sporting. Nunca passei por nenhum período de indecisão. Não me lembro de nenhuma indefinição angustiante. Não me recordo tão-pouco de nenhuma tentativa de qualquer familiar meu em me converter ao rival Benfica, e não são poucos os meus que apoiam essa instituição (apesar da preferência pelo Sporting, apesar de tudo, prevalecer no total). Simplesmente, aceitei o meu sportinguismo como um factor inato, intrínseco ao meu ser. A naturalização deste sentimento é de tal ordem que, ainda hoje em dia, só consigo abanar a cabeça de espanto quando ouço professar amor igual por outros clubes. Parte de mim reconhece a aleatoriedade da preferência clubística. Outra parte não consegue perceber como se pode ser de outro clube que não o Sporting. Havendo Sporting, como tributar apoio e dedicação a outros emblemas? O Sporting é o Sporting, o resto é paisagem. Poderão ter mais títulos que o Sporting; poderão ser financeiramente mais pujantes que o Sporting; poderão até ser mais prestigiados que o Sporting. No entanto, o Sporting somente se vive… ou não, como reza a derradeira parte da epígrafe deste blog.
Em 2000 e em 2002, recordo-me bem da apoteose em que vivemos com aqueles dois campeonatos, o primeiro inesperado, o segundo mais expectável, mas não menos espectacular. O Sporting demonstraria, uma vez mais, a sua inequívoca dimensão nacional e internacional. Recordo-me de o meu avô e a minha mãe me dizerem, comovidos, em 2000, que tínhamos quebrado um jejum de 18 anos. 18 anos são quase 2 décadas. Não dariam então a impressão de eternidade que hoje teríamos de um período temporal semelhante, aceleradíssimos e crivados de informações como estamos. Ainda assim, era demasiado tempo sem vencer o título máximo de futebol em Portugal. Ao contrário do que se poderia supor, nunca me incomodei com tal. Para mim, era uma naturalidade absoluta. Que se lixassem os 18 anos: eu era campeão aqui e agora! Mais tarde, apercebi-me de que não era por não ter passado integralmente por esses 18 anos que me tinha feito então pensar assim. Tinha sido o amor genético ao Clube que, recém-robustecido com um longamente aguardado título, só poderia frutificar e instalar-se-me irremediavelmente cá dentro. Isso não significa que não queira sempre ganhar. Claro que quero! Como amante de desporto, reconheço a inevitabilidade do empate e da derrota, mas só me dou por satisfeito quando ganho ou, alternativamente, quando tudo faço para ganhar.
Dito isto, o Sporting é demasiado grande. O Sporting tem uma massa adepta fidelíssima, dedicadíssima e vastíssima. O Sporting é uma das grandes instituições portuguesas. Um dos maiores Clubes europeus. O Sporting é eterno. Poucas coisas mexem tanto comigo como o Sporting.
Como posso ficar senão desalentado quando para ele olho e constato que, não só não ganha, como continua a insistir em não apostar nos meios que conduzem à vitória?
Como posso ficar senão desapontado quando para ele olho e constato que os erros e as fracturas de antigamente se reproduzem quase por geração espontânea?
Como posso ficar senão desiludido quando para ele olho e constato que continuamos iludidos pela feira de vaidades que marca o dia-a-dia do Clube?
Como posso ficar senão desalentado quando para ele olho e constato que assistimos ao reescrever da história recente, onde a antiga encarnação do Diabo em figura de gente se angelicou repentinamente?
Como posso ficar senão desapontado quando para ele olho e constato que se desperdiçaram 4 anos, intervalo temporal dotado de condições únicas para recatapultar o Sporting para uma posição de destaque do futebol português?
Estamos mais competitivos? Estamos. Ganhamos mais? Não. Temos mais influência nas instâncias decisórias do futebol em Portugal? Não. Somos mais respeitados no geral? Não. Financeiramente estamos mais coesos? A despeito da narrativa soteriológica, não.
O que mudou, então? A resposta é nada. O Sporting perdeu a hegemonia do futebol em Portugal em 1958, com o primeiro título ganho no velhinho Alvalade, o 8º em 12 anos, coincidentemente o ano em que os violinos sobreviventes, Vasques e Travassos, penduraram as botas, encerrando um capítulo de ouro na nossa centenária história e marcando indelevelmente uma era do futebol português. O Sporting deixou de ser a sombra persistente do rival Benfica nos anos 80, com a ascensão incomensurável do Porto. Adquiriu o estatuto de 3º Grande. Os seus méritos no futebol começaram a desviar-se para os sucessos no futebol de formação e no contínuo (posto que substancialmente reduzido a partir de 1995) amealhar de títulos nas modalidades. À semelhança de muitos outros projectos, o Sporting vive sempre na ânsia de restaurar uma glória antiga, um velho brilho que nos apaixona e nos mantém presos.
O maior problema do Sporting parece-me ser esse. Para além da crença num Redentor de pés de barro, a voracidade pela recuperação de um passado irremediavelmente passado. Enquanto nos contentarmos com as mesmas caras, as mesmas tricas, as mesmas intrigas, as mesmas políticas, as mesmas pessoas, as mesmas tretas do costume (perdoem-me o vernáculo), viveremos de um passado inatingível. Enquanto não entrarmos de vez no século XXI, não deixaremos de ganhar apenas circunstancialmente. Enquanto não transfigurarmos o Sporting de instituição passadista e acomodada (o actual Presidente, tendo dado um abanão, conseguiu acarneirar a maioria, num processo muito análogo ao que sucedia num passado não tão antigo assim…) em instituição moderna e pujante, continuaremos a ser o 3º Grande. Em suma, enquanto não encararmos o passado como tribuna de respeito e admiração, mas não como paradigma para o Clube, continuaremos a adiar-nos. Faltará cumprir-se o Sporting!
SPORTING SEMPRE
Estamos a chegar ao final de uma campanha que é um autêntico case study. Nunca na vida do Sporting se debateu tão pouco o futuro e o presente do Clube e da SAD em detrimento da vida e da personalidade dos candidatos.
Esta forma de fazer campanha é sintomática do estilo aplicado nos últimos anos. Desde 2011 que o Sporting se começou a fraturar internamente. O Sporting é hoje um clube altamente dividido, sem poder e completamente à deriva e à mercê de investidores desconhecidos e dos devaneios de um Presidente que assumidamente dividiu para reinar e construir uma carreira e claro uma carteira.
Mas vamos navegar pelos três universos que vão a votos. Presidente e equipa, Mesa da Assembleia Geral e Conselho Leonino. Se para a presidência a luta começa a ganhar contornos de ser mais disputada que há semanas passadas, as candidaturas para a Mesa e para o Conselho Leonino podem ser uma grande surpresa.
Marta Soares é para uma grande maioria um dos piores Presidentes de sempre, a par com Eduardo Barroso. Ambos bailarinos e bipolares, navegam mediante interesses próprios e até obscuros como foi explicado por Daniel Sampaio numa entrevista que deu há uns anos.
Marta Soares não sabe nem quer saber. Tem uma atitude que roça até o nível saloio e não compreende os estatutos, que curiosamente, é o presidente do órgão que os deveria obrigar a cumprir. O exemplo dos Cadernos Eleitorais é mais um triste episódio num Sporting cheio de dramas e de cenas muito tristes nos últimos anos.
Este é um órgão de grande importância. A candidatura de Rui Morgado pela Lista de Pedro Madeira apresenta-se como uma grande e óbvia alternativa à incapacidade e desnorte de Marta Soares. Aqui a mudança é quase obrigatória.
No Conselho Leonino temos três listas a votos. De enaltecer a Lista que somente vai a votos para este Órgão Consultivo. Sportinguistas anónimos, gente de estádios e pavilhões, gente educada e presente, gente que teve a coragem e acima de tudo, cumprem com o seu dever e obrigação de se fazerem ouvir e de se apresentarem como alternativa. Na minha opinião vão ter um bom resultado, e verdade seja dita merecem.
Por outro lado a Lista da candidatura de Bruno de Carvalho é um filme de terror. O regresso dos “cancros” ao Sporting. Cancros foi o termo utilizado pelo próprio presidente para denegrir Ricciardi e outros antigos dirigentes que agora se apresentam e andam aos abraços por Alvalade. O que hoje é verdade amanhã é mentira, e verdade seja dita, esta lista ao Conselho Leonino é para rir, pois esta gente não merece uma lágrima que seja.
E claro, olhemos para os dois candidatos, Pedro Madeira e Bruno de Carvalho, dois jovens, e o Sporting precisa desta juventude. Bruno de Carvalho teve quatro anos para se adaptar, para aprender, para se enquadrar com a responsabilidade que é ser Presidente de um Clube como o Sporting Clube de Portugal. Mas tarda em perceber e comportar-se como tal. O Clube está fraturado, os adeptos combatem entre si, há ameaças, há processos, há um tom baixo e sem perfil institucional. O Sporting é hoje um Clube gerido ao balcão da taverna, onde tudo se resolve com ataques ao rival Benfica, que para nossa tristeza, vai a caminho de quatro títulos em quatro anos de mandato de Bruno Carvalho. Nas modalidades e no futebol o terror é o mesmo. Muito dinheiro aplicado, e poucos ou nenhuns títulos. O Pavilhão tem mérito de Bruno, mas não podemos esquecer todo o trabalho feito pelas anteriores Direções no processo de resolução de terrenos e licenças com a autarquia. Sem estes processos nada aconteceria. Mas Bruno construiu, está quase pronto, e todos queremos que seja uma casa que muitas alegrias nos ofereça.
Pedro Madeira é o challenger destas eleições. Avançou sozinho num momento em que o Sporting estava ainda a lutar para vencer praticamente todas as competições. Sozinho foi conquistando apoios, garantindo votos, tem hoje uma Lista composta por antigos dissidentes de Bruno de Carvalho e de gente que muito deu ao Sporting e ao desporto nas ultimas décadas. Esta é uma Lista que deve ser bem avaliada e bem ponderada. Não é um capricho, é efetivamente um conjunto de Sócios muito válidos e preparados para alterar o rumo do Sporting nos próximos anos.
Pedro Madeira tem vindo a subir na sua confiança e notoriedade entre os Sócios. A poucas horas do Debate, se Pedro Madeira se conseguir afirmar definitivamente perante a plateia Leonina, tudo pode acontecer no dia 4 de Março. Pedro Madeira tem ainda trunfos na manga, como os investidores, sponsors, treinador e diretor desportivo. Ao que se vai ouvindo todos estes nomes serão fortes, e tudo será provado e comprovado de forma efetiva sem show mediático mas sim no sentido de começarem a trabalhar logo no dia 5.
O episódio do despedimento de Jorge Jesus foi mais um ato de coragem do candidato. E uma grande maioria tem esse desejo. E acredito que não será difícil chegar a esse acordo. Jorge Jesus está intimamente ligado a muito do que se passou nos últimos dois anos no departamento de futebol. Esteve nos negócios, nas compras, nas vendas, e isso pode ser o ponto de partida para colocar o lugar à disposição. Jorge Jesus pode ter muitos defeitos mas continuo a acreditar que e um Homem de caráter, do Sporting e que tem todas as qualidades para dar o salto para outro campeonato. Jorge Jesus sairá pelo seu próprio pé, pois perderá a confiança da direção e claro, perderá a confiança de quem realmente tem e deve ter o poder, os Sócios e Adeptos.
O Sporting está numa fase critica. Não é de agora. Mas vivemos atualmente de uma fraqueza enorme para os nossos rivais. Bruno de Carvalho dividiu o Clube, criou um conflito interno para governar. Se Pedro Madeira conseguir aproveitar esta fraqueza sairá vencedor das eleições. Bruno está desgastado, desacreditado, refém de um treinador autista que renega de forma perentória o nosso ADN de clube formador. E claro, o aumento brutal de emissão de VMOC´s, processo tão criticado por Dias Ferreira no passado e que agora evita tocar ou explicar aos Sócios e Adeptos o problema que temos entre mãos. O Clube e a SAD estão no limbo, continuam na mão da banca e de investidores. Os empresários de jogadores não nos consideram, a Federação de Futebol, a Liga de Clubes e a APAF não nos respeitam.
Um Clube orgulhosamente só só pode ter um destino. Ir definhando e desfalecendo sozinho, jogo após jogo, decisão após decisão até ao tombo final, que muito nos irá custar. Reerguer este Clube é uma missão de todos os associados e adeptos, que comece já no dia 4 com um voto de consciência. Basta! O Sporting não é isto.
Segundo a Bíblia, a verdadeira (não confundir com o jornal A Bola), sensivelmente em 30 D.C. terá ocorrido o julgamento de Jesus Cristo. No decorrer do mesmo Pilatos, que não tinha ficado convencido da culpa do acusado mas estava pressionado pela multidão, decide dar o poder de escolha entre a vida de dois acusados – Jesus e Barrabás – sobre qual seria libertado e qual seria crucificado. O assassino foi libertado, Jesus crucificado. Naquele momento a multidão pensava-se dona da razão, achava que era melhor dar outra oportunidade a um ladrão e assassino do que a alguém que pregava a paz. Convencidos da sua legitimidade, naquele momento eles foram felizes.
Galileu Galilei, nascido em Itália em 1564, foi um conhecido físico, matemático, astrónomo e filósofo. Pertencem-lhe descobertas nas áreas de Movimento Uniformemente Acelerado, Movimento do Pêndulo, Leis dos Corpos, Princípio da Inércia, manchas solares, montanhas na Lua, fases de Vénus, satélites de Jupíter, aneis de Saturno, Método Científico e Heliocentrismo. Este último valeu-lhe, não um Prémio Nobel, mas um julgamento pela Santa Inquisição – Tribunal religioso responsável por atrocidades e recuo civilizacional. A Inquisição teve um grande acolhimento popular na época, sobretudo por dois motivos. O medo. Os "espectáculos" públicos de execução das bárbaras sentenças. Nos designados Autos de Fé, as multidões exultavam quando as cabeças rolavam e os chicotes os ares agitavam. Naquele momento achavam que os castigados eram horríveis criminosos e que as suas vidas ficariam melhores por eles desaparecerem. Convencidos do céu e do inferno, naquele momento eles foram felizes.
Em 1933 Adolf Hitler chega ao poder numa Alemanha em escombros depois da I Grande Guerra. Cria o Ministério do Reich, cuja liderança ficaria a cargo de Joseph Goebbels, com o objectivo de difundir a propaganda do regime através de arte, música, cinema e literatura. Dessa forma iniciaram uma imagem negativa do povo Judeu, entre outras mensagens necessárias à aceitação do regime, conseguindo assim que no momento em que judeus começaram a entrar em comboios para iniciar viagens só de ida muitos alemães aplaudiam nas estações. Convencidos da sua ideologia, naquele momento eles foram felizes.
Em 1981 é eleito o Jorge.
Em 1983 torna-se de conhecimento geral o escândalo financeiro "Dona Branca". Através de um bem aplicado "esquema em pirâmide", alicerçado na oferta de juros bastante mais elevados que os practicados pela Banca "legítima", consegue Maria Branca dos Santos manter uma lucrativa fraude ao longo de mais de 30 anos. Tal como no BPN, tal como no BPP, tal como no BES, tal como... tantas e tantas outras vigarices ao longo da História, o sucesso de Dona Branca foi garantido pela "ganância chica-esperta" de pessoas convencidas de terem encontrado uma mina de ouro. Convencidos do seu "olho para o negócio", naquele momento eles foram felizes.
Em 2003 é eleito o Luís.
Em 2005 é eleito o José.
Em 2013 é eleito o Bruno.
Em 2016 é eleito o Donald.
Tivessem tido consciência, anos mais tarde, que tinham dado a oportunidade a Barrabás de continuar a matar e a roubar, aquelas pessoas já não seriam tão felizes. No mesmo cenário, os que tinham aplaudido a tortura e execução levadas a cabo pela Inquisição, cujo grande número de vítimas mais não foram do que pessoas a tentar melhorar a vida das primeiras, perderiam também o esgar de felicidade do rosto. Nem comento o que é hoje a consciência alemã relativamente ao Holocausto...
Tivessem tido todos, naquele momento, menos preocupação com a felicidade efémera e egoísta, tivessem eles tido a oportunidade de consultar o Google... provavelmente os factos históricos seriam diferentes. Da negligência do acesso à informação não os podemos culpar, apenas de não se terem valido um pouco mais dos seus valores e menos do que lhes era propagandeado. Hoje? Está à distância de dois clicks. Basta querer. Basta pensar!
«A minoria pode ter razão, a maioria está sempre errada.» Henrik Ibsen
Seguindo o que os meus colegas escribas já fizeram para outras áreas do programa, segue uma análise de cada ponto do programa de Pedro Madeira Rodrigues relativo aos sócios. Para evitar redundâncias (num ponto onde estas abundam), devo começar por ressalvar que quase todas as medidas propostas pecam por ser excessivamente esquemáticas e carecem (desesperadamente) de um maior aprofundamento. Não se entende como tal ainda não foi feito. Só que isto seriam conversas para outras núpcias… Por outro lado, fruto desta falta de informação, por ora não vejo que mais vantagens me traria a associação ao Clube (descontos, promoções, facilidades, etc).
Cumpre também dizer que, não obstante as discrepâncias entre o número actual de sócios de que se ufana a Direcção de Bruno de Carvalho e os efectivamente pagantes, se trabalhou bastante bem neste aspecto ao longo deste mandato, com iniciativas como o Sócio num Minuto ou o Regresso num Minuto.
O problema central que identifico neste ponto, para lá da redundância e da falta de informação, é a confusão tremenda que existe entre a política de núcleos, a relação com os associados e a expansão da Marca. Tem de se fazer uma separação clara. Tem de se saber que profissionais de prestígio assumiriam a condução destas pastas, tão vitais à manutenção do Clube. Em suma, informação precisa-se!
PS: Existindo um Núcleo de Sportinguistas da Califórnia (foto infra), de que se está à espera para trabalhar seriamente esta vertente?
Hoje, dia 7 de Fevereiro de 2017, o Sporting vai para quase quinze anos sem vencer um campeonato, com poucos títulos internos nestes anos passados, com eternos problemas internos de liderança, com problemas financeiros, com erros graves de gestão, com tantas asneiras que se abriu a possibilidade a um ilustre desconhecido tomar o poder.
Bruno de Carvalho está no seu quarto ano de mandato. E tudo continua na mesma, ou numa visão financeira, pior. Estamos mais dependentes de terceiros, temos menos percentagem da nossa SAD, o nosso passivo aumenta a olhos vistos, o investimento é cada vez maior e o retorno, seja ele em vendas seja em títulos é praticamente nulo.
Ora, não é necessário tirar um curso de gestão ou um MBA para entender que de onde se tira e não se coloca, algum dia irá faltar, e não existirá onde ir buscar para tapar o buraco.
Hoje, dia 7 de Fevereiro de 2017, a menos de um mês das eleições no Sporting, dois candidatos pouco esclarecem e nada apresentam de soluções.
Não há uma única proposta de rutura. E no caso da Candidatura de Bruno de Carvalho, é ainda mais assustador assistir ao regresso de figuras do passado recente tão violentamente criticados pelo atual Presidente. Eram “estes” o “cancro” do Sporting. Pois bem, como é hábito, as metástases espalham-se e dificilmente conseguem ser eliminadas. E neste caso até se abraçam com a “cura”, apesar de o problema continuar bem visível e a alastrar abruptamente por todo o universo Sporting.
Ora avaliando o estado do Clube, olhando para os péssimos resultados desportivos, para os miseráveis resultados financeiros, para o estado da nossa Formação, para o tom e a forma como Bruno de Carvalho lidera, a questão que se coloca é: Porque desistiu Mário Patrício? Porque não avançou já Benedito? Ganhariam estas eleições, e não sou eu que o digo, é a bancada leonina que não quer Bruno de Carvalho.
Quando olhamos para a Comissão de Honra de Bruno de Carvalho, e conhecendo nós os apoiantes dos Candidatos a Candidatos que nunca o foram e desistiram, começo a ter a certeza que há uma estratégia na sombra, ou melhor, e ao estilo Hollywood, uma golpada.
Ora vejamos, Ricciardi está sempre com quem está no poder. Hoje gosta do Bruno, amanhã tratará de o dizimar. Isso é uma certeza como a fome. Pedro Baltazar quer o poder, Froes quer o poder, Mário Patrício quer o poder, Godinho quer a sua “vendetta”, entre tantos outros ilustres, onde se poderá encontrar Alvaro Sobrinho e Mosquito, grandes “amigos” dos cofres verdes e brancos.
Bruno de Carvalho está a ser dizimado por dentro. A esta equipa apresentada falta somente Carlos Barbosa e Nobre Guedes para se afirmar o passado recente que Bruno prometeu “limpar”. Pois bem, que maior afirmação de fracasso que se ver obrigado a “readmitir” toda esta gente? E que maior afirmação de liderança marioneta que tudo isto?
Bruno não será vencido na urna, cairá sozinho, em desgraça, acabando com um falso mito. E merece cair assim. Um vendedor de banha da cobra que engana, processa, insulta os Sócios que lhe pagam o ordenado e lhe permitem viajar e passear em família e com namoradas por este mundo fora.
Bruno auto-injetou-se com o vírus. A cura não existe. Querem destruí-lo. Mas quem deixou a ferida exposta foi o próprio Bruno. E não se preocupou nunca em cura-la, mas sim em alastrar o fosso e a promover uma divisão e uma guerrilha que nunca poderia ganhar.
Bruno é um pobre diabo. Sem credibilidade perante a banca, sem credibilidade perante as empresas, sem voz nem poder em lado algum. E na sua ignorância e redução à realidade, não é de espantar preferir o banco à bancada presidencial. Pois no banco junto ao relvado está ao seu nível, na cadeira dos negócios é um pobre rapaz, sem propósitos e sem capacidade de envolvimento e visão.
Bruno acabou. Tem os dias contados. E uma vez mais, quem pagará tudo isto é o Sporting.
Mantenham-se atentos, pois o golpe está em marcha, e a perda da SAD é cada vez mais uma realidade.
Caros leitores, após algumas críticas relativamente ao facto de os comentários neste blog serem moderados, cumpre-nos esclarecer três pontos.
Os comentários são moderados para permitir filtrar conteúdos menos próprios – insultos. E não o são por uma excessiva sensibilidade por parte dos autores, uma vez que nos dias correntes a elevação é uma prática um pouco démodé… São-no por não pretendermos que outros potenciais leitores sejam expostos a algum tipo de linguagem. Até porque pretendemos chegar a todos e a todas as idades.
Por vezes poderá ocorrer alguma demora na aprovação dos mesmos? É um facto. Gostaríamos de estar permanentemente atentos, mas as respectivas obrigações profissionais impedem-no. Mas sempre que um dos autores acede ao blog, essa é uma das primeiras preocupações.
Esclarecido o critério, reiteramos que todas as participações, concordantes ou não, são e serão sempre bem-vindas. Tentaremos sempre responder a todos. Quando duas pessoas trocam uma ideia, ambas saem mais ricas do “confronto”.
Saudações Leoninas
No passado dia 12 de Janeiro publicámos o que, pensámos nós à data, ser a opinião de Gonçalo Uva o jogador de rugby. Cometemos nesse acto três erros, todos com a mesma causa.
Em primeiro lugar, não solicitámos autorização de reprodução da opinião ao titular da mesma. Penitenciamo-nos por tal. Não é coerente criticar a Comunicação Social que temos, por esses mesmos motivos, e cometer depois o mesmo erro. Apesar de não sermos jornalistas e não estarmos ao abrigo de nenhum código deontológico, no entanto pretendemos sempre pautar-nos pela partilha e análise de factos.
Não tendo cometido o primeiro, certamente não teríamos cometido os outros dois.
Ao solicitar autorização ao jogador de rugby, certamente constataríamos que era adepto de outro clube. No mesmo momento, teríamos certamente obtido a resposta «Mas qual publicação de Facebook?!», e aí perceberíamos que estávamos “a bater à porta errada”.
Pelo facto apresentamos as nossas sinceras desculpas! Pelos nossos erros. Não pelo conteúdo do texto de Gonçalo Uva (o “original”), pois esse merece de facto alguma atenção e reflexão. Salientar que o “original” não só já foi atleta do Sporting, como descreve no seu texto, como o seu pai é actualmente treinador de atletismo no Sporting Clube de Portugal. Como Sportinguista que inquestionavelmente é a sua opinião, como a de todos os Sportinguistas, é importante.
Um agradecimento ao blog Mister do Café! Pelo reparo e pela publicidade. Só é pena que se tenham gasto tantas linhas de texto (e print screens…) a esmiuçar um erro de troca de identidade, mas nenhuma sobre o seu conteúdo…
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