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O Sporting é a paixão que nos inspira. Não confundimos competência com cultos de personalidade. 110 anos de história de um clube que resiste a tudo e que merece o melhor e os melhores de todos nós. Sporting Sempre


29
Dez16

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Uma empresa – visão através da qual deve ser avaliado um clube – hoje em dia tem sobretudo três grandes desafios. Primeiro, tem que no seu core business, a actividade desportiva propriamente dita no caso de um clube, tentar manter o nível de competitividade em relação aos seus principais adversários, mas principalmente em relação a si próprio no passado. Segundo, tem que tentar manter ou melhorar esse nível competitivo procurando também reduzir custos de forma continuada e sustentada. Terceiro, procurar permanentemente novas fontes de receita, dando foco às menos tradicionais e não variáveis (como não é o caso de prémios da UEFA ou transferências de jogadores).

 

Para os dois primeiros o principal contributo será técnico. Ou seja, ter uma boa táctica, ter um bom departamento de scouting que identifique bons jogadores com margem de progressão, ter um treinador que inova procesos de treino, aposta na formação para diminuir o custo global do plantel, entre outros. Em resumo, procurar sempre "fazer mais com menos". Para o terceiro contribuem principalmente criatividade, persistência e capacidade de negociação.

 

Por criatividade entenda-se a capacidade de pensar out of the box e encontrar receitas onde, tradicionalmente, não existiam. A este nível o mandato de Bruno Carvalho deixa um pouco a desejar pois não apareceram quaisquer novas fontes de receita. Se a nível das tradicionais, principalmente a quotização, houve progresso o mesmo não se vislumbra noutros campos. A nível de Marketing o Sporting tem imenso por fazer, tanto em actividades que poderia desenvolver sozinho como em parcerias, novas ou incrementadas. Foi feito um tímido esforço na expansão de pontos de venda da Loja Verde, esforço que poderia ser levado mais longe através da concessão de licenças para interessados em explorar quiosques em pontos de grande movimento – aproveitar o valor criado pelo Turísmo – em Lisboa e outras capitais de distrito.

 

Persistência passa por tentar sempre fazer melhor, mesmo quando possamos achar, por vezes de forma auto-contemplativa, que se está a fazer o melhor trabalho, nunca deixar de perseguir a perfeição. Principalmente no que toca a melhorar a experiência do sócio e adepto em dia de jogo, aqui tema em que não se tem explorado de forma eficaz a parte secundária – tudo o que acontece fora das quatro linhas. Os bares do Estádio são notoriamente subexplorados, quando poderiam ser simultâneamente fonte de valor para a pessoa, com mais opções e comodidade, e fonte de valor para o Clube, com o crescimento de receitas – receitas que estão lá, mas fora do Estádio... A experiência anterior ao jogo e de intervalo de jogo pode ainda ser adicionalmente valorizada, para ambas as partes, através da criação de actividades com parceiros.

 

Quanto a capacidade de negociação, qualidade que Bruno Carvalho tanto se arroga, tem um trunfo a exibir com a parceria com a NOS. Pena que não tenha dedicado menos tempo a comparar esse acordo com o dos rivais e mais tempo a encontrar ainda mais parceiros e patrocinadores. Embora seja uma proposta controversa, mas o próprio Bruno Carvalho anunciava em Setembro de 2013 a pretensão de negociar o nome do Estádio José de Alvalade, sendo que três anos volvidos e nada foi feito nesse sentido. Nem quanto ao nome da Academia de Alcochete, aqui bem mais pacífico até por já ter sido no passado celebrado em acordo com a Puma, em 2006 por Filipe Soares Franco, que terminou em 2012 e desde então outro não foi negociado. Tal como estão por negociar o nome de duas das bancadas de Alvalade. Bem como estão por aproveitar vários patrocínios em camisolas de modalidades – andebol por exemplo – e de escalões de formação.

 

Concluindo com o reconhecimento de uma fonte de receita criada por esta Direcção – a apropriação de valores pertença de terceiros. No caso Doyen de facto houve "criatividade", persistência e "negociação"...

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2 comentários

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De Antónimo a 29.12.2016 às 19:55

Para conseguir patrocínios é necessário, primeiro que tudo, que os patrocinadores estejam interessados em investir no clube. Porque é de um investimento que se trata. Porque o dinheiro custa a ganhar.

Quando o presidente do Clube afirma repetidamente e com convicção que tem 3,5 Milhões de adeptos, 150.000 sócios e que é maior potência nacional, quando a realidade e os números que estão de posse dos patrocinadores, gente sempre muito bem informada, não é nem de longe nem de perto o anunciado, naturalmente que a tentativa de venda de banha da cobra não cai bem em quem procura parceiros sérios e verdadeiros. É uma questão de confiança, a principal vetor da negociação e dos negócios.


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De Ivaylo a 29.12.2016 às 22:05

Caro Antónimo, sem dúvida! Quando se tem a postura, que bem descreveu, que o principal representante de uma organização profissional como o Sporting Clube de Portugal manifesta últimamente apenas se conseguem atrair dois tipos de investidor. O investidor de origem dúvidosa, como é exemplo o investimento já efectuado com origem na Guiné Equatorial (esse país democrático e sem corrupção...). E o investidor proveniente do país de origem da Alice... A de Lewis Carrol...

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